O que é uma fobia?

Rosa Basto // Julho 19, 2018
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que existam 400 milhões de pessoas com algum tipo de fobia. Estudos epidemiológicos recentes demonstraram que as fobias são a perturbação mais comum em todo o mundo, estimando-se que entre 5 a 10% da população seja afetada por estas condições perturbadoras e, por vezes, incapacitantes. Mas, afinal o que é mesmo uma fobia? E, porque limita o nosso dia a dia?

Sentir medo é normal, as situações desconhecidas podem conduzir a algum tipo de ansiedade. Ter medo pode definir-se como uma sensação de perigo ou que algo mau está prestes a acontecer, sendo, no geral, acompanhado por sintomas físicos que incomodam bastante. Este tipo de medo contribui para uma prevenção antecipada, de forma a não sermos afetados. A isto chama-se ansiedade funcional. Quando esse medo é desproporcional à ameaça, por definição irracional, com fortíssimos sinais de perigo, e também seguido de evitação das situações causadoras de medo, é denominado fobia, medo patológico ou ansiedade disfuncional.

O que é uma fobia? 

As fobias referem-se ao medo excessivo de um objeto, circunstância ou situação específica, fazendo parte do quadro de perturbações de ansiedade. Existem três grandes ramos de fobias: fobia específica, fobia social e agorafobia. A fobia específica, mais comum nas mulheres, é o medo intenso e persistente de um objeto ou situação (medo de cães, de andar de elevador ou avião, conduzir, cobras, aranhas, etc.), enquanto a fobia social, mais popular entre os homens, é o medo intenso e persistente de situações em que possa ocorrer embaraço e humilhação (medo de falar em público, de serem observados e avaliados, etc.). Por outro lado, as pessoas com agorafobia evitam situações em que seria difícil obter ajuda, como em espaços fechados, ruas movimentadas ou locais que as façam sentir encurraladas (shoppings, túneis, pontes, autoestradas).

Um dos grandes motivos que leva as pessoas a desenvolverem fobias deve-se ao estado de ansiedade extrema em que se encontram. Atualmente, é comum as pessoas desempenharem múltiplas funções em simultâneo, gerando stress – que é ansiedade generalizada. No entanto, não podemos dissociar esta explicação dos diversos fatores que despoletam estes quadros de ansiedade, nem do facto de existirem pessoas que são mais propensas para o efeito, devido à sua condição genética e história de vida. Esta sintomatologia acompanhada pelo pânico ou mesmo ataques de pânico leva a que os pacientes fóbicos evitem a todo o custo as situações que desencadeiam o processo fóbico, alterando por completo as suas rotinas.

Outros mecanismos de associação entre o objeto (situação) e as emoções fóbicas incluem a modelagem, que normalmente acontece quando o indivíduo observa a reação dos outros e transfere a informação, sendo advertida ou até ensinada a ter medo. Quantas vezes não ouvimos um adulto a dizer a uma criança que se ela se portar mal aparece um cão mau? E, quantas vezes um adulto manifesta à frente de uma criança o seu próprio medo fóbico? A criança observa e aprende o mesmo medo. Podemos ainda referir dois fatores que surgem como consequência de evitar as situações que desencadeiam a fobia. O primeiro é deixar de acreditar que se possui recursos para lidar com os sintomas e, por isso, ficamos dependentes de alguém para nos dirigirmos a qualquer lugar. O segundo fator prende-se com a supervalorização dos sintomas. Estas pessoas acham que vão morrer, ter um ataque cardíaco ou que possuem uma doença grave. O catastrofismo dos sintomas leva estes pacientes a um desespero e aumento crescente na busca de cuidados médicos e psicológicos.

Quais as causas?

As causas são bastante variadas e muitas vezes desconhecidas. Existem fortes indícios de que a fobia possa estar relacionada com o histórico familiar, levando a crer que fatores genéticos representam um papel importante na origem do medo persistente e irracional. No entanto, sabe-se também que as fobias podem ter uma ligação direta com traumas e situações passadas. Isso acontece, porque a maioria dos problemas emocionais e comportamentais é desencadeada pelas dificuldades enfrentadas ao longo da vida. Todos passamos por momentos difíceis, mas algumas pessoas desenvolvem sentimentos de angústia, que podem evoluir para um quadro de fobia.

Factores de risco 

  • Idade Alguns tipos de fobia desenvolvem-se cedo. Outras podem ocorrer durante a adolescência e há aquelas que também surgem no início da vida adulta;
  • História familiar – Se alguém da família tiver algum tipo de fobia, existem mais possibilidades de desenvolvê-la também. Mas, os especialistas suspeitam que as crianças são capazes de adquirir fobias somente observando as reações de alguém próximo;
  • Temperamento – O risco de se desenvolver uma fobia específica aumenta se tiver temperamento difícil ou um comportamento mais inibido e retraído do que o normal;
  • Evento traumático – Passar por uma situação traumática ou por uma série de eventos traumáticos podem levar ao desenvolvimento de uma fobia.

Quais são os sintomas? 

Os sinais e sintomas dependem do tipo de fobia. No entanto, independentemente do tipo, algumas características são notadas em todos os indivíduos, tais como:

  • Sentimento de pânico incontrolável, terror ou temor em relação a uma situação de pouco ou nenhum perigo real.;
  • Sensação de que deve evitar uma situação, algo ou alguém que teme;
  • Incapacidade de levar a vida normalmente, por causa de um medo ilógico;
  • Presença e aparecimento de algumas reações físicas e psicológicas, como sudorese, taquicardia, dificuldade para respirar, sensação de pânico e ansiedade intensos;
  • Saber que o medo que sente é irracional e exagerado, mas ser incapaz de o controlar.

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