O Dia Internacional de Limpeza Costeira é um movimento global com impacto local e é celebrado pelo mundo, mas de forma especial em Portugal. Todos os anos, diversas organizações e movimentos de cidadãos nacionais, de norte a sul do país e ilhas, mobilizam-se massivamente e unem a sociedade civil em prol do oceano. O principal objetivo é o de alertar e sensibilizar para a problemática do lixo marinho, através da organização de ações de limpeza em praias, zonas costeiras, rios, lagos e outros ecossistemas naturais.
É fundamental promover a literacia e sensibilização da sociedade para os desafios que o oceano enfrenta e para a importância de reconhecer o valor central do oceano para o planeta.
Por isso, a Fundação Oceano Azul abraçou esta iniciativa em 2019 e motivou, ao longo de 5 anos, mais de 350 movimentos de cidadãos, agrupamentos escolares, ONG, escolas de surf, centros de mergulho a organizarem ações de limpeza, contando com a participação de mais de 34.000 voluntários, que recolheram mais de 250 toneladas de lixo. Apesar de o Dia Internacional de Limpeza Costeira (16 de setembro) ser celebrado pelo mundo inteiro, estes números tornam Portugal num líder no que respeita ao empenho e envolvimento da sociedade nesta iniciativa.
Após a celebração deste ano, que decorreu de 16 a 29 de setembro, os números voltam a demonstrar um grande envolvimento da sociedade civil, contabilizando mais de 10 mil voluntários e cerca de 450 organizações que recolheram 37 toneladas de lixo. De destacar o envolvimento, uma vez mais, de cerca de 200 turmas do programa Educar para uma Geração Azul (EGA), o que corresponde a cerca de quatro mil alunos. A participação de alunos e professores nestas ações de limpeza está em linha com um dos eixos de ação da Fundação Oceano Azul, que visa promover a literacia sobre o oceano e assim criar uma nova Geração Azul, formando cidadãos e possíveis futuros decisores, que estarão mais conscientes dos desafios da sustentabilidade do oceano.
O lixo marinho é um problema real e devastador: 80% do lixo encontrado tem origem em atividades humanas em terra e apenas cerca de 20% provém de atividades diretamente ligadas ao mar.
De destacar que as beatas, as garrafas de plástico e as latas de metal são o lixo recolhido mais comum, o que reforça estes números. A maioria do lixo marinho pertence à categoria de plástico e é um problema real, quando os estudos indicam que entram, a cada minuto, no oceano o equivalente a dois camiões deste material, o que tem impactos devastadores nos ecossistemas aquáticos.
As ações de limpeza costeiras, subaquáticas, de rios, lagos ou cursos de água, são uma das soluções para combater o problema do lixo marinho e estão ao alcance de todos os cidadãos.
Estas ações não só permitem recolher lixo que, ou já entrou, ou está prestes a entrar nestes ecossistemas naturais, como também permitem desenvolver nos cidadãos um olhar mais atento sobre o que realmente se passa no meio envolvente, promovendo o espírito de cooperação e de missão conjunta, que depois se propaga na vida quotidiana de cada um.
Sob o mote “O oceano é global, a ação é local”, esta iniciativa internacional decorre todos os anos, durante uma semana, com várias ações pelo país. A Fundação Oceano Azul congratula todos os envolvidos pela pronta resposta e desafia uma vez mais a uma celebração conjunta pelo oceano no próximo ano.
Nota: Todas as fotografias do artigo foram disponibilizadas pela Fundação Oceano Azul. Fotografia destaque – OceanoAzulFoundation_TWorlds_P Magoito.