Ser turista deve ser a melhor profissão do mundo … se a pudéssemos escolher. A partida é sempre uma ansiedade, a mala pequena demais, o trânsito um embaraço porque há que chegar a tempo se a viagem exige companhia … muita companhia!. O regresso um esperançado “até já” impresso num álbum de memórias e numa imensidão de fotografias que a paciência nos há-de ajudar a catalogar!
Eu lembro-me que nesta viagem havia tanto para descobrir, tanto para respirar, tanto para viver.
Chegamos e o céu é sempre diferente do nosso céu, as cores não são as mesmas, os cheiros levam-nos para outros paraísos.
E os sons … esses atiram-nos para um mar de fantasias porque o verbo é diferente e nos deixa soltos a tentar perceber como são os outros não por aquilo que dizem mas pelo modo como se relacionam com eles, com os demais, com as coisas.
Tanto para descobrir, tanto para sentir e a minha máquina fotográfica sabe disso porque me conhece de tantos diálogos surdos. Procura-se o que é diferente. Fotografa-se o que nos possa dizer mais tarde, a nós e aos outros, que estivemos ali naquele palácio, naquele museu, naquela praça e assentamos-lhes os nomes no livrinho de companhia não vá a memória querer ir por outros caminhos.
Mas eu gosto do detalhe porque sendo as diferenças o que nos distingue uns dos outros, são também os detalhes que fazem daquele lugar novo um outro mundo pintado com as particularidades que alguma mão inventiva ou o tempo foram deixando por vontade e tantas vezes por acaso. Esculpem-se particularidades, as que não encontramos nos livros, e é essa a principal bagagem que regressa connosco … ou com aquilo que somos quando partimos e o outro “eu” que veio aconchegado em nós na mesma viagem de regresso.
Eu lembro-me de ter fotografado museus e palácios e monumentos e momentos … como este que retrato aqui, porque nisto da fotografia há MOMENTOS FELIZES …
