Sabemos o que temos de fazer, reconhecemos que é importante… mas adiamos. Porque é chato, porque é difícil, porque estamos cansados, porque não estamos no estado emocional certo. No fundo, porque nos sentimos desconfortáveis só de pensar na tarefa.
O ciclo da procrastinação
O problema? Cada vez que adiamos, sentimos um alívio momentâneo — e o cérebro adora esse alívio. E, como num jogo, começamos a repetir esse padrão vezes sem conta. Mas há formas de quebrar este ciclo.
Aqui ficam duas estratégias simples, mas eficazes, que exploro no meu livro “Vencer a procrastinação”:
1. A regra dos 5 minutos: pensa que vais fazer apenas 5 minutos da tarefa
É comum querermos fazer tudo ou nada. Mas o segredo está em começar. Quando nos comprometemos a fazer apenas 5 minutos da tarefa, o nosso cérebro deixa de ver a ação como algo assustador. Ao fim de 5 minutos, uma de duas coisas acontece: ou paramos (e, pelo menos, fizemos 5 minutos) ou, mais provavelmente, continuamos, porque o mais difícil já passou – começar. Esta técnica reduz o bloqueio inicial e ajuda-nos a ganhar tração.
2. Planeamento invertido: começa pelo fim
Uma das razões pelas quais procrastinamos é sentirmo-nos perdidos perante tarefas grandes ou complexas. O planeamento tradicional — começar pelo início e tentar prever o caminho — pode aumentar a ansiedade.
Em vez disso, experimenta o planeamento invertido: começa por imaginar que já terminaste a tarefa. Agora, pergunta-te: “Qual foi o passo imediatamente anterior?”. Depois, o anterior a esse. E assim sucessivamente, até chegares ao presente. Esta abordagem ajuda-te a clarificar o caminho, reduz a ambiguidade e transforma o impossível em alcançável.
Começar muda tudo
Estas estratégias não anulam por completo a procrastinação. Mas ajudam-te a vencer o primeiro obstáculo: começar. E quando começas, tudo muda.
