As crianças são observadoras atentas e os seus pais são os seus modelos preferenciais. Uma relação positiva entre os pais serve como modelo para os filhos. Observando a forma como os pais se relacionam, as crianças aprendem sobre as várias dimensões das relações interpessoais. Ao presenciarem respeito, afeto, compreensão e empatia na relação dos pais, tenderão a reproduzir esses valores nas suas próprias relações. E isto também é válido, desejável e possível, mesmo quando falamos de pais que (já) não são um casal, mas que funcionam como uma equipa parental, atenta e focada no crescimento harmonioso dos filhos.
Aquilo que faço está a ensinar algo
As crianças estão particularmente atentas às atitudes, à forma como os pais resolvem problemas, às suas estratégias de gestão emocional e ao seu estilo de comunicação. Nesse sentido, tudo o que um pai faz, individualmente ou na relação com os outros, incluindo o outro progenitor, serve de modelo para os filhos.
O impacto da comunicação na educação emocional
Crianças que crescem num contexto de boa comunicação sentem-se mais à vontade para expressar as suas emoções, preocupações e ideias, o que fortalece os laços familiares e promove um crescimento mais saudável. Crianças que observam os pais a cuidarem de si e a gerirem as suas emoções de forma eficaz compreendem a importância das emoções e sentem-se mais confiantes para contactar e gerir as suas próprias emoções.
Crianças que crescem em contextos onde se estimula uma mentalidade flexível e de crescimento, onde os desafios são vistos como oportunidades de aprendizagem, sentem-se mais capazes de abordar e resolver os seus problemas.
Aquilo que mostrar é aquilo que o seu filho vai aprender
Do ponto de vista individual, um pai ou uma mãe que cuida de si, que se sente em equilíbrio e que investe no seu autocuidado, está emocionalmente mais disponível para atender às necessidades dos filhos com consciência, atenção e respeito. Pais que cuidam de si são pais que cuidam melhor dos filhos.
Autocuidado não é egoísmo, é generosidade.
Conheço muitos pais que encaram o autocuidado, ou seja, dedicar algum do seu tempo a tarefas que fomentem o seu bem-estar (uma saída com amigos, uma ida ao ginásio, uma massagem, um jantar a dois, uma aula de dança…), como um ato de egoísmo. Pelo contrário! Como costumo dizer, autocuidado não é luxo, é uma necessidade de todos os pais felizes e focados no bem-estar dos filhos. Para cuidar bem de alguém, tem de se sentir, em primeira instância, bem consigo próprio.
Não estará a falhar nem a prejudicar o seu filho se investir algum tempo em atividades que não incluam filhos e que sirvam para nutrir a sua saúde física e psicológica. A premissa é: para poder ser um bom cuidador, terá de estar em forma. Se estiver num registo de esforço permanente, acredite que a paciência lhe vai faltar, o discernimento lhe vai fugir, o equilíbrio dará lugar ao caos e a satisfação com a vida em geral, e com a parentalidade em particular, começará a esmorecer.
A felicidade é contagiosa!
Pais felizes criam um ambiente familiar onde os filhos crescem mais confiantes e resilientes.
Pais felizes, filhos felizes: todos ganham!