Nos últimos anos tenho passado sempre as minhas férias em Portugal. Procuro diversificar as minhas escolhas, o que não é difícil num país como o nosso, cheio de locais fantásticos para visitar e estar. Há uns bons anos visitei a zona de Pedras Salgadas e almocei no Vidago Palace Hotel. Fiquei encantada com o espaço, a história e o ambiente que ali encontrei. Prometi a mim mesma que um dia voltaria, para passar uns dias. Este ano concretizei o meu desejo.
Vale a pena começar por contar a história deste local, que tem início no princípio do século XIX, durante o reinado do rei D.Carlos. Nessa altura foram descobertas as propriedades terapêuticas das diversas fontes termais que caracterizam esta região e não tardou até que as curas termais e os espaços de bem-estar se tornassem bastante apreciados pela sociedade aristocrática.
D. Carlos I quis que se construísse ali um espaço luxuoso, com projeção internacional, para acomodar visitantes, turistas e a família real, que vinha em busca dos efeitos terapêuticos das famosas águas minerais. Águas essas que fizeram da Vila de Vidago um pólo de interesse nacional.
A 6 de Outubro de 1910, o projeto abriu portas ao público.
Após a segunda guerra mundial, o Vidago Palace começou a perder fama em termos internacionais. A Europa sofreu grandes alterações sócio-económicas, que, em conjunto com o aparecimento de uma oferta internacional diversificada e com elevados padrões de luxo, resultou no desvanecimento do brilho do Hotel, que acabou por fechar portas em 2006. Nessa altura, o objetivo era fazer uma remodelação completa.
Um século depois da sua inauguração, o Vidago Palace Hotel reabriu cheio de esplendor, mostrando que este local histórico tinha ganho um novo fôlego a todos os níveis.
Os principais responsáveis por este renascimento são os arquitetos de interiores, José Pedro Lopes Vieira e Diogo Rosa Lã, que imaginaram a decoração dos espaços. Já a criação do novo Spa e do Club House, ficou a cargo do conceituadíssimo arquitecto Álvaro Siza Vieira.
O hotel relembra a arte de viver das grandes casas aristocráticas da Belle Époque, valorizando a sua herança arquitetónica, o que resulta na devolução ao hotel, do seu brilho e aura originais.
Conserva detalhes absolutamente encantadores, exibindo materiais nobres ao longo dos seus corredores, mantendo alguns dos móveis originais da sua inauguração, tecidos exuberantes, papéis de parede em seda com motivos expressivos, luminária criteriosamente selecionada e uma subtil gama de cores.
O conforto presente na nobreza dos espaços e nas peças ricas de mobília de madeira escura trabalhada, tão tipicamente portuguesa, coabita na perfeição com os lustres de estilo veneziano e pavimentos de mosaico claro, que se unem aos assoalhados revestidos de espessos tapetes feitos à mão. A sensação que tive ao longo destes dias é que vivia noutra época, cheia de beleza e glamour, mas com uma qualidade de atendimento por parte da equipa, só possível nos dias de hoje.
O Vidago Palace Hotel é o espaço perfeito para namorar.
Desta vez a minha visita não tinha esse objetivo, mas, sim, descansar uns dias com os meus filhos. Ficámos muito felizes por encontrar ali um espaço magnífico para as famílias, por ter bons espaços interiores e exteriores para os garotos e inúmeras actividades para se divertirem. A tudo isto acresce o facto, do Vidago Palace Hotel estar integrado num belíssimo Parque Natural, onde as suas árvores centenárias, o envolvem como um manto protetor.
Criado em 1910, este parque natural apresenta uma paisagem típica do início do século XX, em que as suas alamedas, os seus caminhos, os seus trilhos e os seus espelhos de água, convidam os visitantes a passear por entre o arvoredo que muda de cor conforme as estações do ano.
O verde é a tonalidade-mãe do Vidago Palace Hotel, que nos abraça à chegada e deixa saudade na partida.
