No último ano a Humanidade experienciou algo que julgava impossível nos dias de hoje, tal tem sido a evolução científica e tecnológica. Mas bastou um vírus, que a globalização rapidamente espalhou por todo o Mundo, para que a presunção caísse, com consequências que todos conhecemos e muitos sentimos. E é cada vez mais urgente que se faça uma reflexão sobre quais são os efeitos da pandemia nas pessoas com doença mental e na população em geral.
O impacto da pandemia na Saúde Mental
Ninguém passa por uma situação destas sem alguns danos, mesmo que ligeiros e não percebidos.
As pessoas com doença mental prévia não serão necessariamente as mais afetadas, dependendo do tipo de doença de que sofrem, mas na população em geral as repercussões na sua saúde mental serão significativas (as imediatas ou de curto prazo e as de médio/longo prazo).
Nas primeiras, o sofrimento causado pela morte de pessoas próximas, diminuição de rendimentos, aumento da violência doméstica e/ou protelamento de consultas/tratamentos pelo “medo do contágio” nos hospitais, são exemplos.
Mas será a médio e longo prazo que as consequências serão mais evidentes – stress pós-traumático, abuso de substâncias para “aliviar o sofrimento” e/ou sequelas das perdas já referidas, principalmente de tipo depressivo/ansioso.
Uma outra “pandemia” está por chegar…
A “pandemia” de doença mental será mais sentida no pós-pandemia da SARS-CoV-2.
Espera-se que a fragilidade demonstrada pela sociedade face a um inimigo que não se vê, nos traga uma diminuição do sentimento de omnipotência e uma maior humildade na nossa relação com a Natureza. Se isso acontecer, nem tudo terá sido mau.