Perspectivas sobre a felicidade este ano

Jorge Humberto Dias // Janeiro 4, 2024
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Olhar para o futuro é sempre um desafio. Algumas pessoas não valorizam muito, pois preferem o presente. Outras ainda costumam andar a resolver o passado.

O mundo está com uma velocidade de mudança significativa. Há pessoas a reagir mal e a terem problemas de saúde mental.

As Organizações querem pessoas com elevada capacidade de adaptação à mudança. No entanto, parece que não têm ferramentas para identificar esse perfil e contratar bem. Nas minhas aulas de Adaptabilidade, apliquei aos alunos uma Escala e agora vamos explorá-la num exercício prático. 

Este é um tema atual, pois a competição está na ordem do dia e o fosso entre ricos e pobres continua a aumentar. É preciso muita resiliência e criatividade para conseguir vencer neste mercado. 

Outro aspeto essencial é a ausência de medo. Com as redes sociais, os problemas que outrora existiam face to face estão agora no digital e o número de contas falsas a aumentar. Muitos pedem às tecnológicas que sejam mais rigorosos na gestão dos processos. Parece que, nas contas pagas, esse cenário poderá melhorar.

Sabemos que o número de suicídios no mundo ainda é preocupante e que o cyberbullying tem uma presença cada vez mais relevante. 

É importante que estes temas sejam falados, pois têm em si uma dimensão de tabu, pelo que nem sempre são explorados da melhor forma.

O pensamento crítico vai ser a hard skill do futuro próximo. 

Com uma inteligência artificial cada vez mais apurada e útil, coloca-se a questão: Como fazer a diferença?

Haverá cada vez mais pessoas a especializarem-se em data collection & management, mas a pergunta dos 500 milhões é: O que fazer com esses dados?

Em contexto organizacional, claro que a perspetiva será a do negócio. Mas ainda assim: Como garantir o sucesso?

Sabemos que o sucesso em Portugal (e talvez noutras geografias também) é muito virado para o imediato. Todos os anos fecham demasiadas empresas. 

Na minha leitura, a resposta estará no pensamento crítico. Não em teoria, mas na sua prática. Por isso, tirar um curso não será suficiente. Vai ser necessário construir estudos de caso…

É aqui que surge o valor acrescentado. A Ética está a ser cada vez mais procurada. Mas não é uma Ética tradicional, que muitas vezes foi confundida com o Direito. 

As Nações Unidas, em 11 anos de Ranking Mundial de Felicidade, conseguiram fazer renascer o modelo das virtudes de Aristóteles, que tem cerca de 25 séculos. E mesmo a Psicologia Positiva, que teve um impacto mundial nos últimos anos, tem na sua base esse mesmo modelo. Portanto, a Ética é hoje vista como a disciplina filosófica que estuda a melhor forma de promover um caminho feliz. E sendo a felicidade, para Aristóteles, a grande finalidade da vida humana em sociedade, então, tudo no Planeta deve contribuir para esse desiderato: Governos, Escolas, Autarquias, Empresas, Famílias, Bancos, Clubes, etc..

Para 2024, a União Europeia trouxe como obrigatória a publicação de Relatórios de Sustentabilidade. A ideia é trazer mais transparência às parcerias e confiança nos investimentos. 

Claro que muitas Organizações já o faziam voluntariamente. Mas, ao estar numa Diretiva Comunitária, um novo negócio está em cima da mesa: o especialista em ESG (modelo de trabalho que analisa 3 dimensões: ambiente, questões sociais e gestão) vai ser uma das profissões mais procuradas nos próximos anos.

Aqui em Portugal é um enorme motivo de orgulho ver que a Norma 4590/2023 nasceu no nosso país e vai, em breve, transformar-se numa ISO, ou seja, muitos países vão querer obter certificação na área do bem-estar e da felicidade organizacional. E para quem não sabe, estes temas enquadram-se no S do modelo ESG.

No final de novembro, esta Norma Portuguesa foi falada na Assembleia da OCDE. O Ministério da Educação, através da DGAE, tem o Programa Happy Schools, que vai na 7.ª Edição. O Ministério da Saúde já tinha publicado um despacho para a criação de um grupo de trabalho. O Ministério do Trabalho organizou no dia 29 de novembro uma conferência sobre salário emocional e felicidade. O número de empresas a criar departamentos de felicidade e a contratar Happiness Managers continua a aumentar…

Portanto, tenho esperança nestas conquistas, pois o mundo vai ficar mais ético, mais unido e justo. 

Acredito que um dia a guerra deixará de ser ferramenta de trabalho… Será essa a Felicidade 6.0?

Bom ano!

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