Em que fase do relacionamento estou?

Cláudia Morais // Fevereiro 25, 2025
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Alguma vez deu por si a perguntar: “Em que fase é que nós estamos? O que é isto que estamos a viver?”. Talvez tenha sido num momento de silêncio absoluto, enquanto dobrava a roupa ou olhava para o outro lado da mesa do jantar. Ou talvez tenha sido durante uma discussão, em que a distância emocional pareceu maior do que nunca.

Os relacionamentos são como danças, mesmo que nem sempre tenhamos o distanciamento para percebermos os nossos padrões ou reconhecermos que aquilo que estamos a viver – sobretudo quando é desconfortável – pode ser apenas uma fase, essencial para chegarmos àquela outra que tanto ambicionamos.

5 Fases de um relacionamento amoroso:

1 – A fase da “lua de mel”

No início, para a maioria de nós, o mundo é cheio de luz e oportunidades. Lembra-se de como ele(a) prestava atenção a cada detalhe do que você dizia? Ou de como ria de todas as suas piadas? É uma conexão instantânea, como se finalmente tivessem encontrado algo que faltava. “Ele gosta das mesmas músicas que eu!” ou “Ela adora a minha espontaneidade”. Nesta fase, é fácil confundir afinidade com completude. Porém, esta é a fase mais curta e mais traiçoeira. É quando colocamos os óculos cor-de-rosa e ignoramos os sinais de alerta. Lembra-se daquela irritante mania de deixar as luzes acesas? Ou do modo como ele(a) quer fazer planos com tudo cronometrado? Durante a “lua de mel”, essas coisas são “fofas”. Mais tarde, tornam-se desafios. E isso é normal.

2 – Quando as diferenças surgem

Imagine que a sua relação é como decorar uma casa juntos. No início, tudo parece espetacular: vocês adoram as cores, os móveis combinam. Mas, com o tempo, percebe que os detalhes se tornam fontes de tensão. “Por que é que ele nunca coloca as almofadas no lugar?” ou “Por que é que ela insiste em comprar plantas que nem sequer rega?”. As diferenças surgem porque são inevitáveis. E o que escolhemos fazer aqui é decisivo. Pode reagir com resistência, tentando mudar o outro. Ou pode olhar mais de perto e perguntar: “O que é que esta diferença está a pedir de mim?” Talvez seja um convite para aprender a ceder, a negociar ou, simplesmente, a deixar ir. Ou então é exatamente o oposto: dá por si a reparar em comportamentos que não são negociáveis e é hora de definir – gentilmente e com firmeza – os seus limites.

3 – A fase do conflito

Os conflitos não são “o” problema. O problema é a forma como os enfrentamos. Numa sessão de terapia, uma mulher disse-me: “Eu sinto que ele só ouve metade do que eu digo”. E ele respondeu: “Eu sinto que ela fala tanto que eu nem sei como entrar na conversa”. Ambos estavam certos — e ambos estavam a errar.

Cada um tem a sua maneira de lidar com o conflito. Algumas pessoas gritam; outras afastam-se. Ambas as reações são naturais, mas nenhuma constrói. Uma maneira prática de começar é esta: antes de responder de forma impulsiva ao que o outro disse, pergunte-se: “Como é que eu me sinto? Do que é que eu preciso?”. E depois mostre os seus sentimentos e as suas necessidades de forma clara, mas gentil.

A resolução dos conflitos vai permitir responder às perguntas: “Posso confiar ti? Vais estar ao meu lado quando eu precisar?”. A confiança não se constrói só com palavras, mas com ações. É sobre estar presente quando o outro precisa, sobre prestar atenção, mesmo quando a vontade é a de rebater. É o momento em que os casais aprendem a virar-se um para o outro, a aceitar que nem sempre terão as mesmas opiniões, mas que podem coexistir nas diferenças.

4 – O desafio da reparação

Quando a conexão se quebra, a reparação é um ato de coragem. Não é sobre voltar ao que era antes, mas sobre criar algo novo e mais forte.

Imagine, depois de uma discussão, decidir ouvir em vez de culpar. Ou talvez escrever uma mensagem inesperada a dizer: “Eu percebi que te magoei, e quero perceber o que é que posso fazer para que isso não aconteça”. Reparar é um convite para recomeçar, um pequeno gesto que pode transformar um abismo numa ponte.

5 – O amor que permanece

O amor verdadeiro não é sobre perfeição. É sobre aceitar o outro como ele é, com todas as suas complexidades. Aqui, os casais encontram um ritmo mais tranquilo, onde os gestos diários — como preparar um café ou segurar a mão em silêncio — se tornam as verdadeiras declarações de amor. Nesta fase, o respeito, o amparo e a gratidão sustentam a relação. Não se trata de resignação, mas de apreciação: “Eu escolho-te todos os dias, não porque seja fácil, mas porque vale a pena”.

E você? Em que fase está? 

A pergunta não é para trazer julgamentos (sobre si ou sobre a pessoa que está ao seu lado), mas para refletir. Está a fugir ou a enfrentar? A construir ou a destruir? Os relacionamentos nunca são estáticos, mas as escolhas que faz hoje podem determinar se estará mais perto da conexão ou do distanciamento.

Pergunte-se: Como posso ser mais presente? Como posso ser mais vulnerável? E, acima de tudo, como posso crescer com este amor, mesmo que ele nem sempre seja fácil?

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