5 passos para melhorar a motivação nos estudos 

Hugo Morais // Setembro 24, 2024
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motivação
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A motivação desempenha um papel muito importante no processo de aprendizagem e na obtenção de bons resultados académicos. Pode ser vista como uma força que impulsiona o estudante a agir e a persistir numa atividade, até atingir um objetivo específico. Neste artigo pretendo deixar-vos um método sequencial de 5 passos para conseguirem estar mais motivados nos vossos estudos. 

Comecemos por esta reflexão: a desmotivação nos estudos, independentemente da fase em que estão no vosso percurso académico, é algo que vai acontecer, e provavelmente mais do que uma vez. Uma das principais razões é o facto de não conseguirmos ter uma visão clara daquilo que nos vemos a fazer no futuro. Muitas das vezes surge aquela questão: “Mas porque é que eu estou a estudar?”. Certo? Sei como se sentem.

Quando para vocês for claro qual a profissão que querem seguir e o motivo que vos leva a desejar ter essa profissão, então será muito mais fácil não só perceberem as escolhas que precisam de tomar, mas também aceitarem o esforço que precisam despender, porque agora já sabem para onde estão a caminhar e porquê. O que, consequentemente, se traduz numa maior motivação no vosso dia a dia, porque aí, já sabem que a vossa dedicação vai deixar-vos mais próximos do objetivo que traçaram.

5 passos para melhorar a motivação nos estudos: 

1.º Passo – A partilha 

Partilhar objetivos e compromissos com outros é algo muito mais poderoso do que aquilo que podemos imaginar. Para isso, deixo aqui este exercício para ajudar: 

  1. Definam quais as notas que querem atingir no final do ano. Sejam equilibrados nesses objetivos, ou seja, devem ser atingíveis e ambiciosos ao mesmo tempo;
  2. De seguida façam uma lista de coisas onde podem melhorar para atingir esses objetivos, nomeadamente quais as mudanças de comportamento que precisam de implementar;
  3. Finalmente coloquem o dia em que vão iniciar essas mudanças e partilhem com 3 pessoas, esses objetivos e esses compromissos.

Análise: Falharmos sem que ninguém saiba é sempre muito mais fácil do que falharmos publicamente. É por isso que partilhar objetivos e compromissos com outras pessoas, vos vai proporcionar muito mais poder na vontade de os atingir.

2.º Passo – O meu dia 

Façam um descritivo de um dia típico de escola que tenham (desde a hora que acordam até se deitarem) e coloquem todas as atividades do vosso dia. Agora analisem esse dia, escrevam o que poderiam fazer de diferente e onde poderiam ter sido mais produtivos. Façam este exercício em cada dia, ao longo de toda a vossa semana, inclusivamente no fim-de-semana. O objetivo é no final de 7 dias, conseguirem identificar um conjunto de anotações que ao serem aplicadas vos tornará mais produtivos, e podem começar a aplicar logo na semana seguinte.

Análise: a autocrítica é essencial para a melhoria da gestão do nosso tempo. E começa sempre por conseguirmos discernir de forma objetiva onde o tempo é um gasto, de onde o tempo é um investimento. Com esta auto análise vamos perceber que, por vezes, basta aproveitarmos melhor 30min do nosso dia e os resultados e a ansiedade diminuem consideravelmente. Porquê? Porque estamos a cumprir connosco e alinhados com os nossos objetivos. Concluindo: a motivação muitas vezes é apenas uma questão de consistência, consistência no fazer.

3.º Passo – Aconselha-te

Reunir um grupo, no mínimo de 4 amigos, para uma atividade em conjunto, em que vão todos escrever numa folha a resposta à seguinte pergunta: “Quais as minhas dificuldades em conseguir as notas que quero?”. Cada um escreve na sua folha a resposta a essa pergunta. Depois, um de cada vez, partilha o que escreveu aos outros elementos, e os outros enquanto ouvem vão escrever possíveis conselhos a dar a essa pessoa para superar essas dificuldades. Quando todos terminarem de partilharem as dificuldades, segue-se uma ronda em que cada elemento escuta os conselhos que os outros têm para dar, e assim sucessivamente.

Análise: muitas das vezes os bons conselhos que damos aos outros, podem ser bem mais úteis para nós próprios. Para além que mais gente a pensar, mais soluções fora da caixa conseguimos obter, coisas que até podem ser óbvias, mas que no momento não estamos a ver.

4.º Passo – A mudança

Nós, ao nível da motivação, funcionamos de formas diferentes, uns ficam mais motivados com alguém que nos incentive, outros com alguém a dizer-nos que não somos capazes e que mexem com o nosso ego. Uns gostam de ser mimados, outros “picados”, e atenção que a própria pessoa varia conforme o tema, ou a fase emocional em que está. Portanto, a forma como nos motivamos tem origens diferentes em cada um de nós. No entanto, os estudos revelam que a fuga da dor e a procura do prazer são as duas maiores fontes de motivação para um ser humano partir para a ação. Aqui vamos utilizar os 2 cenários, o da dor, ou seja o que vai acontecer se continuares no mesmo caminho, e o do prazer, ou seja visualizar o que queres atingir e como pequenas mudanças te vão permitir chegar lá.

Para este exercício vão responder por escrito à seguinte questão: “O que irá acontecer se eu continuar a fazer as coisas como estou a fazer?”. E fazemos por camadas temporais.

Exemplo: Imagina-te no final deste ano letivo, a continuares a fazer as coisas como estás a fazer o que vai acontecer? “Bom, provavelmente não vou ter as notas que quero e preciso.” Ok. E qual a consequência disso? “Bom, provavelmente não vou entrar num bom curso como queira.” Ok. E qual a consequência disso? “Bom, depois provavelmente não irei ter um emprego que me satisfaça.” Ok. Então, agora imagina-te a sentires essa frustração, essa tristeza de acordares e ires para um trabalho que não gostas… Descreve como é que te sentes ao não estares a viver a vida que ambicionas. Por fim, vive e sente essa frustração com intensidade, porque é aquilo que irás sentir, se nada fizeres de diferente.

Agora vamos fazer o inverso. Vão escrever a resposta à seguinte questão: “O que irá acontecer se mudares o teu estado de espírito e começares a ter comportamentos alinhados com os teus objetivos?”. E voltamos a fazer por camadas temporais.

Exemplo: Imagina-te no final deste ano letivo, se começares hoje a dedicar mais, a estar mais focado e motivado, o que vai acontecer? “Bom, provavelmente vou ter melhores notas.” Ok. E como é que te sentes? “Perante esses resultados que são melhores? Sinto-me bem, orgulhoso e ainda mais motivado.” Ok. E o que achas que pode resultar disso? “Estou mais perto de entrar num curso que queira.” Ok. E como te sentirias se entrasses num curso que realmente queres e que sentes que vais gostar? “Vou-me sentir feliz, realizado, com a autoestima em alta.” Agora imagina-te a sentir essa felicidade, a transmitires essas notícias a quem te rodeia, imagina-te e sente essa alegria, esse orgulho em ti mesmo, essa confiança. 

Análise: o sentimento de necessidade de mudança é mais urgente e tem mais impacto, quando sentimos hoje as consequências e emoções desta desmotivação no nosso futuro. Com dor ou com prazer, usa o que for mais eficaz para ti.

5.º Passo – A técnica dos 5 porquês

Para termos muito bem presente a verdadeira e mais profunda razão porque queremos alguma coisa, façam o teste dos 5 porquês. Que consiste em ir a camadas mais profundas daquilo que nos move nos nossos porquês, por isso façam mesmo a pergunta: “Porque é que querem sentir-se mais motivados nos estudos?”. E vão até à 5.ª camada dos vossos porquês.

Exemplo de exercício: 

  1. Porque é que quero estar motivado nos estudos? R: “Porque quero tirar boas notas.” 
  2. E porque queres tirar boas notas? R: “Para entrar para um bom curso.” 
  3. E porque queres entrar para um bom curso? R: “Porque quero ter um bom trabalho.”
  4. E porque queres ter um bom trabalho? R: “Porque quero ter dinheiro para ajudar a minha família.”
  5. E porque é que queres ter dinheiro para ajudar a tua família? R: “Porque quero dar e contribuir para que a minha família tenha uma boa vida e agradecer tudo o que fez por mim.” 

Ora é quando chegamos ao nosso 5.º porquê que sentimos a verdadeira fonte para a nossa motivação, esse é o nosso mais intenso e genuíno porquê. A partir de agora quando pensarem porque querem estar mais motivados nos estudos, a vossa resposta será a que estiver na 5.ª camada, pois essa é a mais profunda e é aquela que vos vai mover e fazer partir para a ação, mesmo quando não vos apetecer. Procurem fazer o teste dos 5 porquês em outras vertentes da vossa vida e percebam o seu verdadeiro poder.

Apliquem estes 5 passos para conseguirem estar mais motivados nos vossos estudos.

Procurem fazer os exercícios todos e de forma sequencial, acreditem no processo, e comecem hoje a fazer diferente. Let´s do this!

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