12 Estratégias para gerir o stress e a ansiedade no Natal

Mariana Caldeira // Dezembro 9, 2024
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Natal
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Chegou o tão temido mês para tantas pessoas. Pouco falamos sobre isto, mas a verdade é que o Natal pode pesar para quem tem de estar com familiares mais difíceis. Vivemos numa sociedade que dá muita importância à família, e de facto a família é importante, mas também pode causar muitos danos. Estas crenças sociais fazem com que a maioria das pessoas sinta uma pressão muito grande para que o Natal seja vivido em família. 

O lado menos falado do Natal…

À partida, esta época implica convívios familiares e estes momentos são propícios para situações que podem ser muito desconfortáveis, tais como:

  • Comentários sobre o nosso corpo ou o que comemos;
  • Perguntas mais intrusivas sobre a nossa vida privada;
  • Comparações com outros familiares;
  • Críticas, cobranças, chantagens emocionais. 

Estas situações, para além de causarem um grande desconforto, são muito difíceis de gerir emocionalmente e podem efetivamente causar danos na nossa autoestima. E tudo isto pode ser verdadeiramente pesado para quem tem famílias mais difíceis. 

“Natal é família, amor e união.” Mas, será que é mesmo assim para todos?

Numa altura em que se ouvem músicas de Natal por todo o lado, em que a publicidade promove estes encontros familiares em torno da mesa e em que parece que não existe sequer a possibilidade de podermos pensar num Natal diferente, porque “Natal é família, amor e união”, há de facto quem fique num lugar, simbolicamente falando, muito desafiante. 

Quando nos encontramos neste lugar, em que não sentimos o tal amor e união, podemos acreditar que estamos errados, que o problema é nosso. Afinal, parece que todas as outras pessoas à nossa volta gostam do Natal e são felizes nesta época, exceto nós! E quando tentamos falar sobre o que sentimos, somos desvalorizados porque “família é família”. Esta invalidação pode atingir proporções maiores quando pensamos e sentimos que não temos uma família boa para nós porque não somos merecedores e/ou não somos suficientemente bons.

Importa desconstruir estas crenças, porque não é por ser família que temos de aceitar maus-tratos, humilhações, manipulações, entre outros. E não é por ser Natal que temos de estar com quem nos faz sentir mal. 

O desafio de fazer diferente

Mas falar é fácil, e a realidade não é assim tão simples. Muitas vezes deixar de passar o Natal com a família implica ficarmos sozinhos, e isso também cria um grande peso. Implica também sentir o julgamento dos outros, nomeadamente de familiares, e isso pode causar muita angústia e até culpa.

Como gerir o stress e a ansiedade no Natal?

Como sei que, à partida, não é fácil fazer diferente, deixo, de seguida, algumas estratégias para gerir a ansiedade desta época:

  1. Seleciona os conteúdos que consomes nas redes sociais;
  2. Aumenta os momentos de autocuidado;
  3. Dá atenção e espaço ao que sentes. As tuas emoções são válidas e precisam de ser geridas;
  4. Respeita os teus limites e protege-te de situações que causem desconforto (como por exemplo: ir a centros comerciais, ir a jantares de Natal, etc.);
  5. Promove momentos sociais com pessoas que te façam sentir bem;
  6. Organiza os dias das festividades de forma que estejas menos tempo com pessoas que te causem desconforto;
  7. Pede apoio a alguém da tua confiança para te ajudar a sair de situações ou conversas desconfortáveis (podem ter um sinal, por exemplo);
  8. Estabelece limites, mesmo que indiretos (como por exemplo: sair das situações), para que não haja tanto espaço para estares nessas situações desconfortáveis;
  9. Permite-te comer de forma livre para evitar um ciclo de restrições e de exageros. Lembra-te que perdido por cem é só perdido por cem, não é perdido por mil;
  10. Identifica os teus gatilhos (aquilo que os outros dizem ou fazem e que te levam a reagir de forma mais exagerada) e respira fundo nessas situações, não vais resolver nada nestes contextos;
  11. Ajusta as tuas expectativas em relação aos presentes, às refeições, às pessoas e às suas atitudes;
  12. Cria uma distância emocional. Aceita que não podes mudar os outros e que aquilo que os outros fazem diz mais sobre eles do que sobre ti;

E porque não procurar ajuda profissional?

Pode ser importante procurar ajuda. A terapia proporciona um espaço seguro que nos permite pensar sobre tudo o que temos cá dentro.

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