O Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, ou Dia Mundial do Autismo, assinala-se a 02 de Abril. Esta é uma data cujo objetivo é ajudar a consciencializar sobre esta Perturbação do Espectro do Autismo. Vamos, então, falar sobre o Autismo.
Estima-se que o Autismo afete 50 mil portugueses, cerca de 1 em cada 1000 crianças em idade escolar, com predomínio no sexo masculino. Mas, comecemos pelo início: afinal, o que é o Autismo?
O que é o Autismo?
O Autismo, ou Perturbação do Espectro do Autismo (PEA), é uma Perturbação do Neurodesenvolvimento que se caracteriza por:
- Dificuldades na comunicação verbal e não-verbal,
- Dificuldades na interacção social,
- Comportamentos repetitivos e/ou
- Interesses marcados e restritos por objectos ou temas específicos.
A designação de Espectro foi atribuída pela variabilidade dos sintomas, desde as formas mais leves (sintomas residuais e vida autónoma) até às formas mais graves (necessidade constante de supervisão por terceiros).
Quais são os sinais de alarme?
Os sinais geralmente aparecem durante a primeira infância, e em algumas crianças mesmo antes de 1 ano, e afetam a capacidade de comunicar e interagir com outras pessoas.
Os sinais de alarme incluem:
- Evitamento do olhar;
- Atraso da linguagem ou regressão das palavras já faladas;
- Não usar frases de duas palavras aos 2 anos;
- Ausência de imitação;
- Não responder ao nome;
- Não apontar com o dedo;
- Não procurar a atenção dos pais;
- Não revelar intenção de comunicar;
- Não fazerem gracinhas ou brincadeiras de imitação (como por exemplo: bater palminhas);
- Comportamentos repetitivos como rodar objectos ou alinhar formas e cores;
- Movimentos corporais anormais e posturas pouco comuns.
A maioria das crianças com Autismo assemelha-se fisicamente às outras, mas exibe um comportamento diferente. É necessária uma avaliação e observação médica detalhada e integrada para confirmar o significado destes sintomas, já que algumas crianças têm sintomas isolados que não correspondem necessariamente ao diagnóstico de PEA.
Quais são os principais tratamentos para o Autismo?
Esta é uma Perturbação que não tem cura. No entanto, e com o objectivo de alterar os comportamentos mal-adaptativos e melhorar as competências sociais, existem diversos modelos de intervenção. Deve existir uma combinação de intervenções parentais e escolares estruturadas e adaptadas, complementadas com técnicas comportamentais.
Não existem medicamentos específicos, mas a utilização de medicação tem efeito benéfico nos sintomas secundários que podem acompanhar esta doença, nomeadamente nos problemas de comportamento, de humor e de sono.
A importância de um diagnóstico precoce
Apesar de nem todas as crianças com esta sintomatologia desenvolverem Autismo, a deteção precoce destes sinais é essencial para um rápido diagnóstico, intervenção e prognóstico. O mais importante é reconhecer que existem sinais de alarme e intervir de forma apropriada.