Sobreviver às alergias

Mário Morais de Almeida // Março 23, 2018
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Porque existem tantas alergias nesta estação?

As alergias são a reacção exagerada do organismo humano em resposta ao ambiente que nos rodeia. Quando existe uma doença alérgica estamos em luta contra algo que devíamos tolerar: “as alergias são um excesso de defesas”. E, os “inimigos” podem ser alergénios de ácaros, de animais, de alimentos, de medicamentos e … de pólenes. Por isso é que esta época é tão complicada para quem sofre de alergias.

E, quais são as alergias mais frequentes na Primavera?

A rinite é a manifestação alérgica mais comum, sendo uma das doenças crónicas mais frequentes. Os sintomas são espirros, nariz congestionado, comichão e pingo no nariz. E, estas queixas associam-se com muita frequência a sintomas oculares de conjuntivite alérgica: olho vermelho, com comichão, lacrimejo e sensação de corpo estranho. E, as complicações podem ser muitas, quer da doença, quer de tratamentos mal orientados.

A asma identifica-se por sintomas de tosse, dificuldade em respirar, opressão no peito, pieira e cansaço, sendo uma causa frequente de faltas à escola e ao trabalho, de idas ao serviço de urgência e de internamentos hospitalares. Pode mesmo ser causa de morte. A limitação da qualidade de vida é frequente. Tosse, pieira ou dificuldade em respirar desencadeadas pelos esforços físicos, riso ou choro são achados frequentes, mas que não devem ocorrer numa asma que se quer controlada.

E, não podemos esquecer as alergias na pele, que frequentemente provocam muita comichão, como é o caso da urticária e do eczema.  

Podemos evitar as alergias?

Sim! As doenças alérgicas não têm cura, mas podem e devem ser controladas através de um programa de prevenção. E, que não é feita só com medicamentos. Diagnosticar o mais cedo possível, tratar, prevenir e controlar. É, até, bem simples se fizermos o caminho certo.

Que tipos de tratamento existem?

O tratamento divide-se em várias etapas, mas assenta sempre num diagnóstico bem feito. E, este, com demasiada frequência, não foi ainda efectuado em especial nas crianças. E, não é muito difícil de o fazer, seja na criança, seja no adulto. Fale com os profissionais de saúde e refira os seus sintomas ou os dos seus filhos.

Existem ainda alguns aspectos fundamentais que deve ter em atenção:

– a educação do doente e da sua família / conviventes;

– a evicção de factores de agravamento, como são, por exemplo, a redução da exposição aos alergénios como acontece na Primavera ou a limitação da exposição a poluentes com destaque para o fumo de tabaco e também a redução da ocorrência de infeções;

– o tratamento dos episódios agudos ou crises, nomeadamente com recurso a antihistamínicos não sedativos;

– o planeamento do tratamento preventivo ou de controlo, recorrendo a medicamentos anti-alérgicos ou anti-inflamatórios por períodos mais ou menos prolongados;

– a indicação de vacinas antialérgicas receitadas por alergologistas, que são um tratamento específico com grande eficácia.

5 dicas para evitar as alergias aos pólenes

Para os doentes alérgicos aos pólenes, para além da toma de medicamentos, algumas medidas podem ser muito úteis:

  1. conhecer o boletim polínico da região (disponível no site da SPAIC: www.spaic.pt);
  2. planear viagens (trabalho ou férias), elegendo meses e locais livres do(s) pólen(s) para os quais é alérgico;
  3. evitar ir para o campo durante os períodos de grande concentração de pólenes;
  4. usar óculos escuros no exterior dos edifícios;
  5. viajar com as janelas do carro fechadas e os motociclistas devem usar capacete integral.

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