Qual o conceito de liberdade?
Para uns é fácil definir, para outro é muito difícil. Para se ter liberdade o primeiro passo é sentirmo-nos livres. No dicionário da língua Portuguesa “liberdade” é: Direito de proceder conforme nos pareça, contanto que esse direito não vá contra o direito de outrem.
Em teoria é muito simples, mas na prática é preciso um trabalho diário para não se ficar preso dentro de nós mesmos, dentro dos nossos medos, das nossas crenças e das nossas rotinas.
Todos nós já passamos alguma vez na vida pelas nossas prisões internas. Presos aos relacionamentos, às nossas cidades, aos vícios, empregos, escolhas e por aí fora. Nessas alturas estamos lá porque nos acomodamos. Ficamos instalados presos aos medos, à falta de coragem para fazer algo diferente e até mesmo a algum egoísmo.
Mas, existe um momento dentro de nós em que queremos crescer mais um pouco e chegar aos sonhos com a liberdade interior de sermos quem somos. Eu chamo a isso transcender a vida. E, isso está ao alcance de todos.
Será que viajamos para ser livres ou somos livres para viajar?
Existe algo, que sinto, termos todos em comum – vontade de viajar, de explorar o mundo. Nas viagens com alma que fazemos, sejam em companhia ou sozinhos, sejam no nosso bairro ou, por exemplo, na Índia, dormindo num hotel ou num hostel, essa vontade e a sensação de liberdade estão sempre presentes.
Não interessa se vamos ver a arte da arquitetura em Roma, a natureza nas montanhas do Nepal, as gentes de Bali, o Deserto do Saara em Marrocos, a organização e beleza do Japão ou a magia de Sintra, a minha terra natal. Não interessa o destino, pois uma coisa é certa, no final de todas as viagens a sensação de liberdade faz-se sentir em todas pessoas, por mais diferentes que elas sejam.
Liberdade de viajar é procurar novidades de um mundo que acrescente algo dentro de cada um de nós quando vivemos as experiências, conhecemos os nossos limites e até os extrapolamos saindo das nossas rotinas.
Acampar no meio da floresta com direito a chuva e toda a natureza ou ficar instalado comodamente num hotel de cinco estrelas com banhos quentes ao luar, são ambas experiências que nos leva a sair da nossa zona de conforto. Ambas nos podem levar a uma prova, a testar os nossos seres. Tudo porque vivenciamos o nosso desconhecido e é aí que toda a liberdade entra dentro de nós, pela magia de apenas viver.
A intensidade de cada viagem leva-nos a sentirmos mais solto, desprendidos, livres. Viajar é um processo que acelera a vivência de coisas novas. Ao vivermos novidades sentimo-nos diferentes, inovadores e mais livres. Essa a magia é o vício de quem viaja. Na minha longa experiência a viajar pelo mundo, há 25 anos organizando viagens com alma com a Zen family (uma empresa criada com amor por mim), observo como cada pessoa se transforma e se sente mais livre.
Quando saímos da zona de conforto distanciamo-nos da nossa zona de controle. Esse distanciamento físico leva-nos a sentir uma liberdade que não se explica. Isso faz-nos voltar sempre um pouco diferentes, mais genuínos e livres interiormente. Mas, se não tivermos cuidado acabamos por ficar de novo presos nas rotinas da vida e rapidamente voltamos a sentir essa falta de liberdade interior. Por isso, as viagens são algo que nos leva a soltar o melhor perfume de nós. E, que belos somos todos nós!
A liberdade compensa.
Viajar é umas das possibilidades de viver a liberdade sem muitas regras, sem horários, sem muitos conceitos das nossas rotinas, com o poder de escolher a cada momento. Para muitos, quando se entregam à viagem fica-se com a sensação de sermos livres e descobre-se partes de nós belas que estavam escondidas. Voa-se dentro e fora de nós mesmos.
O avião apenas vai, quem voa sou eu.”
Alice Ruiz
Para mim, existe uma relação muito próxima entre a viagem e a vida. Essa relação pode ajudar-nos muito a ser um pouco mais livres. Nas nossas rotinas existe sempre um “acomodar” que nos leva a ficar instalados na nossa zona de conforto. Viajar é sair da rotina, dos hábitos. É injectar uma dose de ânimo para viver uma vida baseada em experiências e não em teorias.
O uso das viagens serve para regular a imaginação através da realidade, e assim ao invés de imaginar como as coisas talvez sejam, você vê como elas realmente são.”
Samuel Johnson
Seguir o instinto da liberdade de viajar pelo mundo faz viver experiências únicas que faz mudar as nossas perspetivas da vida. Alguns preconceitos antigos podem ser desconstruídos, o nosso olhar sobre a vida pode mudar e isso traz uma maior liberdade de aceitar as diferenças. Quanto mais nos aproximamos do nosso interior, mais livres nos sentimos. Viajar pelo mundo, dentro e fora, leva-nos a sentir mais livres.
A vida é o que fazemos delas. As viagens são os viajantes. O que vemos não é o que vemos, senão o que somos.”
Fernando Pessoa
As viagens são geniais, porque quando viajamos, esta é a melhor forma de nos perdermos e de nos encontrarmos ao mesmo tempo. Essa é uma sensação de liberdade única que nos faz sentir realmente vivos.
Viajar é trocar a roupa da Alma.”
Mario Quintana
Todas as viagens são fantásticas, mesmo aquelas que fazemos pelo nosso bairro. Todo o encanto depende apenas do estado da nossa alma. Nós somos o que caminhamos, o que vivemos, o que sentimos.
Quando damos um passo para a liberdade, ela dá dois passos na direção de nós mesmos.
Sempre a fluir e a sorrir!