Sabe ler os resultados das suas análises?

José Santos // Novembro 27, 2018
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Há cerca de 2 anos, li no jornal Público o seguinte título: “Portugueses confiam mais nos exames dos que nos conselhos dos médicos”. Apesar do título exuberante, os autores do estudo não concluíram que há falta de confiança nos médicos; O que existe é um excesso de confiança nos exames, mais corretamente denominados: exames complementares de diagnóstico – como, por exemplo, análises e radiografias.

Este excesso de confiança gera uma utilização excessiva e desnecessária dos exames, que em muitos casos, vão eles próprios gerar preocupação, ansiedade e, por vezes, mesmo efeitos secundários ou, em casos extremos, iatrogenia: doença causada pela intervenção médica.

Qual a finalidade dos exames complementares de diagnóstico?

Os exames complementares de diagnóstico servem para auxiliarem os médicos no diagnóstico de eventuais problemas de saúde, doença. Assim sendo a primeira coisa que me apetece escrever sobre este tema é: “Não leia as suas análises”!

Não leia as suas análises!

Mesmo para as análises mais usuais, como é o caso de um hemograma, onde se estuda as células que compõem o sangue – glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e habitualmente também as plaquetas – são estudados e analisados múltiplos parâmetros, que têm de ser lidos em conjunto. Ou seja, não é só olhar para o doseamento da hemoglobina e dizer que o valor é inferior ao limite considerado habitual para o laboratório que\se confirma uma anemia.

A primeira regra é “ler” as análises em função da pessoa que temos na nossa frente. A conversa sobre os sintomas que a pessoa verbaliza, em conjunto com a observação da pessoa (denominada “Exame Objectivo”), vão orientar o médico para o diagnóstico – mesmo que estejam presentes alterações nas análises não significa que exista doença. Ou seja, os médicos não tratam análises nem radiografias; Tratam pessoas. Os exames auxiliam no diagnóstico, mas raramente são definitivos.

O principal foco deve ser a saúde.

As pessoas precisam de se focar mais na sua saúde e não na doença. Os portugueses precisam de ter mais conhecimento sobre saúde. Aprender a comer e a cuidar da sua alimentação, iniciar e manter programas regulares de exercício físico e descansar horas suficientes e com qualidade para melhorarem o relaxamento e manterem relações sociais, saudáveis com um grupo de amigos e familiares de forma a se sentirem socialmente integradosestas são as bases da saúde.

Siga as instruções do seu médico.

Aconselhe-se com o seu médico, coloque-lhe as suas dúvidas. Se o seu médico não souber certamente fará o possível para o esclarecer. É para isso que fomos treinados e continuamos a estudar, para o orientar e ajudar no processo de saúde-doença.

Siga as indicações do seu médico e não tenha vergonha de lhe perguntar sobre as dúvidas que tenha, mesmo que sejam sobre as suas análises. Mas, acima de tudo fale com ele sobre saúde. Exija atenção e cuidado na sua consulta. Cuide da sua saúde para não ter de fazer um “curso” sobre uma qualquer doença.

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