Nesta altura do ano, em que terminamos o primeiro trimestre de um ano tão cheio de incertezas, são-nos colocadas muitas situações nas nossas vidas, que nos obrigam a tomar decisões. Decisões essas que, para uns, permitam garantir a sobrevivência e, para outros, permitam cuidar mais de si próprios. Decisões que implicam, com frequência, grandes alterações na vida. O certo é que cada um de nós, e cada qual à sua maneira, é obrigado a renascer para conseguir viver uma vida diferente.
Para mim, renascer tem uma conotação bastante positiva.
Significa sempre que alguém não aceita baixar os braços, que não aceita fazer mais ou menos, que não aceita a infelicidade como uma condição. Renascer deveria ser algo normal para todos, mas na verdade não é, porque nem todas as pessoas têm coragem de deixar aquilo que é garantido, aquilo que supostamente é seguro e irem à procura de outros caminhos.
Às vezes o renascer impõe-se como uma urgência.
É preciso renascer quando, por exemplo, se perde o emprego, situação pela qual tantas pessoas estão a passar agora, em consequência da pandemia. E isto significa o quê? Que é preciso arregaçar as mangas e ir à procura de outras soluções, outros caminhos que permitam reverter esta situação de fragilidade. Ou seja, é preciso renascer. Renascer é também uma necessidade quando temos consciência de que estamos a viver longe daquilo que nos faz felizes. Que não estamos a fazer um caminho que nos traga as experiências, o crescimento e a felicidade que merecemos. E nessas situações, o que se pede e o que é urgente é, precisamente, renascer.
Mas, afinal, o que significa renascer?
Significa virar as costas ao velho, virar as costas àquilo que foi uma forma de funcionar até aí, virar as costas àquilo que achamos que é garantido e seguro e, simplesmente, arriscar. Atrevermo-nos. Ver no renascimento uma oportunidade gigante, de alcançarmos uma felicidade que não sentimos neste momento.
Esta é a altura de pormos as fichas todas neste renascer. E podem ter a certeza, que a vida nos sorri, sempre que nós nos escolhemos.
Nota: Fotografia por Verónica Silva