A osteoporose é caracterizada pela perda de massa óssea e alterações na microarquitectura do osso tornando-o mais frágil e mais propenso a fraturas. A sua existência pode ser silenciosa até surgir a primeira fratura.
No mundo ocidental, cerca de 1 em cada 3 mulheres e 1 em cada 5 homens, com mais de 50 anos de idade, terão uma fratura de fragilidade ao longo da vida.
Estão identificados vários fatores de risco para a osteoporose e podem ser divididos em dois grupos: fatores de risco não modificáveis e modificáveis.
Temos de os conhecer para que possamos prevenir a osteoporose e as suas consequências, nomeadamente as fraturas osteoporóticas.
No primeiro grupo estão aqueles fatores que não podemos modificar, tais como:
- o caso da nossa herança genética (vários genes que herdamos dos nossos pais);
- o sexo (as mulheres com idade igual ou superior a 50 anos, quando comparadas com homens da mesma idade, têm quatro vezes mais probabilidade de ter osteoporose e de sofrer fraturas);
- a história de ter tido uma fratura prévia (importante fator de risco para nova fratura, independentemente da localização onde ocorreu a primeira fratura);
- a história familiar de fratura da anca no pai ou na mãe (confere um risco aumentado de fratura);
- a raça e a etnia (a taxa de fraturas é 50% mais elevada em mulheres de raça branca do que em mulheres de raça negra nos EUA).
Como evitar o surgimento da osteoporose?
No grupo dos fatores de risco modificáveis encontram-se aqueles fatores que podemos e devemos modificar de forma a evitar o surgimento da osteoporose. São eles:
- o consumo exagerado de álcool (nos jovens, o álcool impede o desenvolvimento do pico ideal de massa óssea que todos os jovens devem atingir e, nos idosos, o álcool acelera a perda de massa óssea e aumenta o risco de vir a sofrer uma fratura osteoporótica);
- o hábito de fumar (afeta negativamente o osso levando à perda de massa óssea e, consequentemente, ao aumento do risco de fratura);
- a ingestão desadequada de cálcio na dieta (uma dieta equilibrada, rica em cálcio deve fazer parte da vida diária de qualquer pessoa, independentemente da idade. Os alimentos mais ricos em cálcio são o leite e derivados – queijo, iogurtes etc.; os legumes verdes – por exemplo: brócolos e espinafres; alguns cereais, frutos secos e alguns peixes – principalmente aqueles que se podem comer com espinhas. O cálcio proveniente dos laticínios é o mais facilmente absorvido pelo nosso organismo);
- os níveis deficientes de vitamina D (este é um problema comum a vários países e Portugal não é exceção. Sendo o sol a principal fonte de vitamina D, é importante a exposição diária ao sol durante 10-15 minutos, sem protetor solar. Contudo, a pigmentação da pele, a idade avançada e a aplicação tópica de cremes com protetores solares reduzem a produção de vitamina D, pelo que pode ser necessário fazer suplementos de vitamina D);
- a prática de exercício físico de forma regular (este é muito importante em todas as fases da vida. Durante o crescimento até ao início da idade adulta contribui para atingir um bom pico de massa óssea e, mais tarde, permite que a perda de massa óssea seja mais lenta ou que estabilize. Nos mais idosos, a imobilização e diminuição da atividade física são importantes preditores de perda de massa óssea, ocorrência de quedas e de fraturas).
Muitos destes fatores de risco podem ocorrer simultaneamente no mesmo indivíduo, e o seu efeito conjunto pode aumentar o risco de osteoporose.
A identificação destes múltiplos fatores de risco, muitos deles modificáveis, constituem uma ferramenta muito importante para que se adotem estilos de vida saudáveis de forma a prevenir a osteoporose.