Setembro é um mês de regresso. De regresso à rotina, a nós mesmos e a novas metas. À semelhança de Janeiro, estes são meses onde tendemos a repensar nos nossos objetivos, onde, por norma, voltamos a traçar prioridades, metas e queremos ter mais sucesso e ser mais saudáveis.
Este é um mês onde somos invadidos por uma enorme motivação, mas aliado a essa vontade existe, por norma, uma grande dificuldade: traçarmos objetivos impossíveis.
A verdade é que nós queremos tudo, mas queremos tudo ao mesmo tempo.
Queremos ir ao ginásio todos os dias, praticar yoga de preferência todos os dias, meditar, ter uma alimentação saudável, preparar marmitas e ainda conciliar com a nossa vida (trabalho, casa, família…). No final do dia nós queremos tudo, mas todo este processo nos causa mais frustração que tranquilidade. E porquê? Porque nos comprometemos com objetivos impossíveis, objetivos demasiado ambiciosos sem ter em consideração que temos de ter tempo, de ser flexíveis e que a semana tem sete dias, logo não precisamos de fazer tudo, todos os dias. De facto, estipularmos objetivos impossíveis só gera frustração, deceção e faz-nos querer desistir e dizer: “pronto fica para o ano”… quem nunca. Mas, não, não fica para o ano e vamos cortar este ciclo e conseguir fazer mais por nós!
Se trabalho metade do meu dia, tenho família, outras responsabilidades, muito provavelmente abraçar objetivos como praticar actividade física, yoga, meditação, passear e ler por exemplo, todos os dias, porque só assim se consegue “ser feliz e tranquilo”, não me parece viável. E acredito não ser por aí o caminho. Até porque cada um deve encontrar a sua fórmula mágica, tendo presente que somos seres individuais, subjetivos e que o que funciona para a pessoa x não tem necessariamente que funcionar para a pessoa y.
Como traçar objetivos plausíveis?
A verdade é que temos de nos adaptar. Adaptar a nós mesmos, às nossas prioridades no momento presente, à impermanência que é a vida e aceitar que salvo algumas excepções, é na mudança gradual que a verdadeira transformação tem lugar. Devemos procurar objetivos adaptados à nossa realidade e mesmo que numa primeira análise nos pareça que não vamos conseguir adoptar certas alterações na nossa vida, devemos estipular prioridades.
Qual é que é para mim o segredo?
. Defina as suas prioridades
Antes de mais, é muito importante fazermos uma auto-reflexão sobre a nossa realidade. É positivo termos ambições, objetivos, projectos de vida e querermos ser melhores, mas também é comum pensarmos: “eu até queria, mas não tenho tempo”. É então importante reflectirmos sobre a nossa vida, sobre o tempo investido em tarefas que não podemos alterar (por exemplo: trabalho, família, actividades domésticas, e outras), para depois termos consciência sobre o nosso tempo livre para outras actividades. Mediante esta reflexão, é importante definirmos prioridades para o momento presente, tendo consciência que as mesmas se podem alterar ao longo do tempo.
. Estabeleça objetivos reais
Depois de termos prioridades definidas, é tempo de estipularmos objetivos reais. Vamos tomar o seguinte exemplo: Quero cuidar do meu corpo, ser mais saudável e vou-me inscrever num ginásio. O nosso primeiro impulso é pensar que queremos logo perder uns kg no primeiro mês e treinar todos os dias. Depois percebemos que não conseguimos e ou é 8 ou 80. Porquê? Podemos definir objetivos e metas mais curtas como ir três vezes por semana por exemplo, para que possamos ver resultados e continuar motivados. E o mesmo se aplica a outras dimensões na nossa vida, sempre tendo presente o que não podemos alterar na nossa vida e que devemos também guardar um momento para nós e para os nossos, que é tão importante.
. Disciplina e auto-motivação
De facto a disciplina e consistência é a chave para o sucesso. Tendo presente que tudo o que é levado ao extremo pode acarretar consequências. É importante sermos disciplinados e dedicados, mas sem nos prendermos demasiado nisso. Pegando no exemplo do ginásio: se em determinada semana não conseguir ir as três vezes por semana, não me devo rebaixar pois em vez de me motivar, desmotivo e fico frustrada/o. Uma pitada de flexibilidade é sem dúvida essencial!
. Defina objetivos por si
A motivação extrínseca – relacionada com o ambiente que nos rodeia, ao outro e às situações e aos fatores externos-, é importante, mas a motivação intrínseca – do próprio indivíduo, associada a metas, objetivos e projetos pessoais-, é essencial para ultrapassar as diversas adversidades e obstáculos que fazem parte da vida.
Nota final: Sou uma apaixonada pela área do bem-estar e desenvolvimento pessoal e como tal, para além do meu trabalho com o Terra Maya, no meu segundo livro “Terra Maya- Um ano” encontra uma ferramenta prática que a/o ajuda neste processo de crescimento e busca por um maior bem-estar.