A família botânica das orquídeas, as Orchidaceae, é uma das maiores do mundo vegetal. Existem mais de 25 mil espécies espalhadas por todo o planeta, crescendo em diversos ambientes, desde os mais áridos até às luxuriantes florestas tropicais chuvosas. Desde sempre, o ser humano revelou, na arte e na ciência, o seu fascínio por estas flores exóticas, misteriosas e de extraordinária beleza.
Em Portugal existem cerca de 70 espécies de orquídeas silvestres.
Não são plantas de flores exuberantes e grandes como as que costumamos encontrar nos centros de jardinagem e floristas, mas são igualmente belas e muito peculiares. Estas orquídeas não são cultivadas em jardins ou em casas, pois requerem condições muito específicas e, o mais importante de tudo, estão em risco de desaparecer, sendo, por isso, protegidas por lei.
Quais são as orquídeas mais comuns em Portugal?
As orquídeas que encontramos mais facilmente no nosso país, enquanto plantas de cultivo, são de origem asiática e pertencem a dois géneros distintos: Phalaenopsis e Cymbidium.
Phalaenopsis – A orquídea de interior
As Phalaenopsis são conhecidas como plantas de interior, pois não sobrevivem a temperaturas abaixo dos 15°C. Por essa razão, são cultivadas em casa ou em estufa, onde as conseguimos proteger dos rigores do inverno. Na natureza crescem agarradas aos troncos e ramos das árvores das florestas tropicais, sendo, por isso, plantas Epífitas.

O fato de não crescerem no solo, na terra, leva-nos a utilizar um substrato (meio de cultivo) diferente do que se utiliza para as plantas de jardim. Esse substrato é constituído por materiais como casca de pinheiro e fibra de coco, que ajudam a recriar as condições de crescimento que têm na natureza. Outro exemplo é o uso de vasos de plástico transparente para deixar as raízes grossas receberem luz, tal como acontece nos seus habitats naturais.
Para cultivar Phalaenopsis com sucesso devemos mantê-las todo o ano no interior, a temperaturas entre os 16ºC e 28ºC, com boa luminosidade, mas sem sol direto. O seu cultivo faz-se em vasos pequenos de plástico transparente e devemos regar somente uma vez por semana sem deixar as raízes ficarem muito tempo em contato com a água. Os vasos devem ter vários orifícios no fundo para escorrer todo o excesso de água que pode apodrecer as raízes.

Estas orquídeas têm o seu período de floração a partir de fevereiro-março e as suas hastes florais duram vários meses. Existem Phalaenopsis de várias cores e algumas são perfumadas.
Cymbidium – A orquídea de exterior
Outro género muito cultivado em Portugal é o Cymbidium. Também de origem asiática, estas orquídeas crescem em florestas de maior altitude, o que as torna mais resistentes a temperaturas baixas. No nosso país são cultivadas no exterior durante todo o ano, em jardins ou pátios, dentro de vasos maiores, de barro ou plástico. O substrato utilizado é específico para orquídeas e encontra-se facilmente à venda em centros de jardinagem.
As temperaturas ideais para esta espécie variam entre os 8°C no inverno e mais de 30°C no verão. Quando está mais frio devemos protegê-las de chuva forte, granizo ou neve. Nos meses mais quentes necessitam de regas a cada 3 ou 4 dias e de proteção contra o sol forte. Durante o resto do ano, as regas devem ser semanais e, como em todas as orquídeas, sempre com cuidado para não deixar as raízes demasiado tempo molhadas para não apodrecerem.


Utilizem sempre vasos com orifícios de drenagem e tenham muito cuidado com o uso de “cachepots” ou pratos na base dos vasos, pois estes não devem manter água mais do que algumas horas.
Os Cymbidium florescem nos meses mais frios, entre o outono e a primavera. As suas hastes mantém-se floridas até cerca de 3 meses.


Outras orquídeas
Para além destes dois géneros mais conhecidos, existem muitos outros que poderá cultivar facilmente. Ao comprar uma orquídea, informe-se sempre das condições que necessita para crescer e florir de forma saudável.