É com grande alegria que anuncio que o programa “Aqui Há Mão” está de volta ao canal “Casa e Cozinha” para uma nova temporada, em busca da fusão entre tradição e inovação. Em cada episódio vamos ao encontro de jovens criadores que reinventam o artesanato português, dando nova vida a matérias e a técnicas tradicionais que moldam agora o futuro da criação manual. Dia após dia conhecemos novas abordagens artísticas e exploramos os saberes ancestrais que inspiram esta geração jovem e criativa, a manter vivo o património cultural português.
Entre histórias, técnicas e criatividade, esta temporada reforça a importância do trabalho artesanal na identidade cultural e na sustentabilidade.



Artistas e inspirações desta temporada:
. Chapelaria
O primeiro episódio é dedicado à chapelaria com o projeto “AVO” de Sofia Caldas. A Sofia não se limita a fazer chapéus. Ela faz verdadeiras obras de arte que retratam na perfeição a alma de quem os usa. Nesse episódio conhecemos ainda os “Chapéus Real” do mestre Luis Pinho, um artesão com mais 20 anos de experiência na chapelaria tradicional e que honra cada chapéu que faz.

. Filigrana
No segundo episódio mergulhamos no mundo da filigrana de Gondomar, pelas mãos do Mestre António Cardoso e do jovem Arlindo Moura, que a experiência já permitiu ascender também ao lugar de mestre. Um episódio onde o casamento das duas gerações permite à filigrana mostrar ainda mais o seu potencial.
. Cerâmica
No terceiro episódio andámos pelo mundo da cerâmica com o projeto “Malga Ceramic Design” da Mariana Filipe e o artesanato de Viana do Alentejo, da autoria de Feliciano Agostinho. A Mariana faz de cada peça uma conversa íntima com o barro e o Feliciano mantém o espírito de uma criança, sempre disposta a arriscar.
. Azulejos
Os azulejos são só por si um mundo de história e tradição, mas no quarto episódio desta temporada do “Aqui Há Mão” percebemos que o seu potencial é inacreditavelmente maior do que julgamos. Agostinho Duarte é o artesão que trabalha o azulejo de forma extraordinária e que criou a sua própria marca: “Don Duarte”. Joana Abreu é uma jovem que se apaixonou pelos azulejos e pelos espaços que estes deixam despidos, sempre que desaparece uma das peças de um qualquer painel. Assim nasce o projeto “Preencher vazios” onde Joana cria novos azulejos noutros materiais e com eles preenche os vazios deixados pelos azulejos originais. Uma nova linguagem e estética que surpreende tudo e todos.
. Madeira
A madeira é retratada no quinto episódio através do Hélder “Calminhas”, mestre da construção naval e Mircea Anghel, um curioso que se apaixonou pelos barcos, pela madeira e pelas técnicas com que esta pode ser trabalhada e, com isso, criou peças tão surpreendentes, que são inúmeros os prémios internacionais que já ganhou. O seu atelier, “Cabana Studio”, é uma referência obrigatória no mundo do design. Mircea reaproveita todos os pedaços de madeira que encontra, seja de barcos que estão em fim de vida, vigas de casas abandonadas ou árvores partidas por alguma intempérie e com eles faz arte.
. Máscaras
No sexto episódio dedicamo-nos às máscaras. Isac e Diogo criaram a “GRAUº Cerâmica”, uma marca de cerâmica que tem nas máscaras o seu primeiro cartão de visita, mas que já cresceu para um mundo de variadíssimos objetos surpreendentes, que neste momento decoram casas, hotéis e muitos outros espaços, por este mundo fora. Neste episódio Adão Castro Almeida mostra-nos a arte das máscaras de Lazarim e toda a técnica e perícia que cada uma delas exige, para que sejam únicas e incomparáveis.
. Pedra
No sétimo episódio mergulhamos no mundo da pedra e aí Jorge Loureiro, calceteiro e músico, mostra-nos que a arte da calçada portuguesa está bem viva e mantém a sua beleza ímpar. Carlos Vicente, o “filho da pedra” como se autointitula, pegou em todo o conhecimento adquirido na empresa da família dedicada ao trabalho da pedra e criou peças maravilhosas, com uma narrativa e estética singulares. Na página de Instagram “_empedra” podem conhecer o seu trabalho.
. Bonecas de trapos
Ainda nesta temporada fomos à descoberta do mundo das bonecas no oitavo episódio. Adelaide Marques, da aldeia de Penhas Garcia, continua a fazer, tal como na sua infância, as Maias, bonecas cheias de tradição e superstição. Benedetta Maxia, uma italiana que há muito escolheu Portugal como casa, criou o projeto “Fulana Beltrana Sicrana”, onde faz de cada boneca um retrato de uma história de vida, dando-lhe vida, emoção e beleza.
. Fibras naturais
No episódio nove vamos à descoberta das fibras naturais com os entrançados de palha de Fafe, trabalhados por vários artesãos e em que Carmo Cardoso e Fátima Mendes, assumem o papel de porta-vozes. Criam peças tradicionais e, ao mesmo tempo, desafiam-se a inovar, fazendo das fibras o que querem. Neste mesmo episódio, vamos conhecer a Vanessa Flórido, do “Projeto TASA”, que em Loulé se dedica a inovar a partir das fibras naturais, sempre com profundo respeito pelas técnicas ancestrais.

. Feltragem
O último episódio é dedicado à feltragem. Dinis Pereira é a rainha dos afamados bordados de Nisa e continua apaixonada pela sua arte como se a tivesse aprendido hoje. Ana Rita de Arruda é uma mestre do feltro, uma alquimista que consegue fazer do feltro o que quer, criando peças magníficas e imponentes, que não deixam ninguém indiferente.
“Aqui Há Mão” une gerações e transforma o passado em futuro.
Espero que se apaixonem tanto como eu por estes artesãos e artistas.




Nota: Fotografias cedidas pelo canal “Casa e Cozinha”.