Mais amor, menos comparação

Fátima Lopes // Agosto 27, 2018
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Recentemente, perguntaram-me porque tenho feito fotografias mais ousadas. Porque me mostro de bikini ou porque uso calções tão curtos? A verdade é que há muito tempo que visto este tipo de guarda-roupa. Felizmente sinto-me bem comigo mesma. Mas, nem sempre foi exactamente assim.

Amem-se, aceitem-se como são.  

Quando era mais nova, sem me aperceber, deixava-me influenciar pela pressão externa, relativamente ao que devia/podia usar. De alguma forma entristecia-me perceber que uma pessoa podia ser julgada apenas e só por aquilo que vestia. Eu tenho sido bastante poupada, mas algumas figuras públicas são severamente criticadas, confundindo a personalidade/valor da pessoa com aquilo que veste.  A maioria das críticas e dos olhares vêm de mulheres e é preciso uma mulher gostar muito de si e aceitar-se, como é o meu caso, para ficar imune a isto. Faço por manter-me bem, com uma alimentação saudável e a prática de exercício físico, porque para mim são indispensáveis para o corpo e a mente.

Para algumas pessoas, lidar com a passagem dos anos é uma questão delicada. O corpo muda. É verdade. Não há volta a dar. Mas, por outro lado, ganhamos coisas tão boas, como a maturidade e uma capacidade superior de enfrentar as adversidades. A verdade é que acredito que sentirmo-nos bem é algo que depende de nós.  

Estou numa fase em que me sinto muito bem comigo. 

Eu assumo a passagem dos anos e gosto muito da idade que tenho. Estou mais serena, confiante e gosto cada vez mais de mim. Aos 49 anos, acho importante passar a mensagem de que em todas as idades somos mulheres, cada uma com a sua beleza, o seu brilho e podemos ter a nossa elegância, seja ela qual for.

Confiança sempre!  

A partir de uma certa idade, as mulheres têm tendência a esconder-se. Pergunto, porquê? Temos de ter orgulho em ser quem somos e aceitar o nosso corpo, independentemente, da fase em que estivermos. As marcas no nosso corpo não nos definem, pelo contrário, contam a nossa história.

Aproveitar o aqui e agora.  

Todas as idades e todos os corpos podem usar bikinis, trikinis, fatos-de-banho, mini-saias e calções. Chega de body shaming porque somos gordas, magras, temos celulite ou já não temos idade para vestir determinada peça de roupa. Já reparou que não há idades nas etiquetas do vestuário? A idade biológica não nos define, nem limita a maneira como nos vestimos. Então, porque motivo vai deixar de usar aquele vestido que tanto gosta num dia de calor?

Amor-próprio acima de tudo! 

Se houve coisa que a idade me trouxe foi amor-próprio. Se conseguimos dizer às nossas amigas que são bonitas, que aquele vestido lhe fica bem, porque não o fazemos connosco? Porque somos tão exigentes connosco mesmas? É assim tão complicado parar e olharmo-nos ao espelho para nos elogiarmos? Desafio-a a parar em frente ao espelho, a cumprimentar-se e a enumerar, pelo menos, aspectos que aprecia em si.

Cada uma de nós é especial tal e qual como é.  

Trabalho com muitas mulheres e gosto de estar rodeada de boa energia feminina, aquela que deixa de lado os julgamentos, as críticas e as comparações.

Cada uma de nós é especial tal como é. Todas temos a nossa beleza e as nossas características que nos tornam únicas.

Nota: Fotografia por Verónica Silva.

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