Aparentemente, andamos todos à procura da receita certa para a felicidade. Enquanto isso, tenho a sensação de que nos vamos esquecendo de viver. Questiono-me sobre se será esse um dos grandes problemas que estamos a gerir. A procura incessante pelo conceito distorcido de felicidade em que nos têm feito acreditar.
Será que a grande maioria de nós não está enganada quanto ao verdadeiro significado da palavra “felicidade”, que deveria ser o conceito mais fácil e comum de compreender?
Reflito muitas vezes sobre se a evolução, que trouxe novas formas de comunicação e de partilha da informação, não terá transformado a felicidade num conceito ideológico quase inalcançável. E levando a nossa racionalidade a já não reconhecer a felicidade nos pequenos momentos da vida, aprisionando-nos a ideais sem sentido.
Talvez tenhamos perdido a essência do sentir e a capacidade de podermos viver a felicidade, por medo. Por acharmos errado ser-se feliz; por sabermos que a felicidade gera sempre um sentimento de julgamento alheio, de inveja.
Quando a única coisa que precisávamos compreender é que a felicidade está ao alcance de todos, no dia a dia, nas pequenas coisas da vida e nas mais simples, e que vai muito para além das ideias pré-concebidas pelos novos coaches e entendidos nas filosofias irrefutáveis da vida.
A vida é mais! Mais empatia, mais bondade, mais amor. E no meio de tanto “mais”, há também mais simplicidade em tudo.
E talvez seja por isso que, por vezes, a vida nos empurra para tempos difíceis. Tempos que não desejávamos viver sobre circunstâncias que não criámos..
Aprendemos cedo que não somos donos do nosso destino, e que há sempre algo maior que as nossas escolhas. Mas pelo caminho vamos percebendo que a felicidade é a coisa mais simples e mais fácil de se alcançar, e que ao aceitarmos o que a vida nos traz, abrindo os braços aos pequenos momentos e detalhes que vamos vivendo, perceberemos finalmente que sempre fomos felizes.
Nunca se esqueçam disso!
Porque vamos sempre a tempo de ser felizes…
