Estamos no Verão e as férias grandes estão aí à porta. Então e as grávidas, podem viajar sem qualquer problema, precisam de cuidados especiais ou não podem viajar de todo?
Em primeiro lugar é fundamental que a grávida fale com o seu médico assistente sobre o assunto: o local das férias, o meio de transporte, a duração da estadia, o tempo de gravidez, se há ou não problemas associados à gravidez…tudo isto deve ser tido em conta. O médico aconselhará de acordo com o caso específico.
Depois de tudo ok, toca a planear as férias e gozá-las ao máximo – com os cuidados que as grávidas devem ter.
Ficam aqui 6 dicas para aproveitar bem as férias grávida:
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Manter níveis baixos de stress
Toda a gente sabe que há sempre um grau elevado de stress associado às malas, chegada ao aeroporto, viagens de carro e tantas outras coisas que acontecem nas férias. E, as grávidas beneficiam muito mais de uma vida tranquila. Mas, isto não quer dizer que fiquem fechadas durante as 40 semanas da gravidez em casa (desde que esteja tudo bem, claro!).
Um truque é antecipar e planear tudo:
- sair de casa com alguma antecedência, para não correr o risco de ficar preso no trânsito ou haver alguma complicação no caminho;
- reservar o que for possível antes da viagem: os lugares no avião (os do corredor são melhores porque a grávida precisa de ir várias vezes à casa de banho), refeições especiais (por exemplo, pode haver alguma restrição alimentar durante a gravidez), quartos de hotéis e pousadas (em vez de deixar para marcar à chegada e correr o risco de não ter quarto);
- não encher muito a mala, para que a grávida a consiga carregar. Idealmente usar malas com rodinhas e usar os carrinhos de transporte de malas assim que possível;
- tentar manter o bom humor, mesmo com filas ou atrasos. Sim, as hormonas da gravidez podem ser complicadas e fazer com que tenhamos vontade de gritar ou chorar, mas o melhor é focar na chegada e no relax que as férias vão proporcionar.
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Manter uma alimentação adequada
Não é por estar fora de casa que a grávida deve abandonar os hábitos alimentares corretos. Por isso, é boa ideia levar na mala de mão barras de cereais, fruta ou triângulos de queijo (por exemplo) porque durante a viagem a grávida não deve ficar muitas horas sem comer, correndo o risco de ficar enjoada e com sensação de tonturas.
A água também é fundamental, e a hidratação adequada permite que a grávida tolere bem a viagem e não desidrate – algo que acontece mais frequentemente em viagens de avião.
Depois da chegar ao destino das férias, devem-se fazer refeições de 2 em 2 ou 3 em 3 horas, equilibradas, sem comer muito de cada vez (grandes refeições causam mais azia) e com os cuidados habituais (por exemplo, não consumir carne mal passada).
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Manter a energia
Gravidez não é doença, e a grávida pode manter a atividade física nas férias, se o médico assim o aconselhou. A grávida saudável pode fazer caminhadas, visitar museus e jantar fora, mas deve-se lembrar que vai ficar mais cansada que o habitual e que não terá o mesmo ritmo. Por isso, é boa ideia fazer passeios com calma e diariamente tirar umas horas para repousar, dormir uma sesta ou ler um livro na praia com as pernas mais altas. E, se possível, usar e abusar do room service – uma grávida com energia aproveita muito mais as férias.
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Ter cuidado com as pernas e pés
Sapatos confortáveis são fundamentais – devem ser bons para caminhar e largos o suficiente para se os pés incharem depois de uma viagem longa.
Longos períodos sentada deixam a grávida com pernas e pés inchados e podem desencadear caibras. Por isso, nas viagens de carro é boa ideia parar a cada hora e meia para esticar as pernas e caminhar um pouco. Numa viagem longa de avião também é boa ideia levantar-se e caminhar um pouco. Quando a grávida estiver sentada, deve ir fazendo movimentos com os pés, para manter a circulação e prevenir coágulos. Se possível, elevar um pouco os pés (por exemplo, apoiá-los na mala de mão). Se o médico recomendar, as meias elásticas durante a viagem podem ser uma boa opção.
Também é uma boa ideia convencer o marido a fazer uma massagem regular às pernas da grávida ao final de cada dia, ajudando a diminuir o edema.
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Informar-se sobre as vacinas necessárias
O ideal é ter feito todas as vacinas 3 meses antes de engravidar.
É boa ideia falar com o obstetra sobre o destino das férias para perceber quais os riscos em termos de doenças.
As grávidas devem evitar vacinas feitas a partir de organismos atenuados, como a febre amarela, sarampo, rubéola e outras, pela possibilidade de infectar a mãe e o bebé, e poder ter efeitos adversos. O ideal é recorrer à consulta do viajante e esclarecer caso a caso (esta consulta existe nos centros de saúde ou hospitais).
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Escolher atividades seguras
Há muitas atividades físicas adequadas para as grávidas, como as caminhadas, natação ou ioga. A grávida vai conhecendo o seu corpo e vai percebendo o que pode ou não fazer. No entanto, há coisas que deve evitar:
- saunas e banheiras de hidromassagem muito quentes, já que se pensa que temperaturas elevadas no início da gravidez podem ser prejudiciais para o feto, e numa fase mais tardia podem baixar muito a tensão e dar sensação de mal-estar e desmaio;
- parques de diversões com mudanças bruscas de direcção e travagens abruptas. Aqui também se incluem escorregas aquáticos;
- mergulho e outros desportos que envolvam mudança de pressão;
- surf e equitação, porque têm risco de traumatismo abdominal.
E quando a grávida estiver cansada, com calor ou desconfortável, é boa ideia diminuir o ritmo ou parar.
Boas férias!