Quando era criança e me perguntavam o que queria ser quando fosse “grande”, nunca disse que queria trabalhar na área financeira de uma empresa multinacional. No entanto, foi para aí que a vida me encaminhou, ainda cedo, e onde fiquei durante 11 anos. Sem dúvida, foram anos que valeram a pena, tanto pelas aprendizagens como pela estabilidade profissional e financeira, própria do mundo corporativo. No entanto, faltava algo. Na altura, não sabia bem o quê, mas existia em mim uma insatisfação latente. Com o passar do tempo, fui ganhando consciência de que, na verdade, gostaria de mudar e de ser mais feliz no meu trabalho. No fundo, sabia que a minha paixão eram os eventos, algo radicalmente diferente daquilo que fazia na minha rotina laboral.
A dada altura, a ideia de mudar o rumo da minha vida profissional foi criando raízes. Mais do que isso, o novo caminho começou a assumir contornos mais concretos, quando decidi agir.
Mudar ou não mudar, eis a questão
De modo geral, é esta viragem – dos pensamentos à prática – que mais assusta quem pondera fazer uma grande mudança. Qual o primeiro passo? Como fazer? E se corre mal? E se me arrependo?
Naturalmente, quem tem encargos financeiros e familiares pondera duplamente todas estas questões, e cada um saberá avaliar o seu contexto. Efetivamente, no meu caso, a ponderação que fiz levou-me a avançar.
Antes de mais, decidi traçar um plano realista, para implementar ao longo de um ano. Paulatinamente, ao longo desse tempo, iria criar as condições necessárias para abraçar um novo rumo profissional.
Hoje, sou co-fundadora e CEO da Mainvision Media Solutions, uma empresa de referência na produção de eventos, sobretudo corporativos. Com efeito, os meus dias já não se arrastam, uns iguais aos outros, e sou mais feliz e realizada na minha profissão. Porém, como chegar aqui com segurança?
Desde logo, o primeiro passo é termos a coragem necessária para sair da nossa zona de conforto. Sendo que, para mim, a palavra “coragem” tem o significado mais literal, ou etimológico: significa agir com o coração, algo que me define. E no seu caso, se agir com o coração, que rumo irá tomar?
Siga o seu coração: A coragem de recomeçar
Sem dúvida, quem pondera uma mudança de rumo profissional precisa de avaliar bem o aspeto financeiro e assegurar uma base de suporte.
Contudo, existem outras vertentes tão ou mais importantes a aferir, e com grande honestidade perante nós próprios. Afinal, em última análise, o que vai determinar o sucesso ou insucesso de uma mudança de rumo profissional é aquilo que está dentro de nós, e não o valor que temos na conta bancária.
Assim sendo, será que temos em nós a resiliência necessária para enfrentar as inevitáveis atribulações de uma grande mudança? A par disso, teremos gosto suficiente pela nova área, e capacidade de adaptação para nos ajustarmos a ela? Por outro lado, será que existe motivação para começarmos do zero, e disponibilidade para aprender? Naturalmente, tudo isto implica determinação e coragem, e estes são, quanto a mim, os fatores que vão fazer toda a diferença.
No meu caso, essa determinação levou-me, inclusivamente, a fazer uma nova formação académica e, já com 30 anos, formei-me na nova área que escolhi para mim, e que tanto me apaixona. Hoje, olho para esta decisão de mudança com muito orgulho e, mais do que isso, volto a ela sempre que me encontro perante um dilema.
Na Mainvision, produzimos eventos memoráveis como forma de comunicação, e incorporamos tecnologia que permite realidades alternativas. Do mesmo modo, cada um de nós pode criar uma realidade alternativa para si próprio/a, e o novo futuro pode começar hoje mesmo.
Nota: Este texto foi escrito em Português do Brasil, por isso, podem existir algumas variações linguísticas em relação ao Português de Portugal.