Os efeitos das alterações na temperatura podem apresentar um impacto na saúde de todos nós. Dependendo do país ou região, das condições de vida e do acesso a energia, alimentação segura ou cuidados médicos, o clima pode ter um efeito distinto nas pessoas e comunidades.
Reacções do corpo às alterações de temperatura
O nosso organismo tolera bem pequenas variações de temperatura, que, normalmente, ocorrem ao longo do dia, do ciclo menstrual, com a idade, ou mesmo com a toma de alguns medicamentos (antidepressivos ou relaxantes musculares) ou com algumas patologias (hipotiroidismo ou anemia). Já alterações drásticas da temperatura exterior, próprias do inverno, podem colocar a nossa saúde em risco. Em situações extremas, o frio pode diminuir a temperatura corporal, causando hipotermia, cujos sintomas progridem de arrepios, sonolência, confusão, coma, até à morte.
Quais são as doenças associadas ao frio e ao sistema imunitário?
Doenças respiratórias, como asma ou bronquite, doenças da pele, fadiga crónica, problemas renais e cardíacos, são frequentemente associados com a diminuição de temperatura. O frio causa diminuição da temperatura corporal, o que reduz a capacidade de resposta do sistema imunitário e favorece a atividade de vírus respiratórios. Por este motivo, as doenças infecciosas transmissíveis por via aérea (principalmente virais), manifestam-se com maior prevalência nesta altura.
E quais os efeitos do frio na saúde mental?
Uma influência negativa no sono, no descanso e recuperação do corpo são também sintomas frequentes nesta altura. Grávidas, idosos, crianças, pessoas portadoras de doenças crónicas, especialmente aquelas em comunidades mais desfavorecidas, são os mais afetados pelas alterações de temperaturas.
Consequência de todos estes fatores associados, ou mesmo isoladamente, a saúde mental é igualmente afetada pela alteração de temperatura, nomeadamente o frio. Podem surgir episódios como situações de falta de ânimo, depressão, ansiedade ou fobias. Os sintomas de transtorno afetivo sazonal podem surgir em dias mais escuros, nublados, chuvosos e frios, levando a alterações emocionais. A redução da luz solar interfere com o correcto funcionamento de um órgão situado na região cerebral, o hipotálamo, responsável pela produção de algumas hormonas. Pelo contrário, a exposição ao sol estimula a produção de serotonina, dopamina, entre outros neurotransmissores que atuam no humor e na capacidade de lidar com o stress e ansiedade.
Alterações de rotinas e estilo de vida no inverno
No inverno, as pessoas tendem a realizar menos atividades físicas e a sair menos de casa para encontrar amigos ou para atividades de lazer. Isso aumenta os sintomas, sendo importante adaptar a rotina e a vida social a atividades compatíveis com o clima desse período.
Medidas para combater os efeitos negativos do frio
As melhores formas de combater estes efeitos negativos são medidas de prevenção contra extremos de temperatura:
- Evitar exposição ao frio;
- Beber água frequentemente;
- Consultar a meteorologia para que possa tomar as medidas necessárias para manter uma temperatura corporal adequada;
- Usar roupa confortável e quente;
- Ajustar a atividade física à condição da pessoa e temperatura (no caso de realizar ao ar livre);
- Manter uma boa higiene pessoal;
- Ter cuidado com a qualidade dos alimentos e das bebidas consumidas;
- Evitar o isolamento social;
- Ler;
- Descansar.
Prevenção: Como preparar a casa para os dias de maior frio?
Apostar na eficiência energética da iluminação, aquecimento e eletrodomésticos, pode ser um ponto fulcral a rever com antecedência, antes de chegar a época de frio mais intensa.