Vivemos num ritmo “esquizofrénico” que nos leva a ficar presos em padrões de stress elevado, sem conseguirmos abrandar. E se o coração parar? Talvez esta fosse uma questão que devêssemos colocar a nós mesmos todos os dias e respirar para que nos pudéssemos reconectar.
Depois de vivermos um ritmo alucinante nestes últimos anos, marcados por uma pandemia, vários confinamentos e/ou isolamentos, distanciamento físico de quem mais gostamos, abraços e “beijinhos” não permitidos ou desaconselhados, perdas de trabalho, mudanças de rotinas diárias e assumir de papéis inesperados durante dias com “mais de 24h” (mãe, professora dos filhos, dona de casa “às vezes muito desesperada”, esposa, companheira, amante e profissional exemplar em que o horário de trabalho se confunde com o horário de descanso), um início de uma guerra em plena Europa, o receio da guerra se alargar, o acolhimento dos refugiados, os valores da inflação, o voltar à “normalidade” com muito pouco de “normal”, o “corre-corre” habitual entre casa-escola-trabalho leva-nos de “mansinho” com “é só mais bocadinho…” a um piloto automático diário e a padrões de stress elevados, pautados por uma sobrecarga, diria que, “sobrenatural”.
Agimos, ou pelo menos tentamos, através de uma velocidade supersónica, que muitas vezes se assemelha à natureza tecnológica, onde tudo é descrito com o prefixo “fast”, quando na verdade esquecemo-nos que não somos super-homens, nem super-mulheres e que a nossa verdadeira natureza é a humana.
Vivemos num ritmo frenético, como se fosse imposto pelo exterior, sem nada questionar.
Se vives assim, está na altura de tirar o pé do acelerador, andar mais devagar, serenar a mente e acalmar, especialmente, o coração, que não bate para sempre, antes que a vida “te tire o tapete e fiques caída no meio do chão”.
Costumo dizer que vivemos “adictos” a padrões de stress elevados, sem darmos por isso, e que quando temos um tempo e um espaço livre caímos num vazio, perdidos, sem saber o que fazer.
É altura de abrandar, viver mais devagar e desfrutar.
É tempo de nos escutarmos, de nos respeitarmos, de nos conectarmos ao nosso ritmo e de parar.
É tempo de nos libertarmo-nos da “pressa” e da “urgência” de uma vida contemporânea e de reencontrarmos a paz dentro de nós.
É tempo de voltarmos a “casa” (que é como quem diz, voltar ao corpo e deixar mais a cabeça em paz).
É tempo de voltarmos ao ritmo da alma, ao “Ser” e não priorizarmos tanto o “Fazer”.
Para abrandar não é preciso escondermo-nos no alto de uma montanha, viver numa gruta ou fugir para o campo (se bem que são opções bem tentadoras e que, por vezes, também fazem muito bem), mas, sim, trazer pequenos rituais que nos possam ajudar a viver o nosso dia-a-dia, de uma forma mais “slow” e mais presente.
Como abandonar padrões de stress e abrandar?
Deixo aqui algumas dicas que podem ajudar:
. Descansar e Relaxar
Perdemos a capacidade de descansar. Fazer nada é das coisas mais produtivas que existem e fazemos tão pouco.
. Viver uma vida mais offline e menos online
Desconecta-te mais vezes do email, das redes sociais e conecta-te mais aos “whatsapp’s” reais, que acontecem “no aqui e no agora” e no formato presencial.
. Viver uma vida com prazer
Porque a vida são “só dois dias”, não os preenchas só com trabalho. Escolhe viver com prazer: pratica um hobbie, partilha momentos com a família e/ou amigos, tira férias, dança, saboreia um copo de vinho, janta à luz das velas, vê um pôr do sol, contempla a lua, lê, passeia na natureza e sente os cheiros, fotografa, cozinha com gosto e degusta os diferentes paladares… As possibilidades são infinitas e a escolha é tua, desde que sintas prazer.
. Dormir e escolher os melhores alimentos para o corpo
Lembra-te, o nosso corpo é um sistema, também ele biológico, e precisa de bom “combustível” para se regular e equilibrar.
. Viver com uma postura “mindful”
Vive mais presente (no aqui e no agora), mais atento a ti, conectado ao corpo, à respiração, às sensações e às tuas emoções. Quanto mais presente viveres, mais facilmente consegues lidar com os desafios da vida.
. Definir limites e respeitar-se
Respeita o teu ritmo e os teus ciclos, escolhe-te mais, “não’s” ao exterior podem ser “sim’s” a ti mesma.
. Confiar na Vida
Confia mais em ti e na Vida. Confiar é acreditar sem ver (ainda), mesmo no meio das tempestades. A vida apoia sempre e “trabalha” sempre a teu favor, mesmo que em muitos momentos não pareça dessa forma.
. Pedir ajuda é um acto de coragem
Só os corajosos é que pedem ajuda. Pedir ajuda é um acto de humildade e, por isso, repleto de tanta força.
. Autoconhecimento é fundamental
E sem autoconhecimento, sem virar para dentro, como podes ter a capacidade de colocares na prática os 8 pontos anteriores? Não podes. Investe em ti, faz psicoterapia e/ou inscreve-te em programas de autoconhecimento que te ajudem a fazer escolhas mais conscientes e mais autónomas (que é como quem diz – melhores), para ti.
Podia dar muitas mais sugestões, mas a ideia é, na verdade, parares e mergulhares dentro de ti, conheceres-te, reencontrares-te. E isto é um caminho que se faz com persistência e estrutura, passo a passo, para que quando os “ventos” da vida virem, os alicerces se mantenham fundos, fortes e consistentes.
É, também, um caminho de Amor, muito Amor por ti, que nem sempre é o mais fácil.
Para te ajudar neste caminho de abrandar e de Amor por ti, vou abrir muito em breve as candidaturas da 12.ª edição da Jornada do Ser, uma jornada de 9 meses, de 36 semanas de gestação, onde te podes transformar. No dia 29/6 às 21h vou realizar um Webinar Online Gratuito, onde vou falar sobre esta Jornada e onde podes também escutar testemunhos de pessoas reais que já fizeram este caminho. Para te inscreveres clica aqui.