A consciência sobre o impacto que a alimentação tem na nossa saúde e bem-estar tem aumentado a olhos vistos. Há uma procura crescente por um estilo de vida que fomente a saúde, a vitalidade, a beleza e a longevidade e, a prova disso, é que o movimento da alimentação e estilo de vida saudáveis tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos e seguidores. O que é fantástico!
No entanto, muitas pessoas ditas “saudáveis” estão a cometer alguns erros que as impedem de usufruir de todos os benefícios maravilhosos que um estilo de vida harmonioso é capaz de nos proporcionar, nomeadamente habitar um corpo verdadeiramente forte, enérgico, bonito, jovem e elegante.
Será que tu estás a cometer alguns destes erros comuns?
Acredito que, devido à falta de um conhecimento amplo e integrado, várias pessoas que se consideram saudáveis estão a cometer os seguintes erros:
1. Não ler a lista dos ingredientes
Nem todos os alimentos que se encontram nos supermercados ou lojas biológicas são saudáveis. Embora possam apresentar certificado biológico, isso não significa que contenham substâncias que irão beneficiar o teu corpo. Por exemplo, algumas marcas de leite (e mesmo as bebidas vegetais), bolachas, molhos, pão e outro tipo de alimentos processados geralmente incluem ingredientes que poderão ser prejudiciais ao teu organismo, tais como, por exemplo o açúcar, gorduras hidrogenadas e conservantes químicos. O mais seguro é que leias sempre a lista dos ingredientes e percebas se são todos naturais e benéficos. Regra geral: se não reconheces o nome do ingrediente é porque provavelmente não será apropriado – certamente saberás o que é tomate, manjericão, farinha de amêndoa e óleo de côco; mas, talvez não saibas em que consiste um E412 ou um E471. Aliás, o ideal é mesmo consumir apenas alimentos absolutamente naturais – aqueles que provieram diretamente da natureza sem terem sofrido qualquer tipo de processamento – tais como: fruta, vegetais, cereais integrais, leguminosas, ovos, algas, etc.
2. Fazer detox sem a orientação personalizada de um profissional qualificado
Os detox parecem estar em voga. Livros e artigos sobre o tema não faltam, já para não falar nos mais variados programas de detox que por aí andam. E, apesar de estes serem uma excelente maneira de consciencializar as pessoas para uma alimentação mais saudável e nutritiva, fazer um detox que não seja o mais indicado para ti, num momento errado (para ti) e sem a devida orientação, poderá levar a uma série de efeitos secundários prejudiciais.
Acredito que o processo de desintoxicação seja uma das ferramentas mais poderosas e capazes de rapidamente nos levar para um estado de pura harmonia – e que naturalmente inclui saúde, energia, juventude e beleza (refiro-me a verdadeira beleza!). No entanto, cada corpo é único e com necessidades específicas – o que resulta comigo poderá não ser o que resulta contigo -, para além de que nem todas as alturas são as mais adequadas para se fazer uma purificação. Por exemplo, esta é desaconselhada durante o inverno; se estiveres grávida ou a amamentar; no caso de sofreres do síndrome da fadiga adrenal, anemia ou algum desequilíbrio metabólico ou hormonal como a diabetes e o hipotiroidismo, entre muitos outros.
Se sentes que o teu corpo te está a pedir uma desintoxicação, o melhor é que consultes um profissional qualificado que te possa orientar.
No meu livro, “Escuta o teu corpo“, podes encontrar um capítulo inteiramente dedicado a este tema da desintoxicação que, no final, incluí uma lista de profissionais que recomendo.
3. Consumir suplementos e superalimentos em excesso e sem indicação terapêutica
Quer os suplementos quer os superalimentos são substâncias, com determinados princípios ativos, que irão desencadear um impacto no teu organismo. Ou seja, lá porque são naturais não significa que sejam inócuas ou isentas de provocar efeitos secundários.
Os suplementos alimentares consistem no isolamento e concentração de um determinado nutriente. Isto significa que, em vez de estares a obter esse nutriente em doses reduzidas, como naturalmente se apresenta nos alimentos, estás a consumi-lo em altas quantidades. Para além disso, o facto de se encontrar isolado dos restantes nutrientes, que o ajudam a desempenhar a sua função de maneira eficaz, poderá levar a um desequilíbrio nutricional. Por exemplo, muitas pessoas, nomeadamente mulheres que se encontram na fase da menopausa, tomam um suplemento de cálcio. O que talvez não saibam é que a devida absorção do cálcio, principalmente quando consumido em quantidades elevadas, necessita de magnésio e vitamina D. Se estas duas últimas substâncias não se encontram presentes, e em quantidades proporcionais às do cálcio, não só este mineral não é devidamente absorvido, como também poderá levar a uma série de desequilíbrios, nomeadamente comprometer a absorção de zinco, ferro e levar ao aparecimento de cálculos renais.
Um outro aspeto, relacionado com a toma de suplementos e superalimentos, relaciona-se com o facto de que muitas vezes são utilizados como substitutos de uma alimentação saudável. “Ora, como até nem gosto de comer frutas e vegetais, vou tomar uns superalimentos e uns multi-vitamínicos para compensar a carência nutricional.” Mas, o que talvez possas ignorar é que a capacidade de absorção dos suplementos alimentares é muito mais reduzida, comparativamente com a dos nutrientes presentes nos alimentos, para além de que há algo essencial e insubstituível que se encontra em falta, tanto nos suplementos como nos superalimentos, que é a energia vital. Eu costumo explicar da seguinte forma: da mesma maneira que certamente não vais à farmácia e te automedicas, também não o deverás fazer com os suplementos e superalimentos.
4. Não consumir gorduras
Acredito que a eliminação de qualquer um dos grupos de macronutrientes, ou qualquer nutriente na verdade, seja um grande erro que vejo acontecer nos dias de hoje, principalmente a longo prazo. De maneira a que o teu corpo se encontre saudável, bonito, elegante, jovem e enérgico, tu precisas consumir uma diversidade de nutrientes, nomeadamente gorduras. Ponto final. Agora, nem todo o tipo de gorduras tem o mesmo efeito no nosso organismo. Certamente concordarás comigo em como as gorduras presentes no azeite, abacate, nozes e óleo de côco são distintas das que se encontram nas batatas fritas, margarinas e até mesmo na carne vermelha.
As gorduras que se encontram nos alimentos naturais são nutrientes fundamentais e que, entre outros, contribuem para níveis elevados e estáveis de energia, pele hidratada e luminosa, cabelo forte e brilhante, sistema imunitário forte, sistema hormonal a funcionar devidamente e peso corporal equilibrado. Estudos indicam que a falta de ácidos gordos no organismo pode comprometer as funções cerebrais, cardiovasculares, hormonais (nomeadamente infertilidade e menopausa precoce), metabólicas (como é o caso da diabetes); também, e contrariamente ao que se pensa, aumento de peso.
No meu livro, “Escuta o teu corpo“, explico quais as gorduras que deves consumir e quais as que deves evitar e, também, quais os respectivos benefícios para a saúde, especialmente da pele.
5. Não respeitar as escolhas dos outros
Há uma certa tendência em querermos incutir nos outros as nossas crenças e o nosso estilo de vida. É natural. Desejamos que os outros usufruam daquilo que resultou connosco. Contudo, não só é muito provável que não resulte, como também que crie uma separação, uma vez que as outras pessoas podem sentir-se incomodadas e desrespeitados com a nossa imposição. Cada um de nós tem o seu caminho e o seu timing. O que funcionou contigo pode não funcionar comigo. A tua verdade pode não ser a minha. O momento do teu despertar de consciência pode estar longe do meu. E, está tudo bem. Já vi muitas pessoas, que se consideram saudáveis, cometerem o erro de desrespeitarem as escolhas dos outros. Eu fui uma delas. E, isso, não é saudável.
Encontraste o teu caminho? Boa! Fico muito feliz por ti. Porém, deixa-me ser eu a encontrar o meu, à minha maneira e no meu tempo.
Queres inspirar os outros a adotarem um estilo de vida mais harmonioso? Sê tu um exemplo. É suficiente. É imenso!