Um dos maiores sinais do processo de Despertar é quando começamos a questionar verdadeiramente qual o nosso propósito de vida.
Hoje são muitas as pessoas que se encontram neste processo, e que bom que assim é. Que bom que já não nos contentamos com uma vida “quadrada”, que bom que cada vez mais seres humanos buscam o extraordinário em vez do “ordinário”, do normal…
Quando encontramos um propósito para a nossa vida, tudo se alinha, tudo começa a fluir, ganhamos uma coragem e uma força inacreditáveis e passamos a viver em harmonia e inspiração divina.
Mas o propósito de vida tem de ser a profissão?
Claro que não. O propósito de vida é a nossa missão de alma, o nosso dom, o nosso Dharma. É onde sentimos realização. É a forma de trazer a nossa luz única ao mundo e não tem necessariamente de ser a nossa profissão.
Tenho amigas que largaram tudo para viver em pleno a maternidade, serem mães e educadoras porque é onde se sentem mais felizes e realizadas.
Conheci pessoas cujo o seu propósito é trazer leveza ao mundo e, por isso, fazem rir os outros com facilidade, outras que se tornaram voluntárias e é no serviço humanitário que se realizaram, outras que se dedicam a ajudar pessoas trazendo conhecimento, outros são ativistas pela mãe natureza.
O encontro com o meu propósito
Eu descobri o meu propósito enquanto buscava curar as minhas feridas emocionais. Na verdade sempre senti que queria ajudar pessoas, que o meu propósito passava pelo serviço ao outro. Tirei o curso de psicologia, mas não me apaixonei, não me sentia realizada, não era aquele o meu caminho.
Foi na minha busca por mim mesma que encontrei o desenvolvimento pessoal. Comecei a frequentar retiros, workshops, viagens de auto-conhecimento e assim conheci todo um mundo de cura e expansão de consciência onde aprendi a respeitar-me, a amar-me e a conectar-me de uma forma profunda com a vida. E foi neste processo que me conectei com uma verdade inabalável dentro de mim: Eu queria dedicar-me ao Despertar da Humanidade. Queria ajudar pessoas a voltar à sua autenticidade, à sua verdade, queria criar um espaço seguro para que essas pessoas pudessem desconstruir-se, curar-se. Eu queria ajudar seres humanos a ocuparem o seu lugar.
Conectar-me com o meu propósito foi um grande caminho de maturidade. Aos pouco fui conquistando em mim a coragem, mesmo com medos e inseguranças, mas focada naquela pequena chama de Fé dentro do meu coração que me permitiu avançar.
Ainda hoje, passados 8 anos, é aqui que me sinto mais eu, mais inspirada, mais alinhada e todos os dias me levanto com a certeza que estou a cumprir-me.
Mas, afinal, como descobrir o propósito de vida?
Este será sempre um processo pessoal e único para cada pessoa, mas diria que poderíamos seguir três passos:
1. Descobre quem És
Só poderás saber qual é o teu propósito quando souberes verdadeiramente quem és, além do que os outros esperam de ti, além dos papéis que representas na família e na sociedade. Por isso é que as “crises existenciais”, as fases da vida em que nos sentimos perdidas/os, sem rumo, são na verdade as grandes oportunidades para mergulharmos mais profundamente em nós e nos alinharmos com a nossa verdade interna. Nem sempre é fácil, pois vamos encontrar algumas “máscaras e mentiras” pessoais, mas quando as identificamos e escolhemos viver de forma mais autêntica, um novo mundo de possibilidades se abre dentro de nós.
2. Descobre o que te dá prazer
Muitas vezes as coisas que nos dão mais prazer estão muito ligadas ao nosso propósito. Para uns pode ser dançar, dar abraços, cozinhar, cuidar de crianças, pintar, viajar, fotografar, fazer rir, ouvir e apoiar os amigos… Descobre as coisas te fazem vibrar, que te fazem sentir mais tu mesma/o e liga-te a elas de forma mais consciente.
3. De que forma gostarias de contribuir para um mundo melhor?
E depois das duas primeiras fases, é na resposta a esta pergunta que te encontras com o teu propósito de alma. Quando manifestas a tua essência, assumindo o teu propósito, entras num processo de Serviço ao Mundo, pois o teu Brilho Pessoal trará mais Luz ao planeta.
Tudo muda e se eleva quando decidimos viver a melhor versão de nós mesmas, mas para isso é preciso mergulhar profundamente, desconstruir, enfrentar alguns bloqueios. É preciso deixar cair as velhas máscaras para conhecer a essência, os nossos desejos, os nossos sonhos, a nossa verdade.
Nota: Fotografia por Joana Duarte
