Vida Instagramável: mudar de vida é possível e mais fácil do que parece

Paula Cordeiro // Junho 21, 2021
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Vida Instagramável
Vida Instagramável

Vida Instagramável é um livro de propósito, com um propósito e que traduz um propósito. Resulta de um processo de desenvolvimento e crescimento pessoal, sem apelar ao estafado “muda de vida”, provando que é possível fazê-lo, mudando a forma como vivemos a nossa vida.

Quando me pedem para definir o meu livro ou me perguntam “o teu livro é sobre quê” fico sempre hesitante entre a concretização ou a expressão da ideia de  vontade, porque este é o livro que me apeteceu escrever naquele particular momento da minha vida. Um livro reflecte sempre uma parte da vida de quem o escreve e da sociedade da qual faz parte. O momento da nossa história é egóico – não confundir com heróico -, apesar de tornarmos heróis os que vivem do ego e da exploração do outro. Nesta dinâmica do Eu e do Outro, vence o eu, depois de uma vida em função do outro.

Somos o que a sociedade define para nós?

O meu nome é Paula e sou uma espécie de fraude.

Começa assim o livro Vida Instagramável, falando sobre o conceito de fraude na primeira pessoa, para explorar a forma como a validação social e a necessidade de pertença tende a anular a pessoa que somos, em função da que querem que sejamos. Se é certo que sou filha da liberdade e empoderamento feminino, também é verdade que nos disseram que poderíamos ser o que e quem quiséssemos, ao mesmo tempo que nos cobravam pelas nossas opções com base nos valores de quem cresceu dizendo que sim com a cabeça, e que não com o coração. A geração que nos educou sentiu tarde o sabor da liberdade, tratando-nos como meninas, educando-nos para sermos mulheres independentes que seriam também, donas de casa. Tal não é possível, por isso o livro começa nesta divergência entre quem somos e o que esperam de nós. Como mudar?

  • Questionando
  • Analisando
  • Interpretando

Sem o fazermos continuaremos sem coragem para viver em pleno, optando pela segurança de uma vida vivida pela metade, incapazes de concretizar aquilo que também passou a fazer parte do nosso discurso: o propósito.  

Viver com propósito

É neste aparente detalhe que reside parte do segredo do sucesso porque quando percebemos o que nos provoca borboletas na barriga, nada nos impede de voar. E o meu propósito é este, ensinar sem sala de aula, partilhando ideias que não mudam o mundo, mas provocam pequenas mudanças na vida de todos os dias, inspirando pelo exemplo e substância de quem conhece os detalhes do que nos impede de mudar. É o medo, sim, sempre o medo, mas sobretudo o medo de quem tem contas para pagar, e nenhuma almofada para o acomodar. Esse receio é real – e muito realista – porque raramente se fala da forma como outros conseguiram atingir o patamar da mudança de vida, do que tiveram de abdicar ou dos apoios que conseguiram angariar.

Vamos falar de dinheiro e de escolhas?

Fala-se pouco de dinheiro, da forma como influencia estes processos, como se fala muito pouco de como um negócio pode tornar-se rentável. Esta também é a história de um projecto que queria ser um negócio e cuja concretização foi aos poucos acontecendo, não chegando ao ponto de me obrigar a fazer escolhas. E isto é um aspecto que não partilho no livro, mas que vos vou contar, pois no dia em que pensamos que “isto já não é para mim” ou que “queremos mudar tudo na nossa vida”, uma outra decisão precisamos tomar: mudar. Como escolher?

  • Podemos ficar onde estamos e como estamos, adicionando algo especial à nossa vida, que compense a falta de realização profissional,
  • Criando algo novo

Como decidir o que escolher?

Por vezes não precisamos mudar tudo ou descobrir um propósito, por vezes só precisamos de o reconhecer. Foi o meu caso, que durante muito tempo me afastei do meu propósito sem, contudo, o ter abandonado por completo. Contudo, podemos querer largar tudo para sim, abraçar o nosso propósito, começando de novo. E avançamos, pé ante pé, até ao momento em que arriscamos tudo. O tudo ou nada, o vai ou racha, porque para quem não tem recursos financeiros, é preciso conjugar  a situação profissional actual com um novo projecto. Contudo, há um momento na evolução desse novo projecto em que o mesmo só continua a crescer se nos dedicarmos de corpo e alma, alma e coração.

Vida Instagramável. Isso é o quê?

Por isso, quando me perguntam sobre o que é o meu livro, pode ser isto: um livro sobre mudança de vida, principalmente a forma de viver a vida, se for esta a mensagem que precisas de ler. Contudo, Vida Instagramável também é uma abordagem muito pragmática, com alguma irreverência, sobre aquilo em que as redes sociais, sobretudo o Instagram, se transformaram: ego, vaidade, exibição, misturadas com a tecnologia que cria uma experiência da actualidade que nos oferece, a cada instante, um presente diferente, retocado, manipulado. Uma nova proposta de vida a cada publicação, numa circulação constante de imagens de uma cultura visual do mundo écran. Esta ilusão cria novas expectativas e uma ambiguidade que é, em si mesma, ilusória. Um simulacro entre a realidade e a ficção que criamos para nós e apresentamos ao mundo.

Como (não) viver uma vida instagramável

Sei-o porque fiz parte desse mundo transmutado em permanente construção, no qual nos arriscamos a tornar uma caricatura de nós próprios, ou a perder o sentido do real, imersos na personagem que queremos mostrar. Este livro também é sobre isso, a forma como likes, views e comentários nos afetam e influenciam, como o nosso cérebro não está preparado para lidar com esta constante libertação de dopamina, a hormona do bem-estar, ou pelo contrário, para aceitar a sua permanente ausência. A arquitectura de construção das redes conhece o melhor e o pior do ser humano, reunindo especialistas das mais diversas áreas, num processo de criação de uma sociedade que se manipula, e deixa manipular, através das redes.

A manipulação do real, é real

Por vezes, este parece um livro saído de um qualquer filme de  ficção, quem sabe até, uma teoria da conspiração. As neurociências já estudam o fenómeno e estão, simultaneamente, ao serviço das grandes corporações tecnológicas a criar um fenómeno de condicionamento comportamental à escala global. Somos parte de uma experiência social em tempo real. Artistas e pensadores, especialistas e cientistas falam sobre isto mas quem sabe, não precisa ouvir e, quem não sabe, não quer ouvir, numa rejeição completa daquilo que (ainda) é a verdade e que a sedução das redes faz por ocultar. A verdade é que estamos compulsivamente ocupados a percorrer murais de imagens e palavras, procurando a próxima querela, explorando uma realidade que não é a nossa ou coscuvilhando a vida alheia, sem percebemos que tudo isto nos leva de volta ao início deste texto, para sabermos quem somos e o que queremos fazer, ou encontrarmos uma forma de escapar a um contexto que é o nosso, e do qual queremos sair. No final, o que mais precisamos é mudar e não sabemos como.

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