Olá.
Chamo-me Cristina. Cristina Santos Costa e mais outros tantos nomes que para o caso não interessam. Gosto de fotografia e da escrita e, no entanto, os meus dias são feitos de outras coisas que não passam por ali.
Não sei porque gosto mas acho que há coisas que não se explicam por palavras ou elas não são suficientes para dizer o quanto se gosta. Não tenho história de fotógrafos na família a não ser a lembrança da câmara de fole Kodak que existia em casa do meu avô. Não me recordo de alguma vez o ter visto tirar qualquer fotografia com as suas mãos enormes onde aquela máquina devia desaparecer.
Lembro-me sim da retratista da minha terra, a Menina Aurora; a descer os degraus estreitos daquela casinha sempre escura para tentar adivinhar como nasciam os retratos. Ficava a meio do caminho que todos os dias fazia para cumprir os horários que o colégio impunha. E parava a olhar para os retratos, sempre os mesmos, expostos na janela solitária virada para o sol, a comer-lhes a cor preta, a deixá-los pintados num sépia a desaparecer.
Gosto de fotografia e da magia de deixar guardado o momento. E depois dar-lhe nomes, ou contar histórias onde elas são também protagonistas, como se tivessem elas próprias uma vida. E invento, e fantasio, e brinco com as palavras a fazer a moldura que as fotografias não têm.
É assim que me vão encontrar por “aqui”, resultado de ter andado por “aí” a olhar para as coisas com os olhos de quem vai descobrindo um mundo de detalhes que existem à nossa volta. Uma câmara fotográfica acrescenta-nos isso ao olhar perdido de quem passeia sem se deter nas coisas. Ela obriga-nos a um passo curto, já que o olhar se torna demorado porque as paixões exigem tempo.
Se esta Cristina que aqui se mostra conseguir que, no seu amadorismo apaixonado, seja possível contagiar alguém que por aqui passe, juro que vou ficar contente.
E porque para aprender a fazer um bocadinho melhor frequentei um curso no Instituto Português de Fotografia, talvez possa deixar algumas notas mais técnicas.
Ah … e por fim queria deixar um convite: que esta seja uma página feita de participações.
A fotografia vai ficar por aqui a falar convosco. Irá ter a minha interpretação com as palavras que irei deixar também. O que eu proponho é que outros olhares lhes possam dar outros nomes, outras leituras, outras interpretações … como se fora sua.
E se acaso isso acontecer esta vai ser uma página FELIZ .