Tudo o que precisa de saber sobre os zumbidos nos ouvidos

Alexandra Marinho // Novembro 20, 2018
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Algumas pessoas padecem, especialmente no silêncio, de sons incómodos nos ouvidos ou na cabeça. Neste cenário, passa a ser muito difícil estar em silêncio e apreciá-lo. Descansar, no verdadeiro sentido da palavra, torna-se também problemático e uma sensação de ansiedade, inclusive, poderá vir à superfície e perturbar o sono.

Se se revê em todos estes cenários, não pense que tem uma doença. Trata-se de um sintoma denominado acufeno ou zumbido.

O que são os zumbidos nos ouvidos?

Os zumbidos, também conhecidos por tinnitus ou acufenos, podem definir-se como a sensação subjetiva de barulho na cabeça, que pode inclusivamente ser comparada à dor. São uma perceção de um som sem nenhum estímulo exterior que o produza, que pode aparecer em qualquer idade.

O que pode causar zumbidos nos ouvidos?

As causas que estão na origem do tinnitus são muitas e bastante diversificadas, no entanto, a principal causa é a exposição prolongada a ruídos de elevada intensidade, que podem provocar trauma sonoro. Para além desta, vários pacientes podem vir a sofrer de tinnitus na sequência de infeções nos ouvidos, cerúmen, medicamentos ototóxicos ou pela doença de Ménière. Também a perda auditiva é uma das causas, assim como problemas na cervical ou nas mandíbulas, ou redução do fluxo sanguíneo.

Quais os sintomas?

Em maior ou menor grau, os acufenos afetam essencialmente a qualidade de vida e é necessário reconhecer os sintomas. Dificuldade em conciliar o sono, incapacidade de concentração nos estudos ou na vida profissional, perda de equilíbrio, irritação, ansiedade e fadiga são os mais comuns.

Quando procurar ajuda de um especialista? (título 2)

Se os zumbidos durarem mais de seis meses são considerados acufenos crónicos. Deve-se procurar um médico especialista em otorrinolaringologia, que realizará uma avaliação médica dos sintomas e determinará os possíveis tratamentos a realizar em conformidade, em prol do bem-estar do paciente.

Qual o tratamento para os zumbidos nos ouvidos?

Embora não haja um tratamento para este problema, nem mesmo um medicamento “anti-zumbido”, existem terapias que se podem realizar, com o objetivo essencial de melhorar a qualidade de vida dos pacientes que apresentam acufeno.

A “terapia do zumbido” mais usada é a Terapia de Habituação ao Som que é baseada no modelo neurofisiológico de Jastebroff e tem como objetivo diminuir a perceção do acufeno pelo paciente e o seu impacto negativo. Isto porque, geralmente, as pessoas que têm zumbidos tendem a aumentar a perceção do mesmo à medida que lhe dão mais atenção, pois as pessoas não se conseguem descentrar de uma forma natural do zumbido, o que se traduz num círculo vicioso que acaba por ser muito prejudicial, se não for resolvido. Ou seja, eu sinto zumbido e, quando estou num cenário de silêncio, ele intensifica-se, torna-se mais insuportável, deixa-me mais ansiosa, e dificilmente consigo descansar tendo todas estas perceções. Neste cenário, poderei desenvolver medos, inseguranças ou, em última análise, até um estado depressivo provocado pela tendência de isolamento (social).

Como não existe qualquer operação, dieta ou medicação para o tratamento dos acufenos crónicos, este método terapêutico tem por objetivo conseguir melhoras, não curar por completo o sintoma. Trata-se de passar a utilizar, pontualmente, aparelhos que amplificam e/ou produzem um som que, pouco a pouco, vai distraindo o sistema auditivo do zumbido propriamente dito. O objetivo é evitar o silêncio. Assim, colocam-se os aparelhos nos ouvidos, utilizando-se idealmente, no máximo, duas a três horas por dia. Os resultados são demorados e graduais, durando a terapia cerca de 1 a 2 anos.

Existe cura para os zumbidos nos ouvidos?

É certo que todos já ouvimos frases do tipo “não há nada a fazer, tem de suportar o zumbido toda a sua vida”. Mas, não desanime! Existem soluções terapêuticas, como já foi referido, que passam pela diminuição da perceção central do zumbido, ou seja, visam que a pessoa deixe de ter consciência do mesmo. Paralelamente a tudo isto, as pessoas afetadas por este sintoma deveriam, idealmente, alterar o estilo de vida, quer seja através da melhoria dos padrões de sono, da prática de exercício físico regular, de uma dieta equilibrada ou evitando o stress, determinados medicamentos e ruídos excessivos, naturalmente.

Como aprender a viver com zumbidos nos ouvidos?

José Augusto Coelho vive desde 2005 com este problema nos ouvidos. Os incómodos impediam-no de conviver e de ter uma vida dentro da normalidade. Até que decidiu procurar ajuda. “Eu já usava aparelhos auditivos há vários anos, adaptados à minha perda auditiva. Um dia, numa consulta periódica, comentei com o técnico audiologista que sentia uns apitos permanentes nos ouvidos. Fiz novos exames para perceber a origem dos meus zumbidos e depois, foi apenas necessário trocar os aparelhos auditivos que tinha para aparelhos auditivos que tivessem as duas funcionalidades: corrigir a perda auditiva e atenuar os zumbidos. Desconhecia que os aparelhos auditivos também tivessem a função de tratamento dos zumbidos que sentia. Foram necessárias várias adaptações até chegar ao modelo mais adequado para mim, mas agora posso dizer que os zumbidos já não são um problema diário e permanente”, conta, garantido que os tratamentos são indolores: “Os aparelhos auditivos têm um programa que emite um som que abafa os zumbidos e me permite ter mais tranquilidade ao longo do dia. Ouço o outro ruído, mas esse não me incomoda. Até já me habituei”.

Após esta adaptação, a vida de José Augusto Coelho mudou: “Tenho alturas em que estou bem e outras quase a 100%. Também tenho vertigens, para as quais tomo medicação e esta patologia não ajuda. É um tratamento contínuo. No entanto, melhorou o meu estado de espírito, sobretudo no relacionamento com os outros, vivendo um presente com mais entusiasmo”.

Como prevenir os zumbidos nos ouvidos?

Sendo a principal causa a exposição prolongada ao ruído, as medidas a adoptar devem ser no sentido de proteção nestes ambientes, recorrendo ao uso de protectores auditivos.

E, quando já não é possível prevenir?

Quando já não é possível prevenir, o paciente com zumbido está “proibido” de estar no silêncio. O acufeno representa um grave impacto negativo na vida quotidiana, pelos sintomas já mencionados acima, uma vez que pode originar alterações do sono e do estado emocional, perda de equilíbrio, dificuldade de concentração, fadiga, stress ou depressão…

Não se deixe intimidar por este sintoma, nem sofra sozinha(o) com o tumulto e desconforto que o zumbido pode causar. Procure ser vista(o) por um audiologista e um otorrinolarinologista para poder avaliar a possibilidade de avançar com uma terapia adequada.

Cuide da sua audição, viva com qualidade!

Nota: Texto patrocinado pela GAES – Centros Auditivos.

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