Tudo está sempre certo mesmo quando parece virado do avesso!
Vivemos desenfreadamente, sem pausa, sem atenção, sem consciência e sem cuidados. Desrespeitamos a maior forma de vida agarrando o tempo em modo “fast furious” – fazer tudo, comprar tudo, encher-nos de tudo, contando que o amanhã era um lugar seguro, que a liberdade era um dado adquirido e ainda acreditando cegamente, que a Terra nos pertencia, que podíamos fazer o que quer que fosse com ela.
A Terra é um organismo vivo, é a nossa casa, a nossa grande Mãe. Ela é sábia, tão sábia que enviou um vírus que, de entre os tantos seres vivos que habitam o planeta, o único que é afectado é o Homem – talvez porque tenha tido a necessidade de se defender daquele que é, nos tempos atuais, o seu maior vírus – a raça humana.
Estamos a lidar com aquilo que nos tornámos.
Um vírus que se espalhou à velocidade da luz, que, sem dó nem piedade, ameaçou e ameaça diariamente todas as espécies (todas não só algumas) que habitam o planeta, espécies estas que também são filhas da mesma mãe (a Terra)! E esta mãe tem sido obrigada a assistir, dia após dia, durante anos a fio, à extinção dos seus preciosos filhos… Filhos que adoecem, que morrem, que desaparecem pela mão violenta e insensível do gigante vírus Humano. Um vírus que tem morto árvores, que tem secado terras, que tem poluído os oceanos, que tem consumido de forma cega, que tem morto sem qualquer respeito, limite e atenção a vida que, ironicamente, é a mesma vida que contribui para a manutenção da própria existência humana.
Mas, não vimos isso. Não quisemos saber disso. Agimos como se o planeta fosse só nosso, como se tivéssemos o direito de assumirmos o papel do todo supremo que tudo pode. O poder era todo nosso, tudo estava sob o nosso controlo e nada nos podia acontecer.
Como poderíamos, então, nós sair desta visão cega, egoísta e egóica?
Só havia uma forma – experienciar na própria pele o que os nossos preciosos irmãos, filhos da Terra (todos os seres vivos), vivenciam já há anos – doenças, sensação de estar em permanente ameaça e mortes.
A vida pode parecer-te estar virada do avesso, mas não está!
Ela é perfeita. Ela é, aliás, a mão da própria Mãe Terra – tu só existes porque essa vida é-te oferecida diariamente pelo colo da Grande Mãe! Do avesso andou o nosso passado louco, ignorante e viral. Só há uma forma de vermos desaparecer este vírus que está a ameaçar a raça humana – deixando de sermos nós o grande vírus que está a ameaçar todas as raças da Terra e a própria Terra em si.
Enquanto estamos a assistir há perda de vidas há três meses, o planeta está a assistir há perda de vidas há séculos! Afinal de contas, quem pensamos nós que somos para achar que esta vida humana é superior e mais importante que todas as outras vidas da Terra? A Terra existe sem nós, mas nós não existimos sem a Terra…
Está tudo certo.
Nada está do avesso, está tudo certo, tudo está a acontecer para nos colocar no devido lugar, para nos tornar mais humildes, conscientes….
Nada está do avesso, está tudo certo, pois agora sabemos como é lidar com um vírus violento e mortal.
Que a partir de agora nos possamos lembrar todos – A Terra existe sem nós, mas nós não existimos sem a Terra!