Onde a Terra acaba e o mar começa

Teresa Oliveira // Março 8, 2017
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“Eis aqui, quase cume da cabeça. De Europa toda, o Reino Lusitano,  Onde a terra se acaba e o mar começa (…)”

Caros Caminhantes,

Nesta nova crónica começamos com um pequeno trecho do Canto III, 20ª Estância/Estrofe da épica obra maior de Camões, Os Lusíadas. É assim que ele se refere ao Cabo da Roca, o ponto mais Ocidental da Europa Continental. Será igualmente aqui que iniciaremos a nossa caminhada.

O acesso ao Cabo da Roca é fácil e bem assinalado. Salvaguardando os meses de Verão, particularmente os fins-de-semana, não será difícil aparcarem, pois existem bastantes lugares para o efeito. Uma vez aqui e caso não tenham nunca aqui estado, aconselhamos a que vão ao ponto mais extremo deste cabo, onde foi construído um monumento como homenagem a este local cheio de simbolismo. Apesar de algum possível frenesim turístico, as vistas são deslumbrantes e se, tendo o oceano na vossa frente, se virarem para a direita, verão a cerca de 1 km em linha reta um monumental rochedo de cor branca. É lá que faremos a nossa primeira paragem, ou melhor, na praia que o antecede.

Após esta visita voltem novamente à estrada por onde vieram, e cerca de 100 metros à vossa esquerda, com o Farol da Roca nas vossas costas, verão um pequeno trilho que ziguezagueia pelas pequenas colinas pejadas de plantas silvestres, com especial relevo para os “chorões”. Esta espécie invasora veio do Mediterrânio e a sua profusão na nossa linha costeira deu-lhe já a classificação de praga. É contudo uma praga bonita, pois as várias tonalidades e as suas flores, que eclodem na Primavera, são de grande beleza cénica.

Seguindo por esse trilho, sempre com o mar ora à esquerda ora à frente, irão dar a um caminho mais largo, que bifurca. Seguem pela esquerda a descer. Cerca de uns 200 metros mais à frente, a descida começa ficar um pouco mais inclinada e começaram a ver a tal grande rocha branca que vos referimos atrás. As vistas são impressionantes, onde a força do Atlântico está bem patente na maneira como moldou esta nossa costa.

O caminho vai ficando mais inclinado e é necessária atenção para evitarem escorregadelas indesejáveis. Esta é a parte mais inclinada que apanhámos desde o início desta caminhada e, após a mesma, chegaremos a um ponto em que o percurso bifurca, para cima vai dar à estrada onde é possível ir de carro até um pequeno descampado, e para baixo, à esquerda, é por onde deveremos ir. Estamos próximos, e 5 minutos depois já é possível, lá em baixo, ver o nosso destino, a selvagem Praia da Ursa, onde até o Guia Michelin se rendeu aos seus encantos considerando-a uma das mais belas praias do mundo. E assim é. Enquadrada por monumentais promontórios cuja rocha avermelhada, em contraste com as águas, ora azuis turquesa ora verde-esmeralda, lhe dão um enquadramento de cortar a respiração.

Já falta pouco, assim que a conseguirem ver estão a cerca de 15 minutos de lá chegarem. Mais uma vez aconselhamos prudência, pois o piso é escorregadio. Uma vez chegados à praia da Ursa só vos resta uma de duas coisas, primeiro pasmem-se, pois e para além do que atrás referimos, os enormes maciços rochosos, incluindo o que dá o nome a esta praia, são monumentais. A segunda, bom, a segunda é usufruírem desta praia como o fariam em qualquer outra, com a vantagem, para além da sua beleza impar, de raramente ter muitas pessoas (o seu acesso é uma boa justificação ;).

Na 2ª parte deste artigo vamos falar-vos um pouco do que poderão fazer após terem usufruído da Praia da Ursa e de terem regressado ao carro.

Boas caminhadas

Teresa – teresaoliveira@portugalwalkhike.com

 

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