Já ouviu falar, mas já pensou bem no que pode mudar a sua vida?
Dimensão Corpo
Tādāsana ou Samasthiti
Com toda a certeza já ouviu ou leu “Posição da Montanha”!?
Se é estreante nestas andanças não se assuste. O Yoga é muito mais prático do que se imagina, mesmo as questões espirituais. Passa tudo por treino.
Posição da montanha refere-se a ausência de movimento, estável e esticado. Para mim uma das mais complicadas posições de Yoga, mas muito útil para o nosso dia-a-dia, sendo a “chave” da postura bípede. Precede todas as posições das sequências de pé, assumindo o ponto de partida para qualquer postura que se siga nas sequências de exercícios.
Encarar a nossa posição de pé de ânimo leve pode causar um sem número de problemas. Em primeiro lugar é fundamental dar importância a alguns pormenores e posturas incorretas que vamos adotando (todas facilmente percetíveis no desgaste dos sapatos por exemplo).
Podemos observar:
– Peso do corpo só sobre uma perna;
– Uma perna com maior rotação externa do que a outra;
– O peso do corpo estar mal distribuído nos apoios – maioritariamente nos calcanhares, ou no bordo interno ou externo do pé; muita pressão nos metatarsos no caso dos saltos altos ou dos meniscos internos;
– A não utilização de toda a cadeia posterior dos músculos do corpo para nos mantermos de pé.
Tudo isto pode comprometer a capacidade da coluna manter-se flexível ou mesmo dos músculos posturais profundos fazerem o seu trabalho, ativos durante grandes períodos de tempo. A médio-longo prazo, a lista de lesões de desgaste devido a estas posturas incorretas, pode ser mais séria do que aquilo que a grande maioria das pessoas pensa:
1. Escolioses;
2. Hérnias discais; Compressão dos discos intervertebrais;
3. Desgaste e enrijecimento articular;
4. Encurtamento muscular; sobrecarga de alguns músculos em prol de outros; Mudança do centro de gravidade com bloqueio articular; dismetria dos membros;
5. Lombalgia; Ciatalgia
6. Problemas de circulação; mau funcionamento dos orgãos;
7. Entre muitas outras.
Como fazer então?
Nunca esquecer que manter o equilíbrio de pé é como andar de bicicleta: se mantivermos o movimento, mantemos o equilíbrio. Se conseguir focar a mente neste princípio, as cadeias musculares vão ser estimuladas pelo sistema nervosa de modo contínuo (é uma procura constante por esticar cada vez mais a coluna).
– Junte os dedos dos pés e afaste ligeiramente os calcanhares (mantendo a linha medial dos pés paralelas); mantenha os dedos dos pés separados e o peso do corpo bem distribuído por todo o pé;
– Coordene uma ligeira flexão com uma rotação externa dos joelhos (evite a extenção maxima das articulações, o bloqueio impede o movimento);
– Mantenha a bacia paralela ao chão e independente das pernas (como se fosse uma plataforma suspensa);
– Tome consciência de onde tem o centro de gravidade e mobilize-o para o centro do corpo;
– Utilize vetores de força para construir uma pirâmide onde a base é a bacia e o vértice o centro do tórax (foto com vetores);
– Puxe as omoplatas para baixo;
– Respire afastando lateralmente a grelha costal e abrindo o peito (mover o diafragma; ativar a musculatura da zona dorsal).
Para o motivar, deixo 5 razões para fazer Tādāsana:
1. Fortalece a coluna;
2. Permite uma respiração mais eficiente;
3. Reposiciona o centro de gravidade;
4. Trabalha os músculos posturais mais profundos;
5. Devolve uma consciência do corpo que pode ser o início do controlo da mente.
Valorize o seu corpo e como ele se posiciona no espaço. Comece pela posição que mais se aproxima da sua rotina diária. Apesar de ser uma posição simples não é nada fácil. Pratique!
Pedro Mendes
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