A propósito do Dia do Professor, resolvi escrever sobre aquela que é para mim, umas das mais bonitas, apaixonantes e exigentes profissões.
Cedo me deixei cativar pela arte de ensinar.
Tinha eu 11 anos, acabada de chegar de Moçambique, quando tive pela primeira vez contacto com a disciplina de Inglês. Apesar de frequentar o 6.º ano, no que toca à língua inglesa, frequentava também as aulas do 5.º, já que não tinha bases nenhumas e sem elas não conseguia acompanhar a minha turma. Nas férias de Verão a seguir, brinquei muito sozinha fazendo-me passar por professora de inglês, dando aulas aos meus alunos imaginários. Para isso abria o livro do 5.º e do 6.º ano ao mesmo tempo e por lá dava as minhas aulas.
Queria ser professora de inglês.
A brincar, a brincar, acabei por integrar sozinha a matéria dos dois anos e quando entrei no 7.º ano, consegui acompanhar normalmente a minha turma. Fiquei tão feliz com esta minha conquista, que decidi que queria ser professora de inglês.
Apaixonei-me pelo jornalismo.
Esta certeza acompanhou-me sempre até ao 10° ano, altura em que tive a disciplina de jornalismo, lecionada por uma professora espectacular. Com pena minha, não me recordo do seu nome. Lembro a forma entusiasta como nos falava do jornalismo, como nos ensinava a construir as notícias, a fazer os copy’s para os mais diversos fins. Era uma mulher pequena de tamanho, mas que se agigantava quando ensinava. Isto levou-me a desistir da ideia de ser professora e a sonhar com o jornalismo.
A vontade de ensinar permaneceu intacta e ao longo da vida tenho tido oportunidade de passar os meus conhecimentos aos outros, em diversas áreas.
Mas, o mais curioso é que a vontade de ensinar permaneceu intacta e ao longo da vida tenho tido oportunidade de passar os meus conhecimentos aos outros, em diversas áreas. Cada vez que dou uma palestra ou que trabalho individualmente com alguém, sinto que estou a cumprir o meu sonho de ser professora. Confesso que isso me torna profundamente feliz.
Nota: Fotografia por Verónica Silva.