Quando pensamos em sexo na estação do ano preferida para férias, a imaginação transporta-nos quase que automaticamente para os cenários idílicos de sexo na piscina, sedução no bar e passeios românticos ao pôr do sol. É que as férias têm ingredientes perfeitos para reacender o desejo sexual: são uma pausa necessária da rotina e das obrigações e favorecem a espontaneidade, momentos de alegria, conexão e descoberta. Não serão estes cenários típicos apenas dos jovens casais? Em contrapartida, não será a realidade o confronto com ligações íntimas enfraquecidas, tensões não resolvidas e vontade de escapar? Seja em que situação esteja neste momento, a disponibilidade – de tempo e de reflexões – no verão pode ajudar. Leve-a na sua mala de férias!
Primeiro o check-in
O verão é também uma fase em que fazemos uma reflexão da nossa conduta, do que precisamos e de como podemos melhorar. A nível do prazer é importante colocar-se as seguintes perguntas:
O meu prazer é:
– Um sopro subtil desejoso da minha atenção?
– Uma paixão ardente à espera de contagiar a minha parceria/o meu parceiro?
– Apagado e nem sei se voltará a despertar?
Acredito que o prazer sexual é apenas um aspeto da nossa expressão sexual geral e que é normal que, até na vida, o prazer seja algo que não recebemos permissão para perseguir, sentir e expressar com todas as células.
A tal pausa nas rotinas que as férias proporcionam deverá servir, em primeiro lugar, para a ligação ao prazer de ser!
Entrar no quarto dos sentidos
O prazer vem do espaço interno para as pequenas alegrias, da capacidade de nos «perdermos» nas horas, de ir além do suposto… Sentir vem da consciência dos cinco sentidos e precisamos estar ligadas ao corpo e menos na cabeça. Todo um exercício em si, não é? Por isso, precisamos de praticar.
Como usar os sentidos?
Aqui ficam algumas sugestões:
. Vista as suas roupas favoritas, olhe-se ao espelho, veja como elas complementam a sua figura, como se move com elas;
. Saboreie comida deliciosa, sentindo as texturas, cada ingrediente, a temperatura, olhando para as cores, cheirando os aromas;
. Dedique mais tempo ou, simplesmente, inclua as atividades que mais gosta de fazer e, no momento, perceba o que elas a fazem sentir;
. Contemple a paisagem nas viagens de carro, a ouvir as músicas preferidas ou ao som das gargalhadas.
A dois não é só na cama!
Um dos componentes mais importantes para a felicidade numa relação é a intimidade, que se traduz na linguagem através da qual o amor se expressa e se aprofunda.
O amor não se expressa só com cuidar (papel mais desempenhado pela mulher), nem só com sexo (inclinação maior nos homens). A intimidade serve, então, para conhecer a outra pessoa e nos darmos a conhecer nas dimensões física, emocional, mental e espiritual.
Nadar no oceano da intimidade
Existem quatro tipos de intimidade, os quais enriquecem a sexualidade do casal:
1. Física – é a proximidade no espaço físico e o contacto corporal. Na prática: beijos demorados, caminhar de mãos dadas, massagens, dançar agarrados;
2. Emocional – baseia-se na interação através de afetos e sentimentos e a perceção de que se é amada/o, escutada/o e apoiada/o. Na prática: perguntar se o outro viveu alguma coisa difícil nos últimos tempos e escutar com empatia, dizer palavras de admiração e carinho, pedir ajuda;
3. Mental – envolve a afinidade de gostos e interesses e poder partilhar ideias e pensamentos. Na prática: troquem impressões sobre a leitura de férias ou criem uma playlist de músicas eróticas;
4. Espiritual – é a presença do que alimenta a alma e une os parceiros a realizá-lo. Na prática: decidam juntos um ritual relacional que começam nas férias e levam para a rentrée (ex. ir ao cinema uma vez por mês), fazer voluntariado, identificarem os valores e visões para a vossa sexualidade.
A energia sexual é a própria força da vida e, assim entendida, lembra que o sexo, para ser desejado e proveitoso, precisa que as almas se disponham.
O verão está aí e vem dar espaço a essa aposta, desfrute!
Nota da autora: Quer conhecer mais práticas de intimidade? Clique aqui.