Esta pode ser uma das perguntas que mais nos dançam dentro do coração: Será assim tão difícil ser feliz? Perguntamos como quem quer que alguém responda que ser feliz pode ser simples e fácil. Acaba por ser uma verdade surpreendente, esta. Na realidade, conseguir viver feliz pode ser menos complicado do que, à partida, nos possa parecer.
Vamos vivendo, muitas vezes, como quem se sente condenado. Como se não houvesse nada que pudesse ser feito para alterar o que acontece, o que nos desarma, o que nos desarruma ou assalta. Avançamos na semana, no mês e nos anos como quem não sabe para onde vai ou por que vai. Partir da consciência deste pensamento pode ser o início de uma mudança interior significativa.
Se percebermos que estamos a viver de forma demasiado morna, conformada e automática talvez possamos ganhar força e coragem para fazer diferente no momento a seguir.
Assim, e depois de nos confrontarmos com esta realidade interna de pouca alegria, podemos ir erguendo a estrutura de uma vida nova, ou diferente. Se nos dermos tempo para pensar, para observar e para ver com verdade o que existe à nossa volta, será fácil perceber que a simplicidade pode ser o mesmo fio que o da felicidade e o da alegria.
Como assim?
Vejamos: quando me permito contemplar o que a vida me dá e os que comigo vão fazendo caminho, percebo que é mais o que tenho do que aquilo que me falta. Percebo que o vento que me beija a cara quando está calor me dá tudo o que preciso. Que o cheiro da relva acabada de cortar me renova a esperança de dentro e lhe confere uma frescura que nem sabia que tinha. Que o abraço daquele corpo que amo me pode curar das feridas sujas do dia. Que a colher de gelado que saboreio no final de um dia que tinha tudo para correr mal me sabe a tudo. Que a criança que ri ao colo da mãe por razão nenhuma me dá força para ter fé no futuro.
Ser feliz é muito simples.
A complicação está dentro das nossas cabeças. Dos pensamentos que ruminamos porque nos fizeram acreditar que o que conta é fazer muito, em vez de fazer bem. Que o que conta é andar depressa e chegar rápido em vez de apreciar as flores e as folhas que o caminho pode ter.
Ser feliz é querer.
É ter vontade de respeitar a verdade que trazemos dentro. E a verdade mais bonita que todos temos e partilhamos é sempre a mesma: a da alegria. A de uma alegria que fará, sempre, nascer a paz.
