Em Abril, mais precisamente dia 7, comemorou-se o Dia Mundial da Saúde.
Inspiradas nesta efeméride, empresas do sector público e privado desmultiplicam-se em ações, ora de marketing ora de informação onde, com um intuito comercial ou puramente pedagógico, procuram “agitar” (dificilmente será mais do que isto e, conseguindo este efeito, já será muito bom!) a CONSCIÊNCIA da comunidade, no que respeita aos seus “indicadores de Saúde”.
Por esta razão, são lançadas muitas campanhas de marketing (no caso da indústria do fitness) ou até de triagem no despiste de determinada condição clínica (diabetes, surdez, risco cardiovascular, entre outras), em diversos canais de comunicação.
De facto, uma maior CONSCIÊNCIA GLOBAL da importância da SAÚDE, através de uma mudança do paradigma anterior, mais focado na “doença”, tem resultado numa comunicação em massa de que “devemos agir” de forma diferente, escolhendo comportamentos de saúde e não de doença (ex: consumo exagerado de doces, sedentarismo).
Os sinais estão um pouco por todo o lado:
1) o exercício físico está na moda e, à primeira “explosão” do running (com verdadeiros “kits profissionais” à nossa disposição nas lojas e as provas de rua a surgir todos os dias e completamente esgotadas), seguiu-se o ciclismo, os eventos de zumba, o crossfit… enfim, há (e ainda bem!) para todos os gostos!
Consequência direta desta tendência, o mercado de ginásios, clubes e academias de fitness está também em ebulição. Com mais sócios, mas também com mais negócio, mais serviços e novos operadores.
2) a agricultura biológica, encontra-se nitidamente a crescer, por exigência dos consumidores, impondo-se a aposta nos produtos de consumo alimentar direto, desenvolvimento do mercado e apoios à conversão – nos 2 últimos anos, a produção aumentou mais de um terço, faturando-se largos milhões de euros.
Ser Saudável está realmente na “moda” mas, de facto, estaremos a falar de que tipo de fenómeno em particular?
As características antropométricas de cada um de nós são claramente distintas. A resposta fisiológica ao exercício (“entendido” pelo nosso organismo como um processo “agressivo” que origina uma resposta inflamatória) é diferente consoante a nossa “qualidade” muscular, o tipo de exercício, o contexto que nos envolve e… até o nosso estado emocional!
Então, se em busca de ser mais saudável nos “documentamos” em ferramentas como os vídeos na internet onde, os bloggers, vloggers e “opinion makers” (por vezes, com largas centenas de milhares de seguidores) eticamente responsáveis, refletem apenas sobre as “receitas de saúde” que seguem para dar resposta às suas características pessoais (atendendo a que não possuem conhecimento científico adequado para aconselhamento especifico) ou, em por exemplo, em livros… todas elas, ferramentas de comunicação em larga escala, logo, incapazes de dar resposta à especificidade única do nosso corpo…
Aquilo que maioritariamente se alcança:
- são clientes para as clínicas de fisioterapia, resultantes de overuse, erros posturais ou técnica incorreta
- são clientes para a área nutricional, resultantes de desregulação de um padrão alimentar que não se adequa às necessidades do sujeito, com forte compromisso da qualidade emocional (maior liabilidade), do sono e fadiga
- são clientes para a área cardiovascular, com episódios agudos de miocárdio
Entre tantas outras áreas que “beneficiam” da “nossa vontade” em ser saudável!
Naturalmente que, este tipo de alterações vai-se instalando gradualmente, muitas vezes não são perceptíveis a um “olho não treinado” e, por essa razão, se torna fundamental que, se decidir “ser saudável”, deve escolher também um processo, às vezes, não tão “aparentemente rápido” mas, mais seguro porque É planeado pelos técnicos adequados.
Escolher Saúde, é escolher um longo percurso de mudança de hábitos, de estilo de vida.
É, em essência, mudar de atitude, mudar de projeto de vida e, por isso, merece ser planeado e “levado a sério”.
Escolha, por isso:
- Visitar o seu médico, fazendo um check-up para recolher os seus indicadores de saúde;
- Visitar o seu osteopata/fisioterapeuta, para avaliar a sua qualidade músculo-esquelética atual;
- Solicitar um plano de otimização da sua funcionalidade global, junto de um técnico especializado em prescrição de exercício;
- Visitar o seu Nutricionista, para implementar “aquelas alterações” que tarde ou nunca consegue integrar… e para introduzir no seu plano alimentar o suporte energético necessário para um estilo de vida mais ativo.
Parece complexo? Difícil? Demorado?
Acredite que recuperar de uma tendinite ou de um acidente cardiovascular… pode ser um pouco mais lento!
“Those who think they have not time for Health, will sooner or later have to find time for Illness.”
― Edward Stanley
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