Rotina: Liberdade ou Prisão?

Cláudia Ganhão // Setembro 18, 2023
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A grande maioria de nós sempre que ouve a palavra rotina começa a torcer o nariz. Isso acontece porque a palavra rotina é geralmente associada a coisas menos positivas: ao aborrecimento, a coisas desinteressantes, a ficar estagnado, a prisão. Até quando queremos falar de fases menos positivas nas relações, utiliza-se a expressão: “a relação caiu na rotina”, ou seja, imediatamente temos uma conotação negativa à palavra rotina. 

Uma rotina é nada mais nada menos do que o que fazemos sempre, de forma constante no dia-a-dia, na semana ou no mês. 

A primeira coisa que gostava de clarificar é que todos temos uma rotina, ou seja, não é algo que dá para escolher ter ou não ter, que umas pessoas têm e outras não. No entanto, a grande maioria acha que não tem rotina, isto porque a vive em piloto automático, sem consciência ou propósito. 

Toda a gente tem uma rotina, o que muda é o tipo de rotina que cada um tem.

A rotina pode ser uma “rotina consciente e com propósito”, que serve para nos alavancar e ajudar-nos a viver uma vida extraordinária. Ou pode ser uma “rotina inconsciente e automática”, que nos aprisiona no mesmo lugar.

E é precisamente o tipo de rotina que temos, que nos leva a afirmar que a rotina é liberdade ou que é uma prisão. 

Comecemos, então, por um exemplo de uma “rotina inconsciente e automática”:

Imagine o seguinte cenário: 

Acorda, desliga o alarme e automaticamente pega no telemóvel. Começa por ver as mensagens de WhatsApp, os emails e/ou as redes sociais e quando dá por si já está atrasada! Levanta-se à pressa, faz a sua higiene, deixa a cama por fazer e o quarto desarrumado. Come qualquer coisa embalada e sai de casa a correr. Quando chega ao carro percebe que se esqueceu de algo importante em casa, volta atrás apanha o que se esqueceu, volta a entrar no carro e então repara que o ponteiro do combustível está a zeros! E logo hoje, que saiu de casa atrasada e à pressa, vai ter de parar na bomba de combustível. Apanha um trânsito infernal e chega atrasada ao trabalho e logo hoje que tem reunião com o chefe logo de manhã e ainda tem coisas para preparar… 

Nem sequer vale a pena continuar esta história porque já percebemos que esta forma de começar do dia vai acabar por comprometer a qualidade de todo o restante dia. Faz-nos sentir sobrecarregadas, stressadas, apressadas, parece que tudo nos corre mal… Mas a realidade é que isto é, nada mais nada menos, do que o exemplo de uma rotina matinal inconsciente e automática: começar o dia perdida no mundo digital, sem consciência de quanto este hábito nos está a prejudicar e a impedir de ter uma vida mais serena e tranquila. 

Vejamos agora o cenário oposto: 

Acorda, desliga o alarme, levanta-se da cama, alonga o corpo, agradece por mais um dia. Faz a sua higiene com calma, faz a cama e deixa o quarto arrumado. Vai para a cozinha, prepara o seu pequeno-almoço nutritivo, revê o planeamento do dia e define a intenção o mesmo. Prepara tudo para sair de casa e verifica que não lhe falta nada. Chega ao carro repara que o ponteiro do combustível está a zeros e, com calma, dirige-se à bomba de combustível. Abastece o carro, apanha um trânsito infernal, mas, como saiu de casa com tempo, chega a horas ao trabalho e começa a preparar a reunião com o chefe… 

E este é um exemplo de uma rotina matinal consciente e com propósito, na qual se escolhe de forma consciente como começamos o nosso dia, impactando de forma positiva o restante dia. 

Com estes simples exemplos, gostaria que refletisse: Qual destas rotinas a aprisiona e impede de viver a vida que sempre sonhou e qual lhe dá liberdade para viver a sua melhor vida?  

A rotina pode ser liberdade ou prisão, depende só da forma como a escolhemos viver: de forma consciente e com propósito ou de forma inconsciente e automática. 

Bom regresso à rotina!

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