Há dias dei por mim a constatar que o Natal está aí à porta. Custa a acreditar que o ano passou a uma velocidade estonteante e que estamos de novo na época natalícia.
O ano passado tivemos o desafio de fazer um Natal sem as nossas famílias.
Tudo muito controlado e restritivo. Fomos obrigados a reorganizar-nos para que a data pudesse ser celebrada.
Este ano está a ser muito estranho.
Com o desconfinamento acreditámos que podíamos retomar as nossas dinâmicas habituais, mas perante as notícias pouco animadoras sobre o número de casos COVID-19 e as alterações diárias que acontecem nas nossas vidas, ficámos como um barco à deriva.
Organizamos já as coisas com a família ou esperamos?
Distribuímos as tarefas de cada um para a noite de consoada e dia de Natal ou o melhor é não fazer planos e, em cima da data, improvisamos? E os presentes para os miúdos? Compramos ou também aguardamos que eles confirmem realmente o que querem, já que até as crianças parecem mudar de opinião com mais frequência do que acontecia no passado? A incerteza prolongada tem este efeito em nós.
Sinto que temos de reinventar o Natal. Para que não perca significado, nem magia, nem cor. Como?
Honestamente não sei. Talvez preparamos para cada pessoa que amamos e com quem costumamos passar esta época, uma caixinha com duas coisas: uma carta, onde manifestamos o que sentimos por essa pessoa e a importância que ela tem para nós, e um pequeno presente, se possível feito com as nossas mãos, que simbolize essa pessoa na nossa vida.
O meu conselho é fazer as caixinhas já. Elas são o nosso kit de amor do Natal.
Sugiro que neste Natal façamos um kit de amor para oferecer àqueles que amamos.
Se estivermos juntos, será muito bom podermos entregar estas caixinhas cheias de significado. Se não podermos estar juntos, arranjaremos forma de entregar os nossos kits para que na noite de consoada e no dia de Natal, aqueles que amamos, possam sentir a nossa presença e o nosso amor.
Temos de nos empenhar em conseguir viver momentos felizes e alegres nestes novos contextos.
O Natal continua a ser o Natal. O nascimento de Jesus. Essa luz que nada, nem ninguém consegue apagar. Lembremo-nos disso. Que reinventar o Natal pode ser lembrarmos ao nosso coração que o amor aos nossos e o amor a Jesus são suficientes para iluminar esta quadra. Feliz Natal!
Nota: Fotografia por Verónica Silva