Qual o papel da Fisioterapia nas doenças oncológicas?

Madalena Pereira // Abril 13, 2023
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Fisioterapia
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O cancro é um problema de saúde pública a nível mundial, sendo responsável pela diminuição da qualidade de vida dos doentes oncológicos. A Fisioterapia tem um papel fundamental a nível físico, social e emocional e é considerada uma estratégia para melhorar a vida de um doente oncológico.

Tipos de cancro e respetivos tratamentos

Existem vários tipos de cancro, sendo os mais frequentes o da mama, da próstata e o colorretal. Os tratamentos realizados podem ser a cirurgia, a radioterapia, a quimioterapia, a hormonoterapia, as terapias alvo e a imunoterapia, ou a conjugação de vários. Cada um destes tratamentos desencadeia efeitos secundários diferentes, que provocam mau estar ao doente. A Fisioterapia em Oncologia atua em todas as faixas etárias, na área da Músculo-Esquelética, Respiratória, Neurológica, Cardiovascular e Ginecológica, na tentativa de melhorar a sintomatologia decorrente dos tratamentos realizados. 

Principais efeitos secundários

São inúmeros os efeitos secundários e alterações decorrentes das terapias oncológicas. Os mais comuns são: dor, diminuição da mobilidade, diminuição da força muscular, rigidez articular e encurtamentos musculares, fibroses tecidulares, neuropatia, alterações da sensibilidade, alterações posturais, linfedema (inchaço), incontinência urinária/fecal, diminuição da resistência ao esforço e alterações respiratórias. O Fisioterapeuta pode atuar no sentido de minimizar todos estes sintomas, e melhorar, dessa forma, a qualidade de vida do doente oncológico, promovendo a autonomia e retorno às atividades da vida diária, bem como promovendo o bem-estar físico e emocional.

Papel da Fisioterapia antes, durante e depois do cancro

A reabilitação em Oncologia começa no momento do diagnóstico e envolve um conjunto de profissionais de saúde, incluindo o Fisioterapeuta.

Existem três fases de reabilitação, sendo que em todas elas deve ser realizada uma boa avaliação (função dos membros superiores, inferiores e tronco; dor; fadiga; peso; função respiratória). Temos a fase pré-cirurgia/pré-tratamentos, a fase pós-operatória e a fase de tratamento por terapias oncológicas e restantes fases de sobrevivência.

Na primeira fase é fornecida ao doente toda a informação acerca da doença, esclarecidas todas as dúvidas, é feito o ensino sobre os cuidados a ter pós-cirurgia, bem como traçado um plano de exercícios de preparação para a operação e, dessa forma, facilitar a recuperação. Na segunda fase é feito o ensino para prevenir complicações precoces, dadas estratégias para gerir a dor/desconforto e é prescrito um programa de exercícios. Na terceira fase, a equipa está alerta para a deteção de complicações frequentes e adapta o plano de exercícios de acordo com o estado geral do doente.

Em que pode o Fisioterapeuta ajudar os doentes oncológicos?

O trabalho do Fisioterapeuta passa por minimizar/eliminar a dor, manter/aumentar as amplitudes de movimento, manter/aumentar a força muscular, manter/aumentar a resistência ao esforço, melhorar a função respiratória, melhorar a postura, prevenir atrofias e contraturas, prevenir cicatrizes aderentes, prevenir/tratar o linfedema e promover a prática de exercício físico. Em contexto de internamento, com doentes acamados, a mobilização articular e a mudança de decúbitos previnem o aparecimento de úlceras de pressão.

O Fisioterapeuta é um dos profissionais de saúde que mais tempo passa com o doente. Por esse motivo é, por norma, quem mais motiva para a reabilitação física, psicológica, social e familiar e a quem o paciente coloca mais questões acerca dos tratamentos e dos efeitos secundários dos mesmos.

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