Temos na nossa vida um fator que à partida nos impossibilita logo de viver em pleno – foco constante no futuro, expectativas do que e como será. Vivemos para o amanhã, esquecendo a riqueza do presente – o tempo onde tudo acontece, onde tudo se transforma, o tempo onde a nossa consciência se abre. Quando a felicidade existe, agarramo-nos em total apego, com medo de que ela se dissipe, em vez de a gozarmos enquanto decorre, o pensamento vai para as perguntas: “E se acabar? E se não correr bem?”. Quando a tristeza nos toca há uma urgência em fazê-la passar o quanto antes, uma urgência em nos enchermos de distrações, de fugas para ver se esta emoção se vai…
Nada é por acaso.
Acredito de coração, que viver em pleno é abrir os braços para tudo o que a vida nos coloca no caminho no aqui e agora, e isso inclui os desafios, os testes, inclui pessoas (mesmo as que nos causam dor, pois são elas os nosso grandes mestres), inclui aquilo a que chamamos de “falhar”, inclui os términos, incluí os “erros” (que eu acredito mesmo que são aprendizagens). Viver em pleno é saber que tudo, mas mesmo tudo o que se atravessa no nosso caminho é precisamente o que precisamos para aprender, para nos tornarmos na melhor versão do nosso Ser. É o que precisamos para reconhecer que nada é por acaso e que todos os eventos fazem parte de um puzzle mágico que nos coloca nos lugares certos, à hora certa, com as pessoas certas para irmos “parar” onde temos de chegar.
O segredo para uma vida plena
Para tomar consciência disto é preciso fazer um trabalho profundo para abraçar o presente, sem ansiedade de chegar ao futuro, pois, bem vistas as coisas, o futuro nunca existe e o presente é tudo o que tu tens.
Viver em pleno é…
Não acredito que viver em pleno é esquecer os problemas, criar fugas e estar em constante ânsia de que o amanhã chegue. Viver em pleno é prestar atenção ao que está a acontecer agora. Viver em pleno é parar em cada desafio que nos bate à porta e abrir o coração para ele, da mesma forma que nós abriríamos para a felicidade. Porquê? Porque a nossa capacidade de compreender que tudo tem uma razão de ser, faz-nos encarar aquilo a que chamamos de problemas, como uma verdadeira oportunidade de crescimento e expansão da consciência, sabendo que a partir daquele exato momento não faremos nada igual, nem seremos as mesmas pessoas – seremos muito melhores. A partir do momento em que compreendemos a razão pela qual um desafio nos bate à porta, parte dele fica resolvido, pois compreendemos a causa por detrás do mesmo.
Como é que os nossos dias se podem tornar mais sorridentes e plenos?
Os meus tornaram-se absolutamente ricos e sorridentes a partir do momento em que abri os olhos para os presentes que o presente me dá – o amanhecer, o som dos pássaros, as cores das árvores que vão mudando de acordo com os dias e as estações, o cheiro a terra molhada, das plantas, os raios de sol que me aquecem a alma e que dão luz ao meu dia, o som das ribeiras, do mar, da chuva, os abraços, a troca de sorrisos, o estar aberta para novas experiências sabendo que daqui a um segundo elas vão acabar…
O presente é um presente efémero e ele acabou de terminar e ao mesmo tempo começar, neste exato segundo em que me lês. Para viver em pleno é preciso viver agora, pois este é o único tempo em que a vida acontece, o resto já foi ou ainda nem sequer existe….