Os rins são órgãos complexos e essenciais ao bom funcionamento do organismo. Quando alguma das suas funções fica comprometida, surge a doença renal. Esta é muito comum e afeta cerca de 10% da população mundial. Mas, qual a melhor forma de reduzir o risco e a prevalência de doença renal?
Os rins são órgãos complexos, essenciais ao bom funcionamento do organismo por ação de três funções basilares:
- a função filtrativa, responsável pela eliminação de resíduos e de tóxicos resultantes do normal funcionamento do nosso corpo na urina (como a creatinina e a ureia);
- a função reguladora, responsável pela fina regulação da quantidade de água corporal, de sal e outros iões (como o potássio e o fósforo) e da acidez do sangue;
- a função endócrina, responsável pela produção de hormonas como são as envolvidas na produção de glóbulos vermelhos (a eritropoetina), na saúde óssea (a vitamina D) e na tensão arterial (a renina).
Consequentemente, a doença renal resulta no compromisso de uma, ou de várias, destas funções, com, geralmente, acumulação no sangue dos produtos tóxicos não excretados (azotémia ou urémia).
A doença renal, a sua importância e manifestações
A doença renal é muito comum, afetando cerca de 10% da população mundial. Pode ser aguda, quando se inicia de forma rápida, evoluindo, muitas das vezes, com a recuperação da função renal; ou ser crónica, quando persiste no tempo (mais de 3 meses). A doença renal crónica apresenta vários estadios de gravidade e o risco de progressão ao longo do tempo. Em Portugal, existem cerca de 20 mil doentes com doença renal crónica em grau muito avançado.
Os rins são órgãos com grande reserva e com a capacidade de se adaptar à perda progressiva da sua função. Isto significa que a doença renal é geralmente silenciosa, apresentando-se sem ou com sintomas muito ligeiros e inespecíficos, pelo menos até fases muito tardias da sua evolução, quando a diminuição da função renal já é muito grande. No entanto, a mortalidade e a morbilidade associadas à doença renal são elevadas, mesmo nas suas fases mais precoces.
As principais manifestações e sintomas associados à doença renal são:
o cansaço; a falta de energia e de concentração; as alterações do sono; a perda de apetite; as náuseas e os vómitos; as caibras e a fraqueza muscular; a comichão generalizada; as alterações da quantidade e/ou das características da urina (como a espuma ou o sangue); o aumento da tensão arterial; o inchaço das pernas, entre outras.
Fatores de risco e prevenção da doença renal
As principais causas de doença renal são a diabetes mellitus e hipertensão arterial, responsáveis por 2/3 de todos os casos. Outros fatores de risco modificáveis, como a obesidade e o excesso de peso, o tabagismo, o consumo excessivo de medicamentos anti-inflamatórios também têm um papel de muito relevo. Assim, a melhor forma de reduzir o risco e a prevalência de doença renal passa pela adoção de estilos de vida saudáveis.
Como principais estratégias de prevenção, sugere-se:
- Adotar uma alimentação equilibrada, variada, com consumo moderado de calorias, mas pobre em sal, em gorduras e açúcares;
- Praticar exercício físico, que seja fonte de satisfação pessoal e que respeite a capacidade física individual;
- Manter o peso corporal controlado, evitando o excesso de peso e a obesidade;
- Controlar a tensão arterial;
- Não fumar;
- Limitar a ingestão de bebidas alcoólicas;
- Não tomar medicamentos não prescritos por um médico;
- Evitar a toma excessiva, prolongada ou por rotina de medicamentos anti-inflamatórios e/ou analgésicos;
- Evitar o consumo de suplementos proteicos;
- Aderir ao plano de saúde e campanhas de rastreio recomendados pelo seu médico assistente.
Se tiver dúvidas deverá sempre consultar o seu médico assistente.