Quais são as bases para um relacionamento sólido?

Sílvia Dias // Maio 22, 2024
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relacionamento sólido
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Ser um casal é um dos maiores desafios do ser humano. Uma relação a dois nem sempre é fácil e tornar essa relação num relacionamento sólido ainda mais desafiante pode ser.

Todos os dias escuto várias pessoas e casais, tristes, a queixarem-se que não têm um relacionamento sólido, feliz e duradouro.

Um relacionamento sólido, duradouro, forte e feliz é construído a dois, todos dias, dia após dia.

A paixão foi apenas o ponto de partida para juntos construírem bases fortes e seguras, que são fundamentais para que possam caminhar de mãos dadas, de forma segura, forte e saudável.

E quais são as bases fundamentais para um relacionamento forte e saudável?

1. Amor

Nós precisamos do amor na vida, assim como precisamos de oxigénio para viver. As evidências científicas que comprovam isto são já muitas. Cada vez mais os estudos nos mostram que não somos apenas animais sociais, mas animais que necessitam de uma ligação mais próxima com o outro para sobreviver.

Consideramo-nos cada vez mais seres evoluídos e independentes, mas, na verdade, contemos uma parte do nosso cérebro completamente instintiva. Esta parte faz com que sejamos seres básicos e vulneráveis, que necessitam de sentir amor e de amar. E isso é positivo! Depois de compreendermos e aceitarmos esta característica em nós, como parte integrante da nossa natureza humana, podemos chegar de forma mais rápida e fácil à origem dos problemas nas relações de casal e, assim, fortalecer a nossa relação.

2. Confiança 

Sentir que a pessoa que amamos está disponível e em presença, que é o nosso porto de abrigo na vida e que podemos contar com ela nas tempestades da vida, sem nos abandonar ou rejeitar, traz confiança na relação, tornando-a mais forte e segura. Isso faz com que o casal consiga conversar sobre assuntos difíceis e desconfortáveis, não porque não sentem medo de deixarem de ser amados, ou porque não sentem vergonha do que vão partilhar, mas porque têm a coragem de atravessar juntos toda essa vulnerabilidade, tornando-os mais próximos e com uma conexão mais forte e segura.

3. Vulnerabilidade e Intimidade

Sentirmo-nos vulneráveis é sentirmo-nos totalmente expostos, a “nu”, sem capas, sem proteções (com tudo aquilo que gostamos e não gostamos em nós, com os nossos medos mais profundos, as nossas vergonhas mais escondidas), darmo-nos a conhecer ao outro e conhecer o outro desta mesma forma, é a chave para um relacionamento profundo.

É sentirmos que estamos numa “sala de medo”, repleta de perigos que nos podem magoar realmente. Ser vulnerável é estar nessa “sala”, enfrentando-nos com um cenário de incerteza e expor as nossas emoções, mostrando as nossas partes mais sensíveis e que mais escondemos e protegemos. E correr este risco não tem nada de fraqueza, mas tem muito de coragem e de vulnerabilidade. A intimidade mostra, despe, aprofunda, mergulha e conecta.

As relações marcadas pela intimidade são aquelas em que ambos mostram a sua vulnerabilidade, atravessando riscos, confiando que quem ama vai aceitar o outro com tudo o que é, de bom e de menos bom, e que quer ficar ao seu lado.

4. Comunicação

Todos os casais se relacionam através de uma dança própria e específica. Para se ter uma relação forte, segura e saudável, o casal têm de observar a sua dança. Às vezes essa dança liga-os e aproxima-os, outras vezes afasta-os e separa-os.

Quando o casal consegue aceder, identificar, organizar e expressar as suas emoções e consequentemente, comunicar as suas necessidades emocionais de forma vulnerável, a dança sintoniza-se. O casal sente-se seguro e a conexão fortalece-se.

Quando o casal não comunica de forma vulnerável, a dança desintoniza-se, não se sente escutado, compreendido e podem ficar presos à crítica, ao ataque, à zanga, aos silêncios e o casal vai-se afastando cada vez mais, colocando em risco por vezes a sua relação.

Só nesta forma vulnerável de comunicar é que o casal se sente compreendido, cuidado, amado e seguro. E é nesta possibilidade que podemos voltar a confiar e a sentir não só que o amor é seguro como também é sanador.

5. Aceitação 

Os casais felizes passam por momentos muito tristes juntos, faz parte. Todos nós preferimos os dias fáceis, leves e felizes, mas o amor cresce nesses dias e nos dias mais difíceis, e por vezes mais tristes do casal. Aceitar todos esses momentos de forma unida é essencial.

Na jornada do casal, existam curvas, contracurvas ou estradas sinuosas, contudo se o casal estiver conectado emocionalmente de forma sólida e segura, não perde o equilíbrio com estes obstáculos e quando se desequilibra ambos sentem que podem contar com a ajuda um do outro e seguir caminho juntos.

A estabilidade passa por momentos de muitas instabilidades. Os casais mais fortes aprendem a contar um com o outro nos momentos de maior vulnerabilidade. 

Amores-perfeitos só existem flores, não entre casais. Todos os casais são amores perfeitamente imperfeitos.

6. Maturidade emocional

Nesses momentos de instabilidade no casal é fundamental ser-se capaz de recorrer e solicitar ao outro apoio emocional, isso é um sinal de grande força e de saúde mental e emocional. Só assim o casal tem maturidade emocional para se ajudar a co-regular nas suas emoções difíceis e fases desafiantes.

Caso contrário, dentro do casal, cada pessoa está em autossuficiência com as suas emoções e necessidades, e autoregula-se de forma independente, o que faz com que cada um, com o tempo, se sinta ainda mais sozinho e lute um contra o outro, como se ambos fossem inimigos, tornando o lar num campo de batalha.

7. Compromisso

A construção destas bases e pilares para que o relacionamento se torne sólido, forte e seguro é possível, desde que exista amor e compromisso para construir uma conexão segura.

Atualmente, sabemos que construir estas bases num relacionamento amoroso nos torna vulneráveis, mas também sabemos que nunca nos sentimos tão fortes e confiantes como quando temos a certeza de que somos amados.

Quando sentimos uma conexão segura com a pessoa que amamos, isso fortalece-nos. 

Quando nos sentimos seguramente ligados à pessoa que amamos, compreendemo-nos melhor e gostamos mais de nós, e isso faz com que nos sintamos mais seguros e confiantes na vida.

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