Toda a gente já teve uma a várias situações na vida em que sentiram comichão ou formigueiro na pele e, em função disso, coçaram vigorosamente, com uma sensação agradável de alívio e prazer.
Porque nos coçamos?
São várias as condições que originam coceira ou prurido. Desde a pele seca, a diferenças bruscas de temperatura, a doenças de pele inflamatórias (como os eczemas, por exemplo), a doenças hematológicas (do sangue) como os linfomas, a doenças do fígado, doenças dos rins, doenças neurológicas. Todas elas podem levar a, por um lado, libertação de uma substância no sangue chamada histamina (que origina coceira), como por outro lado podem levar a acumulação no sangue de sustâncias que deviam ser eliminadas, mas ficam no organismo por deficiência de órgãos (como nas insuficiências do fígado ou dos rins). Por vezes, os mecanismos são mais complexos, mas em comum todas desencadeiam o acto de coçar.
Coçar serve para quê?
A coceira é uma sensação resultante da activação do nosso sistema nervoso e tem como função alertar para algum desequilíbrio do nosso organismo. Um estímulo interno (uma toxina no sangue, por exemplo) ou um estímulo externo (a picada de um mosquito, por exemplo) libertam no sangue uma substância chamada histamina ou alertam o sistema nervoso, cujas terminações periféricas dão sensação de coceira. O acto de coçar sinaliza, via terminações nervosas, para um lugar do cérebro que é próximo de áreas de prazer – e a resposta é uma sensação de prazer. Claro que se continuamos a coçar, entramos num ciclo vicioso em que o resultado é uma agressão da pele, com dor e ferida. Não é, portanto, uma boa ideia!
Então, o que devemos fazer?
Por muito que nos custe, é imperativo não coçar compulsivamente. Devemos tentar “apaziguar” o estímulo de coceira, aplicando gelo local (não diretamente na pele), aplicando cremes anti-inflamatórios ou calmantes de pele e tomando medicamentos chamados anti-histamínicos. As pessoas que têm um componente neurológico na origem da coceira têm, por vezes, de tomar alguns medicamentos que ajudam a “reorganizar” essa resposta exagerada. Por vezes a psicoterapia é essencial para “cortar” essa sensação recorrente anormal. E, claro, tem de se eliminar os fatores desencadeantes possíveis (os mosquitos, as inflamações da pele, controlar as hormonas e verificar se os diferentes órgãos estão todos saudáveis).
Coçar é perigoso?
Perigoso, não é. Prazeroso, por vezes. Mas, o principal é lembrar que pode ser um sinal de alerta para algo que não está bem. Assim, se tiver uma comichãozinha que se torna incontrolável, consulte o seu dermatologista.