Porque nos caem mal certos alimentos?

Rita Ribeiro // Outubro 11, 2023
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alimentos indigestos
alimentos indigestos

A saúde do nosso sistema gastrointestinal desempenha um papel fundamental para o nosso bem-estar geral. Os alimentos que consumimos podem ser uma fonte de nutrição ou de desconforto, dependendo da forma como o nosso corpo os processa. Se alguma vez se questionou porque se sente tão desconfortável após o consumo de determinado alimento, então este artigo é para si! 

Quais são os alimentos mais indigestos?

Existem inúmeros alimentos que podem, mais facilmente, ser propícios a causar maior desconforto gastrointestinal, de entre os quais destaco:

  • alimentos muito ricos em gordura (ex: fritos, folhados, carnes gordas, enchidos, fast food) requerem um maior tempo de digestão, pelo que o esvaziamento gástrico é mais lento, podendo ser mais propícios a causar algum desconforto gastrointestinal;
  • alimentos como alho, cebola, couves, brócolos, couve-flor e alimentos mais ricos num determinado conjunto de hidratos de carbono chamados de FODMAPs (Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides, and Polyols), cuja absorção é particularmente lenta ou inexistente no intestino delgado, podendo ser mais facilmente fermentáveis pelas bactérias intestinais, o que pode resultar na produção de gás;
  • alimentos que contenham lactose (ex: leite) para quem seja intolerante ou tenha algum tipo de desconforto associado à sua digestão;
  • leguminosas e alimentos integrais, que, apesar de saudáveis e com um teor de fibra interessante, podem mais facilmente contribuir para inchaço abdominal e flatulência;
  • bebidas gaseificadas podem exacerbar sintomas como refluxo, azia e flatulência;
  • polióis (ex: xilitol, sorbitol), vulgarmente encontrados em pastilhas elásticas e produtos diet/light, podem apresentar um efeito laxante promovendo o inchaço abdominal e dificultando a digestão.

Devemos evitá-los?

Sempre que o consumo de determinados alimentos provoque, ou contribua para o agravamento de determinados sintomas de natureza gastrointestinal, o seu consumo deve ser avaliado no sentido de limitar ou eliminar, consoante tolerância individual.

O que fazer em caso de os consumir e nos sentirmos menos bem?

Avaliar se a sintomatologia alivia com a retirada ou limitação no consumo de determinados alimentos; mastigar os alimentos com calma, de forma a melhorar o processo digestivo e evitar engolir demasiado ar, por exemplo, através de um consumo muito frequente de pastilhas elásticas.

Como identificá-los e aos seus sintomas?

Existem uma série de sintomas gastrointestinais mais comuns que incluem flatulência, inchaço, azia, diarreia, cólicas, entre outros, que podem estar na origem de alimentos que não são tão bem tolerados pelo organismo, tais como os que fazem parte das características referidas anteriormente. Neste sentido, há que avaliar, com recurso a diários alimentares e tentativa-erro/associação de sintomas, a fim de se conseguir identificar quais os alimentos que podem estar na origem da indisposição ou associados a uma agravamento dos sintomas. Vale ressalvar que os testes múltiplos de intolerâncias alimentares não serão um diagnóstico útil nem servirão para este efeito, uma vez que não apresentam fundamentação científica, podendo, inclusivamente, levar à eliminação de determinados alimentos/grupos alimentares nutricionalmente interessantes, de forma desnecessária, podendo comprometer a saúde.

Porque é que nos caem tão mal?

Por um lado, uma alimentação desequilibrada, pouco variada e pouco interessante do ponto de vista nutricional e com um consumo frequente e abundante de bebidas alcoólicas, alimentos açucarados e fast food não irá ser benéfica para a saúde gastrointestinal. Por outro, existem alimentos que reúnem um conjunto de características que os podem tornar mais facilmente fermentáveis e menos bem digeridos pelo organismo, como é o caso dos referidos anteriormente. No entanto, é sempre importante avaliar de forma individual, a presença de alimentos que possam estar a causar desconforto a fim de melhorar, não só o processo digestivo, como também a sintomatologia gastrointestinal apresentada. Além disso, comportamentos mais básicos, mas igualmente importantes que contribuem para o auxílio de um correto processo digestivo, incluem uma mastigação adequada, pelo que comer de forma demasiado rápida pode não auxiliar numa boa digestão. Também será interessante perceber e avaliar se existe alguma patologia de base que também possa ser uma condicionante à ingestão de determinados alimentos. A título de exemplo, na presença de Refluxo Gastroesofágico será essencial controlar/limitar o consumo de alimentos e preparações culinárias com muita adição de gordura e/ou condimentos, alimentos mais ácidos, cafeína, assim como bebidas alcoólicas, uma vez que podem, mais facilmente, causar desconforto e/ou exacerbar os sintomas associados à condição clínica.

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