É especial? Conseguiu? Terminou? Venceu? Um conselho que dou a todas as leitoras da Simply Flow é que nunca se esqueçam de comemorar!
O tempo de comemorar passava-me muitas vezes ao lado. Acredito que a si também. Pode parecer “perda de tempo” ou que “não serve para nada”, mas na realidade este ato tem o subtil poder de nos entusiasmar a avançar para novas conquistas, novos desafios.
Hoje, a comemoração é literalmente o meu motor para querer fazer mais e mais coisas. Ainda me esforço para lhe dedicar algum tempo, confesso. Mas os benefícios são tão reais que compensa sempre este pequeno esforço. O esforço que refiro, não é o ato da comemoração em si, porque esse é de puro prazer e alegria, o esforço reside em reservarmos na nossa agenda preenchida do dia-a-dia, um espaço para um ato comemorativo.
Como comemorar?
Pode ser ir comer um gelado, comprar um presente para si própria, jantar fora, tirar um dia de férias, sair com os amigos, etc.. As opções são infinitas e dependem daquilo que realmente satisfaz cada pessoa, que é única. Não precisa de complicar, nem de gastar dinheiro, precisa apenas de dedicar algum tempo a mimar-se, a sentir-se feliz por ter conseguido atingir o seu objetivo e a tomar consciência de que foi capaz. Deve incluir um grande sorriso, nem que seja interior.
Em sessões de coaching, para além dos objetivos, pergunto sempre ao cliente como vai comemorar, não só quando atingir o grande objetivo final, mas também a cada passo dado até lá chegar. As pequenas vitórias também devem ser celebradas, porque nos dão ânimo para o passo seguinte. Não temos consciência disto, mas o nosso diálogo interno é algo deste género: “Se nem isto consegui fazer, quanto mais aquilo” ou “Se consegui fazer isto, também consigo aquilo. Eu sou capaz, que bom! Quero mais!”. E esta sensação de sentirmos que somos capazes é tão prazerosa que se torna viciante.
A forma mais eficaz de tomarmos consciência de que “somos capazes” é através da celebração, porque nos traz para a realidade.
Festejar algo é trazer para o mundo real a vivência daquilo que estava apenas no mudo das ideias e que, por isso, poderia facilmente ser esquecido. Através da comemoração fica memorável.
Esta sabedoria é antiga. Li um texto recentemente de uma carta fenomenal escrita por Lincoln em 1820. Chama-se “Carta ao Professor” e foi escrita quando o presidente dos EUA percebeu que ia ter pouca disponibilidade para acompanhar a educação do seu filho. Entre outras palavras, o presidente pedia ao professor do seu filho: “Ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória”.
Outra leitura recente, de um texto antigo que vale a pena partilhar, foi do Livro de Coélet. Para quem acredita em Deus, o texto é religioso. Para quem não acredita, vale por nos fazer refletir acerca da importância de reservarmos tempo para viver as diferentes fases da vida:
Tudo tem o seu tempo, tudo tem a sua hora debaixo do céu: Há tempo para nascer e tempo para morrer, tempo para plantar e tempo para arrancar; tempo para matar e tempo para curar, tempo para demolir e tempo para construir; tempo para chorar e tempo para rir, tempo para gemer e tempo para dançar; tempo para atirar pedras e tempo para as juntar, tempo para se abraçar e tempo para se separar; tempo para ganhar e tempo para perder, tempo para guardar e tempo para deitar fora; tempo para rasgar e tempo para coser, tempo para calar e tempo para falar; tempo para amar e tempo para odiar, tempo para a guerra e tempo para a paz. (…)”
«Tudo tem a sua hora debaixo do céu», Co 3, 1-11
Hoje é tempo de comemorar. O Simply Flow faz 4 anos!
Sempre que me desafiam para escrever faço-o com enorme prazer. Tal como a Fátima, sou uma apaixonada pelas áreas de saúde e bem-estar. Partilhamos os mesmos valores no trabalho – seriedade, rigor e bom flow.
Cheers!