São poucas as plantas que nós humanos consumimos, por influência dos mercados globais. Mas a natureza tem tanto a nos oferecer. Quando as cidades ainda tinham muitos jardins, eram rodeadas de campos, quando as matas ainda prevaleciam e as águas eram puras. Quando a natureza estava mais preservada, menos poluída, nós, seres humanos, tínhamos mais alimentos disponíveis em todos os lugares. A natureza dá-nos uma diversidade imensa de plantas que nós esquecemos que podemos comer. Desaprendemos. Está na hora de recuperar este conhecimento.
De há alguns anos para cá, por influência de muitos amigos, mas principalmente da minha querida Fernanda Botelho, comecei a dar outro valor às plantas silvestres, popularmente conhecidas como ervas daninhas. Comecei a aprender este conhecimento das plantas silvestres e a perceber que elas são muito mais do que meras ervas. Tal como a minha amiga Fernanda diz: “Não existem ervas daninhas”. O que existe são plantas cuja utilização e função desconhecemos.
Assim, pouco a pouco comecei a estudar um pouco as plantas silvestres e espontâneas que crescem nos montes e vales onde moro. A verdade é que descobri uma variedade imensa de plantas que se podem comer e que são muito úteis para cuidar da saúde do nosso corpo.
Eu ainda sou uma aprendiz. O que sei ainda é muito pouco, mas partilho com vocês algum desse conhecimento. O conhecimento das “ervas” que se comem, que uso com mais frequência. Existem muitas mais.
9 Ervas saborosas e nutritivas:
1. Beldroega
Esta foi talvez a primeira das plantas silvestres que entrou na minha cozinha. É uma planta espontânea um pouco por todo o mundo, muito comum desde o final da primavera até o final do verão. É carnuda e muito suculenta, com talos grossos avermelhados e folhas estaladiças e arredondadas verde-escuro ou amarelo-dourado. A maioria dos agricultores vê-a como uma infestante, como uma erva daninha, mas é por puro desconhecimento das suas propriedades nutritivas e terapêuticas. A beldroega é usada há milhares de anos e a sua utilização na Europa como planta medicinal surgiu há mais de 2 mil anos.
No nosso país é bastante comum encontrar alguns pratos feitos com esta planta silvestre, principalmente no Alentejo, como é exemplo a sopa de beldroegas. A maioria das receitas que se encontram é com as beldroegas cozinhadas, mas estas também se podem comer cruas, em saladas (a minha forma preferida) e sopas. Além das vitaminas, minerais e fibras presentes naturalmente, as beldroegas são ricas em ómegas 3,6 e 9.
Partes que se comem: folhas, frutos/sementes e flores.
2. Borragem
Confesso que apesar de teoricamente conhecer as propriedades terapêuticas da borragem para aliviar queimaduras ou picadas de insectos como cataplasma, a sua utilização na cozinha é muito recente. Esta é uma planta que cresce espontaneamente nas bermas dos caminhos, em campos cultivados e no meio montanha silvestre. As folhas são rugosas, alongadas com bordos ondulados. As flores são em forma de estrela de 5 pontas normalmente de cor azul ou lilases, mas também podem ser brancas, com uma espícula central de cor negra.
Na cozinha usam-se as flores para decoração de saladas e bolos, por exemplo. Uma sugestão que a Fernanda Botelho dá em um dos seus livros é colocar as flores de borragem nas cuvetes de gelo, cobrir com água e congelar. O resultado são cubos de gelo bem originais e decorativos.
As flores também são óptimas para fazer uma infusão, vertendo água quente em cima das flores, tampando e deixando em repouso durante 10 a 15 minutos. Fica muito agradável.
As folhas podem adicionar-se em sumos, batidos e smoothies. São ricas em mucilagem, cálcio, potássio.
Nota: Esta planta deve ser usada com alguma parcimónia porque contém alcalóides pirrolizidinos que quando ingeridos em grande quantidade são tóxicos para o fígado.
Partes que se comem: folhas, sementes e flores.
3. Capuchinhas
Esta planta silvestre é considerada no nosso país uma planta invasora. É uma planta anual, de caule mole e de crescimento irregular. Pode ser uma planta rasteira ou trepadeira, que cresce em solos pobres bem ensolarados ou em meia sombra. As folhas têm uma forma redonda, de cor verde intenso na parte superior e mais claro na inferior, com nervuras em forma de estela que irradiam do centro até à margem. As flores possuem várias tonalidades de cores quentes, desde o amarelo até ao vermelho carmim. Na minha zona são alaranjadas.
As folhas têm um sabor apimentado e penetrante, parecido com o agrião. Combina bem com saladas frias. As sementes colhidas ainda jovens e tenras podem ser colocadas a macerarem vinagre tornando-se num picle muito parecido com as alcaparras.
Com as folhas frescas pode-se fazer uma infusão, muito útil na eliminação de tosse, catarro, bronquite, muito útil também para desobstruir as vias nasais e ajudar a eliminar a expectoração.
As capuchinhas são ricas em vitamina C, betacarotenos, ácido fosfórico e oxálico, enzimas e propriedades antibióticas.
Partes que se comem: folhas, caules, fruto/sementes e flores.
4. Carqueja
A carqueja é um arbusto perene, com caules achatados e alados, folhas pouco desenvolvidas e flores amarelas. Cresce em matos baixos sobre rochas ácidas e possui um historial de utilização tradicional, no nosso país, bastante longo e consistente.
Tradicionalmente, a carqueja é utilizada sob a forma de infusão para aliviar problemas do aparelho digestivo, em casos de diabetes, infecções urinárias, assim como gripes e constipações. É útil para baixar a tensão arterial e o colesterol.
Além das infusões, é comum usar-se a carqueja para a confecção de arroz e coelho.
As flores de carqueja são comestíveis e podem ser adicionadas a saladas para decorar pratos e sobremesas e tudo mais que a imaginação ditar. Tem um sabor a mato um pouco resinoso, entre o doce, o amargo e o adstringente.
Partes que se comem: caules alados e flores.
5. Conchelos ou Umbigos de Vénus
Esta é uma das plantas silvestres que eu mais gosto. Não perco a oportunidade de a provar sempre que encontro. É uma planta perene, suculenta, com folhas carnudas, muito redondinhas de cujo centro sai o caule, formando uma pequena covinha que faz lembrar um umbigo. O caule erecto é fornecido em quase toda a sua extensão por flores e botões que formam cachos branco-amarelado ou avermelhado. Florescem normalmente a partir de Abril e é muito comum encontrá-los em paredes com musgo, fendas, bosques, cascas de árvores e telhados.
Os conchelos são ricos em cálcio, potássio, ferro, silício, vitamina C e taninos. Tradicionalmente são mais utilizados externamente do que internamente, para ajudar a resolver questões como calosidades, feridas, úlceras cutâneas, picadas de insectos e dores de ouvidos. Nestes casos a aplicação é feita directamente na zona afectada com a planta esmagada em compressas ou esmagando e coando para obter o seu sumo.
Eu adoro usá-los na cozinha, crus e acabadinhos de colher, porque possuem um sabor fresco e agradável. Fica excelente numa salada, numa sanduíche, num wrap, num batido ou no que a imaginação ditar. Muitas vezes fazemos piqueniques por zonas que sabemos ricas em conchelos e antes da refeição lá vamos nós apanhar a saladinha.
Partes que se comem: folhas, caules e flores.
6. Ervilhaca
A ervilhaca é uma leguminosa herbácea, tipo trepadora que ajuda a cobrir e proteger o solo. Na minha aldeia existem muitos campos que não são cultivados há muito tempo e onde podemos colher esta beleza em abundância. É boa para a terra e pode servir de adubo verde. É boa para os animais que se deliciam com as suas folhas, flores e vagens. É boa para nós, humanos, caso as saibamos aproveitar.
Tem folhas compostas por folíolos obovados, flores violáceas ou brancas e vagens oblongas. Cresce em bermas dos caminhos, em campos cultivados ou em pousio, em matas e pastagens. É só estar bem atento que de certeza encontrarás algumas perto de onde vives.
Os chineses há milénios que utilizam tanto a folha como a vagem na sua alimentação. Na Europa também já foi muito usada e até cultivada na Idade do Cobre. Existem alguns estudos a demonstrarem que a folha da ervilheira, ou ervilhaca, são um excelente alimento com propriedades diuréticas e que ajudam a equilibrar os níveis de glicemia (o que é excelente para diabéticos). Ajudam também a resolver arteriosclerose e melhoram o funcionamento renal. Tanto as vagens com as folhas são excelentes para casos de anemia e por possuírem muitas vitaminas e minerais na sua composição. São comestíveis cruas ou cozinhadas.
Partes que se comem: folhas, caules, flores, vagens e sementes.
7. Funcho
O funcho é uma planta silvestre muito interessante. Nas caminhadas que faço na montanha é frequente encontrá-la nas bermas dos caminhos, em terrenos baldios, nos matos degradados e até em campos de cultivo. Os meus sogros têm alguns espécimes na sua horta desta planta silvestre.
Esta é uma planta vigorosa com cheiro a anis, caules erectos que podem atingir mais de 1 metro, folhas grandes e plumosas, muito recortadas e de cor verde. Os caules estriados são maciços enquanto são jovens, mas tornam-se ocos há medida que envelhecem. Formam pequenas flores amarelas em umbelas terminais.
As folhas e talos se finamente picados aromatizam as saladas e molhos. Eu, por exemplo, adoro fazer pesto silvestre onde a erva mais aromática é o funcho. Ou até mesmo fazer uma maionese de funcho ou uma água aromatizada. A base grossa da folhas pode ser cozida como um legume e os caules fibrosos podem ser transformados em picles quando deixados várias semanas a macerar em vinagre. Estes picles ficam com um sabor agridoce.
As sementes ou frutos do funcho são muito utilizadas para cozinhar e dar sabor a estufados por exemplo e também para aromatizar licores. No nosso Portugal é comum utilizar para aromatizar/ temperar peixe, azeitonas e castanhas.
O funcho tem muitos benefícios porque suas folhas e sementes possuem compostos como o anetol, saponinas, flavonóides, taninos, cumarinas, vitaminas, sais minerais e ácido rosmarínico, que possuem acção relaxante, anti-inflamatória, estimulante, antiespasmódica, carminativa, anti plaquetária, vermífuga, digestiva, diurética e expectorante suave. Assim o funcho é muito útil para: aliviar dor de estômago, melhorar a digestão, ajudar a regularizar o trânsito intestinal, controlar o excesso de gases, ajudar na resolução de gripes e constipações, aliviar náuseas e vómitos, diminuir a ansiedade e melhorar a qualidade do sono, auxiliar na desintoxicação e tonificação do fígado.
Acho que já deu para perceber que sou fã de funcho!
Partes que se comem: folhas, caules, flores e sementes.
8. Malvas
Malvas é talvez a primeira planta silvestre que tomei conhecimento das suas propriedades terapêuticas. Os meus sogros são super fãs dela, principalmente o meu rico António, que usa para cuidar quase todas as suas maleitas, pelas suas propriedades antioxidantes, anti-sépticas, antimicrobianas e anti-inflamatórias. É talvez a planta mais usada em Portugal como medicina popular, tanto para uso externo como interno. O meu sogro costuma fazer uma infusão para vários fins.
Esta é uma planta herbácea que pode chegar até um metro de altura, de caule ramificado, aveludado e lenhoso no seu segundo ano, folhas lobadas e arredondadas. Possui flores lilases ou rosa-púrpura, nervadas de um tom escuro que brotam em cachos nas axilas das folhas superiores. Os frutos são peludos e estão divididos e encerrados em cálices persistentes e ordenados em círculo.
Cresce nas bermas das estradas, em terrenos sem cultivos, baldios e algumas zonas com humidade.
Em termos alimentares parece que a sua utilização está em desuso, mas seria bom reavivar essa memória. Pode-se usar a planta quase toda, desde as raízes até às sementes, conhecidas no meio rural como “queijinhos”. Confesso que ainda não percebi o porquê, mas isso não é importante para o caso.
As folhas de malvas podem ser cozinhadas como os espinafres, as acelgas ou as couves, pelo que as utilizações culinárias são imensas, basta substituir um destes alimentos pelas malvas e já teremos um cozinhado diferente com uma planta silvestre.
As flores são comestíveis e podem servir para decorar doces (fica sempre bem!) ou até mesmo para guarnecer as saladas, dando-lhes um toque primaveril.
As raízes se cozidas e depois fritas com alho e cebola são um excelente acompanhamento de arroz ou de qualquer tipo de proteína (vegetal ou animal).
As sementes são uma delícia! Possuem um delicado sabor a ervilha com um toque de noz. É difícil explicar. Experimenta.
A infusão de flores e/ou folhas que o meu sogro costuma fazer para as suas maleitas, é muito agradável e refrescante, bom para beber num dia quentinho de primavera ou verão.
Partes que se comem: raízes, folha, flores e sementes.
9. Urtigas
A urtiga é uma verdadeira planta de sobrevivência. Tudo se aproveita e cresce em quase todo lado: bosques, terrenos baldios, perto das casas, nas bermas das estradas, em sebes, jardins e terrenos cultivados.
Esta é uma planta coberta de pelos urticantes, caules quadrangulares erectos, com folhas oposta, pontiagudas, dentadas e de cor verde-escuro. Tem flores pequenas sem pétalas na axila das folhas.
As raízes são excelentes para tratar problemas da próstata, como a hipertrofia benigna. As folhas, flores e frutos tem vários usos na culinária e na fitoterapia.
As urtigas são ricas em sais minerais como são exemplo o ferro, o potássio e o cálcio. Contém vitamina C, rutina, quercetina, ácido málico e clorofila. Ajuda na produção de serotonina e de leite materno. Já deu para perceber que esta erva mal-amada é super nutritiva e mineralizante.
A infusão de urtigas pode ser usada como diurético e hemostático. Tem-se mostrado muito útil em casos de gota, cistite e uretrite, porque ajuda a expelir o ácido úrico do organismo. Estas também podem ser úteis em afecções do aparelho respiratório.
Na cozinha usam-se como vos apetecer. Lembrem-se que antes de cozinhar é melhor usar umas luvas para proteger a pele das suas características urticantes. Depois de escaldadas ou de uma leve fervura já são inofensivas para a pele. É comum usar-se urtigas no fabrico de pão, em sopas, omeletes com ovos e sem ovos (grãomeletes), sumos, batidos, arroz, tudo o que for cozinhado. As urtigas não se comem cruas.
Nota: Se tiver problemas cardíacos ou renais que provoquem edemas, ou esteja a tomar diuréticos ou hipotensores, não consuma urtigas.
Partes que se comem: caule, folhas, flores e sementes.
Cuidados a ter na recolha destas plantas silvestres:
Antes de vos dar algumas receitas com algumas destas “ervas” que se comem deixo uma nota sobre os cuidados a ter na recolha destas plantas silvestres. É importante observar o local com atenção e ter a certeza que não foi pulverizado com herbicidas ou outros químicos, que não tem urina de animais ou pessoas e que não esteja contaminado com poluição. Pelo que o melhor é não colher estas plantas nas bermas de estradas muito movimentadas.
Ter a certeza do que está a apanhar. Há plantas muito parecidas que nos podem induzir em erro. O ideal é fazer-se acompanhar de um ou mais guias, que podem ser livros, aplicações digitais ou pessoas como a minha querida amiga Fernanda Botelho, que eu muito admiro pela sabedoria que tem sobre esta matéria.
Colham sempre com moderação, respeito, de preferência em locais onde ela seja abundante. Lembra-te que se arrancares a planta pela raiz estarás a interromper o ciclo. Pode fazê-lo se realmente for importante.
3 Receitas com plantas silvestres comestíveis:
Seguem-se as receitas prometidas, deliciosas e altamente nutritivas.
. Pesto silvestre
O pesto é sempre uma receita de sucesso. Pois é algo muito versátil que serve para colocar no pão como entrada, para temperar uma salada ou até mesmo para usar numa pasta.
Esta é uma receita bem silvestre. Apanhei plantas silvestres comestíveis como malvas, umbigo de vénus e funcho. A estes ingredientes acrescentei 1 dente de alho, sal e azeite.
A mistura ficou mesmo divina. Aproveitem os passeios para observar a natureza à vossa volta. Mesmo na cidade encontramos plantas incríveis que crescem nos muros, nos jardins. A maioria das plantas que consideramos ervas daninhas têm uma utilidade para nós humanos. Observem e aproveitem o que a natureza nos dá com agrado.
Ingredientes:
- 1 chávena de chá de azeite;
- 1 chávena de chá de amêndoas;
- 1 chávena de chá de umbigo de vénus;
- 1 chávena de chá de folhas de malvas;
- ½ chávena de chá de funcho;
- 1 pitada de sal marinho.
Modo de preparação:
Coloquem tudo num copo alto, ou num frasco, e triturem com a ajuda de uma varinha mágica.
Está pronto a servir com o que mais lhes aprouver!
Bom proveito!
. Esparregado de urtigas
As urtigas picam e podem causar uma ligeira urticária de contacto na pele, antes de serem cozinhadas, e o método mais eficaz para que isso não aconteça é usar luvas. Confesso que não a cozinho mais vezes pelo inconveniente da sua preparação. Mas a urtiga é uma planta muito rica em vitaminas, sobretudo do grupo B, também C e K betacaroteno e minerais como o magnésio e o ferro, muitos oligoelementos e aminoácidos. Bom para ajudar em alguns casos de anemia, por ser rica em vitamina C e ferro. É uma planta depurativa com inúmeras utilizações, sendo a alimentação apenas uma delas.
Ingredientes:
- 1 molho de folhas de urtiga (grande);
- 1 fio de azeite;
- 4 dentes de alho;
- 1 colher de sopa de amido de milho;
- Sal marinho integral e pimenta preta q.b.;
- Sumo de limão (opcional).
Modo de preparação:
Lave as folhas e escalde-as rapidamente em água a ferver. Esta operação provoca uma instantânea diminuição do volume das urtigas. As folhas escaldadas e escorridas tornam-se inofensivas para a pele, podendo a partir de agora ser manuseadas e ingeridas sem qualquer problema.
Depois de bem escorridas as folhas, corte-as fininhas e deixe escorrer mais um pouco. Leve-as ao lume em azeite com alhos picados. Envolva bem, deixe cozinhar por um ou dois minutos. Acrescente uma colher de sopa de amido de milho para ligar. Tempere com sal e pimenta e acabe com umas gotas sumo de limão.
Fica delicioso e é altamente nutritivo!
Dica: As urtigas tem um sabor forte e muito característico (que eu adoro!) e podem ser misturadas com grelos, nabiças ou espinafres, para conferir ao esparregado um sabor mais suave.
. Sopa de beldroegas (Alentejo)
A sopa de beldroegas é muito apreciada pelos alentejanos, que têm esta planta em abundância. Hoje, não existe nenhuma razão para essa sopa não ser feita de norte a sul do país, até porque já se encontram beldroegas à venda com frequência em todas as feirinhas de produtos hortícolas biológicos. Esta sopa é super-saborosa e muito nutritiva, uma vez que é rica em vitaminas A, B e C, assim como em minerais, como são exemplo o magnésio, o cálcio, o potássio e o ferro.
Ingredientes:
- 1 molho de beldroegas;
- 5 nabos médios;
- 1 cebola;
- 1 cabeça de alho inteira;
- 1 molho de coentros;
- Água fervida;
- Azeite q. b.;
- Sal marinho q. b.;
- Pimenta preta q. b.
Modo de preparação:
Comece por aquecer uma panela com o fundo forrado a azeite. Quando este estiver quente, coloque a cebola picada, os coentros picados e os talos das beldroegas a refogar, mexendo sempre para que nada se queime. Junte as cabeças de alho descascadas, os nabos cortados em rodelas ou em cubos. Cubra com água previamente fervida, tempere com sal e pimenta, tape e deixe ferver durante uns 15 minutos.
Nos últimos 5 minutos de cozedura, acrescente as folhas das beldroegas.
Na hora de servir, sirva a sopa em tigelas individuais sobre fatias de pão, à boa maneira alentejana. Claro que o pão é opcional, mas no Alentejo é quase obrigatório.
Nota: Pode também acrescentar ovos escalfados e queijo curado, nos últimos 5 minutos de cozedura da sopa, como acontece em algumas sopas tradicionais. Eles são ingredientes opcionais, por isso não utilizo.
Aviso: As informações que te passo estão todas correctas e devem ser bem usadas. Nem eu, nem o Simply Flow nos responsabilizamos por qualquer incidente que possa ocorrer pelo uso indevido ou inadequado de alguma das plantas mencionadas neste artigo. De qualquer das formas, sabe que não são comuns ocorrências por ingestão de plantas silvestres comestíveis. Observa e tem a certeza do que estás a fazer.