Passaram 25 anos. E agora?

Fátima Lopes // Novembro 25, 2019
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Quando me estreei em Novembro de 1994, nunca pensei celebrar 25 anos de carreira. Foi uma escolha feita com muitas incertezas, com muitas dúvidas, mas a acreditar sempre que a paixão que eu sentia tinha de ser vivida. 

Recordo-me muito bem do dia em que fiz o casting.

Foi no feriado de 01 de Novembro. Dirigi-me aos estúdios da Contracampo, logo de manhã, e foi lá que fiz um casting para substituir a Alexandra Lencastre na apresentação do programa “Perdoa-me”. 

Sem saber nada de televisão, comprei um fato de saia e casaco verde-pistácio e escolhi uns sapatos castanhos. Pareceu-me um look adequado ao momento.

Cheguei cedo, nervosíssima.

Sentei-me na cadeira do grande maquilhador, Sérgio Alxeredo, alguém que se veio a tornar um grande amigo. Eu, que nunca tinha usado mais que um rímel e um batom, fiquei impressionada com a quantidade de material que compunha a sua bancada. Naquele dia, aprendi logo que a maquilhagem é algo muito importante e que tem de ser muitíssimo respeitada. Durante os primeiros anos da minha carreira, foi quase sempre o Sérgio que me maquilhou. Com ele aprendi que o trabalho de um/a maquilhador/a e cabeleireiro/a, é um trabalho que merece profundo respeito da nossa parte, porque eles também são equipa connosco, e se nós não colaborarmos, tornamos mais difícil a tarefa de nos ajudarem a brilhar. E eles ajudam-nos a brilhar! Tiram o melhor de nós. Realçam a nossa beleza. E como se isto já não fosse suficiente, ainda nos protegem muitas vezes. Existem dias em que até nos salvam quando a nossa cara não está propriamente com a melhor imagem.

Depois de fazer o casting, saí e fui para a SIC. Tinha episódios dos “Motoratos” para ver e criar um passatempo. Voltei para casa e ao fim do dia ligou-me o Piet-Hein Bakker a dizer que eu tinha sido seleccionada. Seria eu a substituir a Alexandra Lencastre. 

E assim começou esta aventura.

No início foi uma aventura cheia de medos. A estreia foi algo penoso para mim. Estava tão nervosa que durante uma semana nem consegui sorrir, tal foi a tensão que coloquei no meu rosto! 

Enquanto gravei o “Perdoa-me”, mantive o trabalho na empresa em que estava e lembro-me de pensar que, apesar de ter muito para aprender, caso gostassem da minha prestação, teria de tomar uma decisão. Por isso, quando estava a gravar o último episódio daquele programa, a pergunta era: “Isto foi uma experiência única na minha vida ou isto é para continuar?”. Porém, assim que terminou a gravação do “Perdoa-me”, fui chamada à SIC, onde me informaram que iria substituir a Lídia Franco na condução do “All You Need Is Love” e isso já implicava um trabalho a tempo inteiro porque teria de fazer reportagens e andar um bocadinho pelo País. 

Tive de tomar uma decisão e arrisquei.

Mesmo não sabendo se teria continuidade ou se depois do “All You Need Is Love” eu sairia de cena, como aconteceu a tantas pessoas, eu arrisquei. Arrisquei porque já tinha percebido que isto me apaixonava. Apresentar programas e falar com pessoas era um caso sério de amor e de paixão. 

Sentia-me tão feliz, tão alegre, tão entusiasmada por ter a oportunidade de fazer este trabalho que tanto me apaixonava, que decidi arriscar. Tinha 25 anos e ainda hoje, que tenho 50, acho que vale sempre a pena arriscar quando o que está em cima da mesa é uma paixão, é um amor que nos traz felicidade. E isso não tem preço. 

Fui fazendo o meu caminho sempre sem pressa de crescer.

Nunca quis dar um passo maior do que a perna porque as coisas acontecem quando têm de acontecer. Quando estamos preparados para as fazer com sucesso. 

Passado algum tempo estreei-me na condução de programas diários, o primeiro talk-show diário na televisão portuguesa foi o “Fátima Lopes”. Foram anos a fazer as tardes com esse programa que, na altura, ainda era gravado. Depois fui substituir a Júlia Pinheiro nas manhãs, no “SIC 10 horas”, e foi assim que iniciei o meu trajecto em programas em directo, que dura até hoje. 

Nada disto teria acontecido se um grande senhor da televisão, de seu nome Emídio Rangel, não tivesse visto em mim aquilo que ninguém viu. Por isso, ao Emídio, de quem tenho muitas saudades, estou e estarei sempre profundamente grata. 

Sou uma mulher profundamente feliz com aquilo que faço e muito grata.

Profundamente grata por a vida me ter permitido ter esta profissão que eu amo do fundo do coração. Sou também profundamente grata ao público. E, neste texto, o que mais quero agradecer é, precisamente, ao público, às pessoas que continuam a acompanhar-me. Até me emociono ao escrever estas palavras porque, realmente, estou-lhes muito, muito grata. Sempre acompanharam o meu trabalho com muito carinho, nunca me abandonaram e compreenderam e aceitaram quando decidi mudar de estação. Fizeram-me sentir sempre que o meu trabalho é único e não é comparável ao de outras pessoas. E, a minha forma de comunicar é a minha, não é melhor nem pior que a dos outros. É simplesmente a minha. 

É este carinho que senti e sinto da parte do público, a forma como continuo a ser recebida e tratada em qualquer sítio onde vá, a forma como as pessoas agradecem o meu trabalho, que me confirma que aquilo que um dia eu percebi ser a minha missão – não no inicio na minha carreira, mas, sim, mais tarde – comunicar e levar esperança aos que estão do lado de lá, continua a fazer sentido todos os dias. 

O melhor de mim está para chegar.

Termino este texto com a resposta à pergunta do título, inspirada numa música da Mariza que adoro. E agora? O melhor de mim está para chegar

Jantar 25 anos de carreira

Para assinalar estes 25 anos de carreira, decidi presentear 25 pessoas com uma noite diferente e especial. Seleccionadas através de um passatempo que decorreu na minha página de Instagram, foi na passada sexta-feira, à noite, que tive a oportunidade de assinalar este marco na minha carreira, junto de 25 fãs. 

Para me ajudar na organização deste evento contei com a ajuda da YOUPi!, que foi incansável para que tudo acontecesse da melhor forma. Se a YOUPi! eterniza emoções positivas, ninguém melhor que eles poderia estar ao meu lado.

Os magníficos elementos decorativos que ajudaram a abrilhantar a sala, ficaram a cargo de Martins Alves.

Houve um jantar muito agradável e divertido, ao qual se sucedeu um momento bastante especial e emotivo… um concerto do meu querido Diogo Piçarra. 

Tivemos ainda a oportunidade de assinalar esta data com um bolo da Festas Party.

No final e porque esta foi uma noite que fiz questão de partilhar com o meu público, todos levaram para casa um goodie bag com alguns miminhos de marcas que admiro e que também fazem parte do meu dia-a-dia, como é o caso da Rituals que está a meu lado todo o ano, da Manuscrito, a minha editora, da Herdade do Esporão, da Sardinha Amarela, com os seus lindíssimos sacos de pano feitos à mão por uma artesã portuguesa, de propósito para este feito. E mais uma vez, a YOUPi! que entrou comigo nesta ideia fantástica de organizar uma noite especial, ofereceu um YOUPi! a cada convidado com uma fotografia única tirada comigo à chegada ao evento.

Nota: Fotografias por Verónica Silva

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