O Passado e o Presente da Cultura do Xisto - 1ª Parte

Francisco Mendonça // Janeiro 30, 2017
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Caros Caminhantes,

Nos últimos dois artigos apresentámos a bela Rota das Faias, na vila serrana de Manteigas.

Neste artigo vamos continuar pelas terras altas, também na zona centro do país. Referimo-nos à Serra da Lousã, onde se encontram boa parte das Aldeias do Xisto. É por este testemunho de um dos mais importantes patrimónios culturais de Portugal, hoje felizmente a ser reabilitado, que vos convidamos a vir passear.

Existem inúmeras alternativas atendendo ao facto de termos atualmente 27 povoados integrados na Rota das Aldeias do Xisto. Optámos assim por vos falar de 3 destas aldeias, bem como do belíssimo percurso pedestre que liga duas delas. Falamos da Cerdeira, Candal e Talasnal.
Comecemos pela primeira, a Cerdeira, talvez a mais bela não só pela sua localização única, bem aninhada no meio bucólico envolvente, bem dentro desta maravilhosa serra Beirã, como pelo estupendo trabalho de recuperação de que tem sido alvo desde o final dos anos 90. É inegável o cuidado constante na utilização dos materiais de origem, respeitando a traça centenária. Falando um pouco da sua história, como praticamente todas as outras aldeias desta região, o Plano de Fomento Florestal do Estado Novo, do início da década de 1940, arborizou as áreas de pastoreio sem ter tido em conta o tremendo impacto que esta medida teria no declínio de todos estes povoados. O fluxo migratório que afetou fortemente a região nos anos 50, 60 e 70 foi a machadada final.

Em 1981 a Cerdeira estava deserta. Foi no final dos anos 80 que dois casais, um de portugueses e outro de alemães, se instalaram na Cerdeira, começando a comprar as casas ou, em muitos casos, o que restava delas, e iniciando um ambicioso programa de recuperação desta aldeia.
Hoje, a Cerdeira tem novas histórias para contar. Para além do Turismo de Aldeia, em que à lindíssima estética que a construção em pedra de Xisto proporciona se junta o conforto que torna cada casa num autêntico ninho de bem-estar, a Cerdeira é hoje um local de criação artística, através de residências artísticas internacionais, onde os workshops e os retiros artísticos são potenciados, promovendo desta maneira não só a preservação da arte centenária da região, como novas abordagens da mesma.

Na 2ª parte deste artigo vamos falar do Candal, pois é lá que termina e começa o bonito percurso pedestre que liga esta aldeia à Cerdeira.

Boas caminhadas,
Francisco Mendonça

franciscomendonca@portugalwalkhike.com

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